OPINIÃO

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‘EDITORIAL’ – Edição 363 (1º a 15/10/2021) – ‘A pandemia e a Covid-19 continuam’

Passagem do tempo, outubro de 2021. Vacina. UTIs não lotadas. Internações reduzidas. Menos mortes. Decretos. Flexibilização. Liberação de evento-teste aqui e acolá. Desatenção… Ninguém teve certeza da parte do vírus que a pandemia acabou, se foi, que a Covid-19 não existe mais e que não cegará até o lar dessa-daquela família.

Em O uso da máscara na pandemia continua sendo medida de proteção importante, a Sanar Medicina orienta, no tópico O benefício do uso das máscaras:

Usar máscaras pode gerar um certo “custo” para seus usuários. As máscaras podem se tornar desconfortáveis, principalmente em ambientes quentes e fechados.

No entanto, os benefícios fornecidos superam o custo envolvido com o uso da máscara.

As máscaras possuem duplo mecanismo de proteção, como acima exposto, e seu benefício torna-se crescente quanto maior o número de indivíduos utilizando-a numa comunidade.

Em tempos de crises, a humanidade uniu-se voluntariamente para o bem comum, suportando sacrifícios necessários.

Para vencermos esta pandemia, esforços combinados de instituições e líderes governamentais deverão ser somados aos esforços individuais e cotidianos de cada um de nós..

Na publicação, do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, ‘A pandemia continua e deverá nos trazer muitas tristezas ainda’, Maria Maen (médica e pesquisadora em Saúde do Trabalhador da Fundacentro do Espírito Santo, com mestrado e doutorado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo [USP]), fala sobre as sequelas da Covid-19 e a importância da vacinação para controlar a pandemia. A seguir, dois trechos:

Qual situação enfrentamos hoje em relação à Covid-19? A pandemia está terminando?

Nas últimas semanas observou-se uma queda da média móvel diária de mortes por Covid, o que fez com que houvesse uma falsa sensação de que a situação está controlada. Continua não sendo aceitável que tenhamos aproximadamente setecentas mortes em um único dia por apenas uma doença, como ocorreu em 31 de agosto. Mas há alguns aspectos que nos fazem pensar que essa tendência à queda não será mantida:

  1. a) Continuamos sem comando nacional para termos ações coordenadas em todo o País para decidir sobre como conter uma nova ascensão de casos e de mortes.
  2. b) As atividades econômicas voltaram quase que na totalidade e, infelizmente, temos notícias de que as aglomerações têm aumentado, seja no transporte coletivo ou nos locais fechados das empresas. A maioria das empresas não fez obras de engenharia para aumentar a ventilação e renovação do ar. Seria preciso também que aquelas que utilizam ar-condicionado tivessem tomado providências para que o ar fosse renovado várias vezes por dia. Máscaras mais protetoras teriam que ser distribuídas pelas empresas para quem trabalha em locais fechados ou tenham contato com muitas pessoas.
  3. c) Tudo indica que a variante delta será dominante no Brasil, apesar de não termos testagem massiva, e ela é muito mais transmissível. A vacinação plena seria fundamental. Mirando o que aconteceu em outros Países, essa variante ainda não causou o impacto que deve causar no próximo período.
  4. d) Os adolescentes apenas começaram a ser vacinados. Infelizmente, a pandemia continua e deverá nos trazer muitas tristezas ainda.

Ainda há quem resista à vacinação. Há motivo para temer qualquer uma das vacinas contra a covid-19? Quais os benefícios individuais e coletivos de se vacinar?

As vacinas são seguras, sem dúvida alguma, e oferecem proteção individual (não totalmente) para que a doença não evolua para casos graves e óbitos. Usa-se muito a história de que se alguém oferecer um paraquedas para uma pessoa que está despencando de um avião, o mais sábio é aceitá-lo, mesmo que haja uma possibilidade de o paraquedas não funcionar. Mas a vacina em massa oferece uma proteção coletiva fundamental.

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