‘EDITORIAL’ – Edição 354 (16 a 31/05/2021) – ‘Oi!… A pandemia está longe de acabar’
As atitudes errôneas são as mais diversas em todas as partes do mundo, mas que fique bem claro: a pandemia da Covid-19 permanece, é um assunto sério e grave, os contágios continuam e são fáceis de se tornar realidade, as internações são evidentes, as mortes não cessam. /// Os sofrimentos (dos mais diversos) das famílias integram o cotidiano. Todo cuidado é pouco!
“…No início de novembro, ela começou com sintomas leves, com uma tosse seca persistente, sem falta de ar, mas verifiquei pelo oxímetro que o nível de oxigenação dela era de 86, muito abaixo do recomendado. Decidimos imediatamente procurar o pronto-atendimento e ficamos os dois internados. Inicialmente, fui para um leito comum, e Cláudia já tinha indicação de UTI. Estávamos evoluindo bem, mas por volta do nono dia o quadro se agravou e tive também que ir para a UTI. Fomos intubados e passamos a ter um suporte básico para sobrevida, esperando a reação do organismo, uma vez que não existiam outras possibilidades. Fui traqueostomizado, sedado, tinha sondas por todos os lados, tive insuficiência renal aguda, e por vezes os médicos informaram aos meus filhos que minhas chances de sobrevida eram muito pequenas. Passei 30 dias na UTI, e disso não consigo me lembrar. Acordei e me recordo de quando já estava num leito hospitalar, com sonda nasogástrica. Não conseguia me movimentar na cama e nem sequer podia me sentar, pois não conseguia manter o peso do corpo. A primeira pergunta que fiz quando fiquei consciente foi como estava Cláudia. Aí tomei conhecimento que ela não tinha resistido. Hoje, após dois meses de reabilitação, estou recuperando os movimentos de braços e pernas, andando e aprendendo, assim como meus filhos, a conviver com a perda emocional”: Marcus Vinicius Polignano, 64 anos, médico, professor de Medicina da UFMG, perdeu a esposa, mas também se infectou e só soube da morte após deixar a UTI. Depoimento ao jornal Estado de Minas (Belo Horizonte-MG), em fevereiro.
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