‘EDITORIAL’ – Edição 285 (1º a 15/07/2018) – ‘Pela redução da vazão da usina do lago’
‘Pouca, média, muita água: quantos comentários!’
O lago Serra da Mesa chama atenção desde os tempos pioneiros em que foi anunciado como nova realidade na parte mais acima de Goiás – Norte. Além de moradores envolvidos com a região, foram atraídas pessoas de várias partes, dos empreendedores aos turistas, cada uma com objetivos, vontades. Passaram os anos e essas mesmas pessoas atraídas têm suas épocas e visões diferenciadas, igualmente tem o reservatório. O tempo cuida de tudo!
Planejado e construído – na verdade, planejada e construída, a usina hidrelétrica (em área da cidade de Minaçu) – com a meta de gerar energia elétrica, de maneira aguardada e lógica o lago foi e é alvo de/para outros objetivos: negócios, comércio, turismo, lazer variado, descanso, banho, pesca, competições náuticas esportivas, visitação simples… É até difícil listar as opções com sequência rigorosamente lógica.
Água em abundância permanente não se confirmou e, justamente isso alterou o jeito de as pessoas enxergarem e avaliarem suas relações com Serra da Mesa. Para uns, tanto faz, para uma ala decepção total, para outra frente a crença de que dias melhores virão. Apenas a natureza e os técnicos de quem opera a usina podem alterar para um lado, para o outro… Pouca, média, muita água: quantos comentários!
Neste ano, o lago teve a vazão mínima reduzida de 300 para 100 metros cúbicos por segundo entre 10 de abril e 3 de junho (55 dias), através de determinação de resolução da Agência Nacional de Águas (ANA), uma iniciativa que animou os que torcem pelo aumento do volume de água útil. Somando o aumento do volume de chuvas na bacia do rio Tocantins, o nível do reservatório quase dobrou, em comparação ao mesmo período de 2017.
O desejo por volume de água útil total permanente está na cabeça de muita gente, mas trata-se de possibilidade difícil. Quem está direta e indiretamente em sintonia com o lago, os que utilizam o lago a trabalho ou lazer, querem a redução da vazão da usina (claro, sem implicar em risco de falta de energia), fator que ajudaria de maneira geral, além de deixar o lago mais bonito, vistoso.
Em todo milésimo de segundo, a água de Serra da Mesa representa múltiplos usos e devia atender às necessidades de todos ao longo de seu grande curso, antes e depois da barragem. Veja bem essa comparação, leitor: enquanto alguns lagos estão com quase 100% do volume útil, Serra da Mesa patina na média de 15% (sem o volume mínimo de água liberado pela barragem no primeiro semestre). É pouca água demais…
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