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‘À tarde, nuvens de rosas’ – Erico Curado

À tarde, nuvens de rosas

Franjam de sangue o horizonte,

Um monte além outro monte,

Entre sombras misteriosas.

 

As águas cantam ruidosas,

Luzindo à sombra da ponte.

São frescas águas da fonte,

Que vão cantando saudosas…

 

Em bandos passam morcegos,

As rãs coaxam nos regos

Geme o vento em disparada…

 

E entre as estrelas, no poente,

O arco-de-ouro do Crescente

É uma foice ensanguentada!

 

Erico Curado (1880-1961), natural de Pirenópolis-GO, comerciante, estudioso, formou-se em Direito e foi eleito para a Academia Goiana de Letras (AGL). Bibliografia da obra: Illuminuras. 1. ed. São Paulo: Duprat & Comp., 1913; Poesia. 1. ed. Goiânia: Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, 1956.

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