Demolições: casa de Dirce Ponce será farmácia. Antiga sede da Prefeitura será quitinetes

Em 2024, duas obras serão erguidas no Centro de Uruaçu. Sem culpa alguma dos empreendedores, dois imóveis históricos serão demolidos.

Casa de Dirce Ponce dará lugar a uma farmácia e sede da Prefeitura nos anos 1950 se transformará em quitinetes – Fotos: Jota Marcelo/JORNAL CIDADE

 

Casa de Dirce Ponce Leones, a Mulher da Janela

 

O histórico imóvel, já sob intervenção, abrigando escritório de advocacia (alugado pela tradicional moradora): riqueza cultural!

 

Janela da bibliotecária Dirce Ponce Leones

 

Uma porta e duas janelas marcantes

 

Após décadas, esse visual vai durar poucos meses

 

Endereço familiar e um marco na história de Uruaçu

 

Lugar onde funcionou a Prefeitura de Uruaçu. Na calçada, o que sobrou da famosa Biquinha (que, futuramente, se Deus quiser, voltará a jorrar água. O JORNAL CIDADE tem dica interessante, nesse sentido!) – Fotos: Jota Marcelo

 

Você sabia que neste endereço funcionou a sede do Poder Executivo de Uruaçu?

 

Endereço onde importantes decisões administrativas foram tomadas em favor do Município

 

Milhares de uruaçuenses não sabem que neste endereço funcionou a sede da Prefeitura em parte da década de 1950

 

2023, calçada da então sede da Prefeitura de Uruaçu: eis o que restou da Biquinha… Sem água. Mas, na parte subterrânea tem água e uma Biquinha inovada pode surgir, dentro da sugestão do JORNAL CIDADE!

 

Passa o tempo e as transformações surgem em todas cidades, não sendo diferente em Uruaçu, Norte de Goiás.

Nos cenários das mais variadas transições, a derrubada de imóveis históricos ou de elevadas representatividades, inclusive afetos, são inevitáveis.

Para o próximo ano, estão previstas demolições de dois imóveis desses no Centro da cidade, a serem transformados em ponto comercial e, de prestação de serviço.

 

Casa da Dirce Ponce

Avenida Tocantins, 165 (2511 na numeração antiga), Centro, local que serviu de residência durante décadas para integrantes da família Ponce Leones (cujo patriarca foi Roque Ponce), com a bibliotecária Dirce Ponce Leones se tonando a personagem mais emblemática dela, até a morte, em 19 de agosto de 2020, vítima da Covid-19. Era a Mulher da Janela, alusão ao fato de a mesma permanecer muito tempo em uma das janelas, vendo o tempo, os veículos, as pessoas passarem, usando a principal via pública da cidade.

No local, vai funcionar sede própria de comércio do segmento farmacêutico, em investimento de Cleides Batista Ferreira, empreendedora comercial uruaçuense.

 

Onde era a Prefeitura

Avenida Goiás, Centro, entre a rua Isabel Fernandes de Carvalho (rua dos Correios) e a rua Jacinto da Silva Rocha Vidal (antiga Quintino Bocaiúva), juntinho da sempre inesquecível Biquinha. Em imóvel, apelidado de casa aterrada – devido ter sido construída em nível abaixo da calçada e da avenida –, funcionou a Prefeitura, com Feliciano Custódio de Freitas se constituindo no seu mais destacado chefe do Poder Executivo. Ali, década de 1950, um concorrido centro de decisões públicas.

Advogado, escritor, poeta e detentor de riquíssimas histórias guardadas na memória, Mariano Correia Peres (doutor Mariano) costuma contar uma delas, envolvendo essa então sede administrativa e Feliciano (ameaçado [não por vereadores] de perder o cargo, devido se ausentar de Uruaçu por mais de 15 dias sem autorização da Câmara Municipal, em viagem, buscando recursos, ao Rio de Janeiro-RJ, então capital federal)… Mas, isso, com detalhes e outros nomes, é assunto para ocasião futura no JORNAL CIDADE, ainda mais que quem pretendia assumir, foi recebido, na Prefeitura, com armas apontadas por correligionários do prefeito, posicionados em pequenas, médias e longas distâncias!… Feliciano, claro, continuou prefeito!

Pois bem: no lugar, o casal de proprietários (há anos) uruaçuenses Reila Teodoro/Antônio de Freitas Filho (Kidão) construirá unidades de quitinetes, para aluguéis. Na mesma quadra, são donos de outros imóveis.

Que fique claro: nenhum dos investidores tem culpa alguma em função das demolições. No mundo, quando o poder público (municipal, estadual ou federal) – e aqui não há propósito de tecer crítica aos poderes, reunindo as duas causas –, ou alguma pessoa mecena adquire essa espécie de imóvel e instala algo de ligação com a cultura e afins ou doa para a mesma finalidade, a história toma outro rumo.

 

Doações aos Museu

Em diálogo espontâneo com as duas frentes empreendedoras, o JORNAL CIDADE solicitou para cada, por favor, a doação de uma janela (completa) e uma porta (com portal) para que sejam destinadas ao Museu Dom Prada, haja vista serem os dois imóveis espaços marcantes dentro da história do Município.

Nos dois casos, os proprietários, pessoas de conceitos elogiáveis ao longo de suas vidas e atuações profissionais, afirmaram que farão contato com o periódico dias antes das demolições e que, sim, doarão.

De imediato, o JORNAL CIDADE pretende repassar ambas preciosidades a secretária municipal de Cultura e Turismo de Uruaçu, Clícia de Paula, pessoa de fácil acesso, compreensível e de extrema compreensão em relação ao conjunto do valor histórico de muitas preciosidades existentes nas zonas urbana e rural.

 

Em Goiânia

Considerada uma das capitais onde mais se ergue torres de prédios, atualmente Goiânia tem no médio e alto do setor Bueno, Parque Amazônia, setor Serrinha, setor Marista e Jardim Goiás os locais de maior transformação.

Para 2024, as projeções são de construção de dezenas de prédios em diferentes regiões da principal cidade goiana.

Em um dos exemplos, na avenida T-4, número 668, entre as avenidas T-62 e T-63, setor Bueno, toda a estrutura da tradicional comercial Galeria T4 será demolida, com o início de um prédio sendo construído daqui poucos meses.

O relógio não para e os cenários urbanos sempre são envolvidos com novidades.

 

Galeia T4, no setor Bueno: em poucos meses, início de obra de mais um prédio – Foto: Jota Marcelo

 

(Jota Marcelo e Márcia Cristina)

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