DONA LAURA
Aluno
Dona Laura
Minha PROFESSORA.
Gustavinho, seu marido,
Era alemão.
Todos os dias,
Quando o Sol se escondia
Atrás da Serra Dourada,
Saiam para longas caminhadas,
Lentamente, caminhando… conversando…
Paravam para cumprimentar suas amizades,
Que eram muitas.
Após, seguiam lado a lado.
Às vezes circulavam a cidade:
De casa a Avenida Tocantins,
Por esta até a Federal.
Desciam pela Federal,
Descambavam para a Charqueada,
Retornando à casa,
Na confortável chácara
Que virou loteamento da família VIEIRA.
Um dia despediram-se da chácara.
Mudaram para outra menor,
Que fora do Boanerges Veiga,
Na rua Quintino Bocaiuva,
Perto da AABB,
Que também foi loteada.
Não foi a AABB,
Foi a chácara.
Poderia ser Laura Grassini Walgenbak,
Poderia ser Professora Laura,
Mas não era.
Era simplesmente DONA LAURA
Esposa de Gustavinho,
Mãe de Brasil.
Lecionava no Grupo Escolar
Coronel Gaspar,
Onde todas as manhãs,
Os alunos, em seis fileiras,
Cantavam o Hino Nacional,
Em posição de sentido.
Cada fila, uma série.
Lado a lado,
Em ordem crescente.
Cada série, uma mestra:
Dona Prizu,
Dona Sinhana,
Dona Ana,
Dona Joaninha,
DONA LAURA
E Dona Zizi.
Por ali,
Pelo Grupo Escolar Coronel Gaspar,
Passaram as mais ilustres figuras Santanenses
Das gerações do segundo
E do terceiro quartel
Do século vinte.
DONA LAURA
Amava ser professora.
Tinha prazer em ensinar.
Expunha com facilidade,
De forma clara e precisa.
A bem dizer,
Abria a cabeça do aluno
E depositava a matéria.
Enérgica. Não permitia
“Bagunça” em sua sala.
Exigia disciplina e respeito,
E os alunos assim se comportavam
Em obediência
A sua postura séria e equilibrada.
Muito mais que professora
Era a mãe protetora
De seus pupilos. A eles,
Ela ensinava e educava.
À SENHORA, DONA LAURA,
Devo a maior parte
Do pouco que sei.
A crítica certamente dirá
Que este texto não tem data
E não tem autor,
Portanto não existe,
Procurando, com isso,
Excluir dele alguma boa qualidade
Que possa ter.
A essas críticas,
Esclareço desde agora
Que o texto não tem autor físico,
Porquanto composto pelo amor.
E, se data lhe falta,
É porque o amor é eterno,
E na eternidade
O tempo não é medido.
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