SAÚDE DO CORAÇÃO

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA

Comunicação

Um fator fundamental em qualquer bate-papo, qualquer diálogo, é a identidade nos assuntos tratados, entre os interlocutores. Não importa em que circunstância, o cenário, a natureza do encontro e da reunião das pessoas. Uma festa, um aniversario, um lanche ou almoço>jantar com amigos e amigas. Essa identidade da conversa, das ideias, das trocas de informações constitui, digamos assim, o tempero principal dos diálogos. Essa identificação do que se fala é tão importante que existe um princípio ao se fazer uma palestra, o princípio de uma linguagem conforme o grau cultural e formação escolar dos ouvintes, da plateia nessa audiência.

Esse princípio da identificação temática (afinidade das ideias, conhecimentos entre os interlocutores) se mostra a mais eficaz estratégia do palestrante com seus ouvintes, telespectadores. Basta assistir a uma exposição de determinado assunto ou conteúdo pela televisão, em um vídeo, no Youtube (youtuber) ou mesmo de forma presencial: uma aula, demonstração técnica ou científica qualquer. Quanto mais clara, mais inteligível, menos tecnicista ou erudita a linguagem mais interesse as pessoas terão nessa apresentação.

Assim, expostos os fatores de sucesso nas falas entre as pessoas, enumeremos os desastres, os tédios ou mau gosto que se dão em muitos encontros de pessoas com níveis culturais e escolares muito diferentes. Ou até melhor explicado, admitindo que com perfis sociais e escolares idênticos, todavia com preferências culturais e de entretenimento e gostos desiguais.

Assim, pode-se ter pessoas com idades próximas, formação escolar de mesmo grau, mesma atividade profissional. Entretanto, domínio cultural geral bastante desnivelado. Com essas possibilidades de encontros pode-se imaginar o que se passa na mente, paciência e humor de uma pessoa de elevado cabedal sociocultural e escolar em um diálogo tête-à-tête com outra com preferências bem díspares e assuntos bem estranhos ou fora da preferência do outro.

E aqui, embora em teorias ou exemplos fictícios, mas estes são encontradiços e temos que muitas vezes suportar o massacre e falta de sentido das falas. Imagine, aquela jovem ou senhora balzaquiana, toda elegante, de lantejoulas e perfumada que senta ao nosso lado, em certos festivos, aniversários, Natal ou Ano Novo, uma comemoração familiar. Não importa. Temos que aturar e suportar. Um dos assuntos, os posts e vídeos de Redes sociais! E não infrequente a pergunta: Você viu tal post, tal vídeo, tal notícia do Face, do WhatsApp?. Dá para imaginar a cara franzida ou pálida do interpelado, porque não é dado, chegado a tais likes ou curtidas de internet e Redes sociais dessa outra pessoa.

Uma outra possibilidade temática, muito frequente nesses momentos são os pets e suas habilidades, seus enleios e meneios, as cabriolas de volatim que os “filhos quadrúpedes” fazem na interação com seus “pais humanos”, as fotos dos bichos no Instagram, as reações dos bichos quando querem os petiscos e outros comportamentos. Imagine a cara, as rugas e tédio desse (a) interlocutor (a) que não é aficionado ou curte ter animais presos em gaiolas, em restritos apartamentos, etc, etc. Olhe a denominação: animais de estimação. Imagine se não fosse, o que seria feito para os animais!?!

Imagine, apenas mais uma das tantas ocupações temáticas e gostos desses diálogos. Quantas não são as pessoas, homens ou mulheres, que estão em uma mesa de confraternização, de festivos encontros e grudados (as) em seus celulares, mal olham para o rosto do interlocutor porque os sininhos e likes não permitem. São as novas tendências culturais, de ocupações, de gostos e realizações das muitas pessoas, não importa a idade que tenham. Arre! Socorro!

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