‘Quarteto mágico’
Dr. José Carlos Mendonça *
* [Nota da Redação do JORNAL CIDADE: artigo publicado na então coluna PAUTA ABERTA – de autoria de Dr. José Carlos Mendonça –, edição 50 do JORNAL CIDADE, em julho de 2006. O autor reside em Goiânia e, é promotor de Justiça e mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). No texto, ele foca a seleção brasileira eliminada da Copa do Mundo daquele ano, que, mesmo jogando bem, se descuidou; e, faz uma comparação com quarteto que nunca deixou de ser contemporâneo: saúde, segurança, educação e corrupção na Administração pública. Dentro de sua programação especial (devido ao novo coronavírus), a TV Globo exibiu, em 19/04/2020, a goleada por 4 a 1 sobre a Argentina, dia 29/06/2005, na final da Copa das Confederações, disputada na Alemanha. Uma das maiores atuações do Brasil, que contribuiu decisivamente para fazer do escrete canarinho, então campeão mundial, o grande favorito ao título na Copa de 2006, algo que não aconteceu (assunto tratado no artigo). Confira:
Depois da decepção com o quarteto mágico criado por Parreira na seleção brasileira, o que não é bom nem lembrar, surge novamente promessas mágicas de soluções para quatro graves problemas existentes em nosso País.
Candidatos à Presidência da República, ao governo de Estados e, ao Congresso, afirmam veementemente que com suas eleições mudarão significativamente o perfil da saúde, da educação, da segurança pública e do trabalho.
Para a saúde prometem criação de novos hospitais públicos, gratuidade de medicamentos, contratação de mais profissionais nessa área. Para a educação dizem que implantarão escola em tempo integral, ampliarão o número de vagas nas escolas públicas, especialmente nas universidades públicas, remunerarão melhor o professor. No campo da segurança pública arrogam a tolerância zero aos criminosos, como que se muitos deles também não fossem criminosos; utilizam um discurso de acordo com a conveniência em total desconsideração aos estudos científicos existentes, a criação de mais presídios ou mesmo a sua privatização são apontadas como mágicas para reduzir a criminalidade e a corrupção nos presídios. Na seara do trabalho noticiam que fomentarão a criação de novos postos de trabalho, especialmente para o jovem e o idoso, cujos números jamais foram vistos nos governos anteriores.
Com este cenário político, o cidadão tem que depurar as mentiras das supostas verdades e possibilidades, levantar o histórico de vida do candidato para saber por onde ele andou, com quem, e quais as bandeiras defendidas. É indispensável que o cidadão não se esqueça da velha política do pão e circo.
Por falar em circo, uma vez já proibido o showmício, com certeza poucos brasileiros poderão em vida ver de perto algum dos mortais imortalizados pela mídia. Foi preciso proibir o circo para moralizar um pouco.
Administrador público que ainda hoje faz calçamento de nota fiscal é burro, vez que o fisco evoluiu bastante o seu poder de fiscalização mediante o cruzamento de informações decorrentes da informatização do sistema de arrecadação, e ele certamente será flagrado na prática do crime. A contratação de shows foi na década de 90 um dos principais vírus da corrupção.
Entendo que para o Brasil não ser eliminado logo nas Quartas-de-final da Copa do Mundo pelo desenvolvimento social e econômico, precisa excluir o mais rápido possível dos quadros de sua administração os corruptos, deixando de inventar fórmulas mágicas, ou seja, entrar em campo e jogar o “feijão com arroz”.
Através do combate à corrupção, acredito que o dinheiro destinado à saúde será gordo igual ao Ronaldo, a segurança pública se espelhará em Adriano e passará a ser imperadora, o trabalho surgirá em todos os lugares tal qual a Kaká, e a alegria e simpatia de Ronaldinho Gaúcho serão instrumentos hábeis para a construção de uma educação mais humana.
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