De Uruaçu para a GSA – Trabalho, filhos e distância: história de uma mulher, mas que exemplifica várias

Funcionária com mais tempo de atuação na indústria goiana GSA conta como sua história se misturou com a da empresa.

Celma Maria de Oliveira: “Estava deitada em casa quando uma amiga bateu na porta e me chamou para ir pra Goiânia em busca de oportunidades. Só conhecia a capital por fotos e pela televisão” – Fotos: Divulgação

 

Uma empresa se faz de homens e mulheres. E na indústria de alimentos goiana GSA, elas fazem a diferença. São mulheres de todas as idades, que atuam na fabricação de alimentos, na administração, na limpeza e higienização, na formulação de novos produtos, na área comercial e na gerência.

Com 37 anos de história, a GSA foi o ambiente de trabalho de muitas profissionais. Mas da operadora de máquinas, Celma Maria de Oliveira, a empresa faz parte da vida dela. Começou em 1991, com 29 anos, e em 2021 completa 30 anos de caminhada em conjunto. Ela entrou no dia 7 de maio de 1991 e é a mulher com mais tempo de casa ainda em atividade na empresa.

 

Um exemplo de mulher brasileira

Com três filhos, desempregada e separada do esposo, Celma morava com a mãe no Norte do Estado, em Uruaçu. “Estava deitada em casa quando uma amiga bateu na porta e me chamou para ir pra Goiânia em busca de oportunidades. Só conhecia a capital por fotos e pela televisão”, conta.

Ela deixou os três filhos com a mãe, o mais novo tinha apenas quatro anos, e seguiu viagem. “Nunca tinha me separado deles. Fui com sofrimento e dor. Falei para a minha mãe que só ia passear”, revela rindo. Com a ajuda de terceiros conseguiu uma vaga na GSA e logo começou a trabalhar na máquina de rodar bala dura.

Celma tinha trabalhado apenas como repositora em supermercado e doméstica, não tinha experiência em indústria, mas conseguiu aprender tudo. “Precisava sustentar minha família. Mas hoje vejo a história maravilhosa que fiz. Aprendi, cresci, criei meus filhos e fiz amigos, enfim, conquistei uma família na empresa”, revela.

Atualmente, as mulheres são as responsáveis pela renda familiar em quase metade das casas brasileiras. Já são 34,4 milhões de domicílios nesta situação. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o percentual de domicílios brasileiros comandados por mulheres saltou de 25%, em 1995, para 45% em 2018.

E quase 30 anos depois, Celma é referência dentro da indústria. Hoje, aos 59 anos, mesmo aposentada por tempo de serviço ainda gosta de estar na ativa. Participou dos grandes momentos da empresa, desde a alteração do portfólio, as ações de marketing e do crescimento da empresa, sem deixar de lado a família. “No início fiquei três meses sem ir ver meus filhos. Isso me doía muito. Mas depois, consegui me organizar e ia todos os meses vê-los e levar o dinheiro para o sustento deles”, fala.

“Já fiz capas de cadernos para os meus filhos com recortes das embalagens de refresco em pó. Elas faziam sucesso na escola”. Dois filhos dela chegaram a trabalhar na empresa por mais de uma década. A GSA faz parte da vida de Celma, uma mulher trabalhadora, que se diverte com as conquistas diárias. Uma mulher brasileira, que conseguiu se sustentar, criar os filhos com muito trabalho mantendo sempre um sorriso no rosto.

 

(Comunicação)

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