CULTURA & EDUCAÇÃO

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‘Paisagem’ – Nave e Thiago Jamelão

Cheira à pólvora, frio de mármore

Ver que agora quantas árvores

Condecora nossos raptores

Nos arredores tudo já pertence aos roedores

É hora que o vermelho colore o folclore

É louco como adianta pouco, mas olhe

Com sorte talvez piore

Não se iluda, pois nada muda, então só contemple as flores

E acende a brasa, esfregue as mãos

Desabotoa o botão da camisa

Sinta-se em casa, imagine o verão

Ignore a radiação na brisa

Sintoniza o estéreo com seu velho jazz

Pra um pesadelo estéril até durou demais

Reconheça sério que o mal foi sagaz

Como um bom cemitério tudo está em paz

 

Em paz

Em paz

Em paz

Em paz

Tudo está em paz

Em paz

Em paz

Em paz

Tudo está em paz

 

O peso dos dias nas costas brindamos com ferro

Num silêncio que permite ouvir as nuvem raspar o céu

Sem faróis nos faróis, descendentes de faraós ao léu

E a cena triste insiste em te dar um papel

Em algum lugar entre a rua e a minha alma

Estampido e a libido trepa entre gritos de calma

Bem louco de like e brisa

Que a rede social dá o que nós quer enquanto rouba o que nós precisa

Porque nada é sólido, nada

Beijos cálidos, fadas

Tudo insólito, cara

Sente o hálito, afaga

Rosto pálido foda

Eu quero um bálsamo para

Esse tempo sádico, cara

Puta sonho inválido, acorda

Ansiedade corrói como ferrugem

O passeio da vertigem

Ver que os monstros que surgem têm origem

Na fuligem do vale

Quem diria? A pobreza de espírito aqui

Fez a de grana se tornar um detalhe

Dizem os jornais: Calma, rapaz

Espere e verás, tudo está em paz

 

Em paz

Em paz

Em paz

Em paz

Tudo está em paz

Em paz

Em paz

Em paz

Tudo está em paz

 

Paisagem é uma canção composta por Nave e Thiago Jamelão, lançada no álbum AmarElo (2019 [gravadora Laboratório Fantasma, distribuído pela Sony Music]), do cantor Emicida

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