Sant’Ana Terra Adorada
[Outubro de 2016
Sant’Ana minha cidade
De Gaspar sonho dourado
Nasceu como outras tantas
De um patrimônio doado
Vejamos quem foi Gaspar
De Sant’Ana o fundador
Que nos deu esta cidade
O fruto do seu amor
Amor pela terra natal
Amor pela sua gente
Livre da perseguição
Numa cidade diferente
Gaspar passou por aqui
Foi direto pra Pilar
Antes olhou a fazenda
Com ideia de comprar
Arranchou-se em Pilar
Com vários carros de bois
Voltou aqui com um filho
Que não se sabe qual foi
Comprou dos Mendes da Silva
Em dinheiro descontado
Esta bonita fazenda
A melhor deste Estado
Por cinco contos de réis
Transferiu-se a propriedade
Dos Mendes para os Fernandes
Em clima de amizade
A extensão da fazenda
Em léguas calculada
Da Lavrinha ao Passa Três
Maranhão à Serra Dourada
Repartiu entre os filhos
Cada qual em seu lugar
Eles mesmos escolheram
Onde queriam ficar
Para o Chico, Campo Formos
Foi quem tirou primeiro
Para Ti Neco, o Bom Jardim
Que saiu por derradeiro
Ponte Alta, Aristides
Para Adelino, a Paineira
O Barreiro para o Enéas
Para o Artur, a Palmeira
Pra Bonifácio, o caçula
Uma gleba preciosa
Saiu a Vereda de Lage
De aguada generosa
Comprada a terra, Gaspar
Ficou mais à vontade
Para o sonho da família
De fundar uma cidade
Uma cidade bonita
Tanto quanto sua terra
Plena de harmonia
Sem o ódio e sem a guerra
Mil, novecentos e treze
Mês de maio, dia vinte
Nasceu a nova cidade
Sem foguete e sem requinte
Mas com amor e muita fé
Por Sant’Ana abençoada
Uma nova São José
Minha Sant’Ana adorada
Necessário um patrimônio
Pra criar uma cidade
Que seja da Padroeira
Doado de boa vontade
Chamou Gaspar os sete filhos
Para uma reunião
Onde acertaram a forma
De fazer a doação
De um grande trato de terra
À Padroeira do lugar
E a construção duma capela
Para a Santa Abrigar
Para a construção do templo
Surgiram muitas ideias
Sagrando-se vencedora
A proposta de Enéas
Entenderam os Fernandes
Que tendo a própria cidade
Ninguém os incomodaria
E teriam tranquilidade
Pensaram o que era lógico
Pois assim ele queria
O grande líder Gaspar
Para si e sua família
Sant’Ana nasceu robusta
Como sonhava Gaspar
Cresceu virou distrito
No Município de Pilar
Aos dezenove anos
Alcançou a maioridade
E a certeza que no futuro
Seria uma grande cidade
Criou-se então o Município
No ano de trinta e um
No dia quatro de julho
Mas dois meses depois
Faleceu o Coronel
Antes de virar pesadelo
Seu grandioso sonho
De uma cidade modelo
Neco, filho de Gaspar
O PREFEITO perseguido
Por buscador de poder
Que o fez destituído
O progresso de Sant’Ana
E seu grande potencial
Despertaram as ambições
Criando um grande mal
Inventaram mil calúnias
Contra NECO O PREFEITO
Para roubar-lhe o Poder
– Não acharam outro jeito –
Sant’Ana virou, por isso,
Eldorado de forasteiro
Pau mandado do Governo
Que buscava só dinheiro
O pesadelo dos Fernandes
Da sua gente, do seu povo
Só acabou com o fim
Do chamado Estado Novo
Foram muitos anos
De grande perseguição
Até que o ditador
Lascou a cara no chão
Mil, novecentos e quarenta e seis
Reinstalou-se a liberdade
Na República e em Goiás
E também nossa cidade
Estes versos até aqui
Foram metrificados
Em redondilha maior
Cada verso foi cantado
Daqui em diante
Nada de redondilha
Vai no ritmo da conversa
Como se fosse Brasília
Em Brasília não tem regra
Em se tratando de parlamentar
Alto clero e baixo clero
Misturado no mesmo lugar
Brasília não atém regras
Não tem métrica, seu refrão
“É cada qual puxando pra si,
Não se importando com a Nação”
Todo mundo metendo a mão
Na grana do PRETO BRAZ
Que era rico e ficou pobre
Sempre passado para trás
Vou contar proeis um causo
Que me contou José Tomaz
Que as empreiteiras limparam
Os cofres do PRETO BRAZ
Algo que ouvi na Globo
Me deixou de cabelo em pé
Pros Estados gastarem menos
Mesmo que não quiser
Estado quer dizer
Município, Estados e união
Misturados os três níveis
Tudo num só caldeirão
A ordem vem de cima
Das bandas do Jaburu
Se o ente descumprir
Servidores tomam prejuízo
Lá pras bandas do Jaburu
Foi onde se estabeleceu
O pior dos presidentes
Que o Brasil já conheceu
Muito prefeito vai descumprir
Por atos voluntários
Somente para não dar
Aumentos de salários
Não dá para entender
O governo neste ato
Prefeito não cumpre a lei
Funcionários pagam o pato
Quando digo prefeito
Digo chefe do executivo
Presidente e governadores
Se englobam neste crivo
É certo que o mandante
Vive sempre na riqueza
E é por isso que não gosta
Do cheiro da pobreza
Casas populares se fazem
Bem longe da povoação
Pra proteger o mandante
Do cheiro da podridão
De quatro em quatro anos
Políticos passam por lá
Correndo atrás dos votos
Necessários pra ganhar
Dão ônibus para os alunos
Virem pra “rua” estudar
Mas depois da eleição
Jardineira não volta lá
As tais casas populares
Boa fonte de anedotas
Serão sempre construídas
Onde o Judas perdeu as botas
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