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‘EDITORIAL’ – Edição 332 (16 a 30/06/2020) – ‘Cuidado máximo. Quadro assustador!’

Assustam os números envolvendo o novo coronavírus (Sars-CoV-2). Nos Municípios, nos Estados, no  Brasil, no mundo, a Covid-19 adentra espaços e toca pessoas de todas as classes sociais, de todas as idades. Sim, inclusive crianças.

Não resta a menor dúvida de que em Goiás, isolamento satisfatório foi realidade apenas nos 15 dias pós emissão do decreto estadual de 20 de março. Adesão considerável se viu somente na primeira convocação do Governo de Goiás.

No exato meio de ano, Goiás rumava para os 30 mil casos de infectados. No início da última semana de abril, Goiânia somava 89 bairros com casos confirmados de novo coronavírus. No último domingo de junho, 460. E, cada cidade tem a sua zona de risco.

O Brasil (segundo País com mais casos e mortes por causa da doença), no final de semana de despedida de junho totalizava quase 58 mil mortes, com mais de 1,350 milhão de pessoas infectadas.

Quando a Universidade Federal de Goiás tornou público, no final de maio, levantamento destacando projeção da demanda por leitos e número de óbitos a partir de três cenários, muita gente desdenhou. Duvidar, em parte, é até aceitável, mas desdenhar não é recomendado.

Sem detalhar neste espaço, o estudo da UFG informou: ‘…Espera-se em Goiás um total acumulado de óbitos por Covid-19 entre 836 e 1.130 no final de junho, e entre 3.443 e 4.054 no final de julho.’. Até 28 de junho, os dados do Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) somavam 425 mortos, realidade que não serve para afrouxamento qualquer no que se refere ao primeiro mês do segundo semestre. É previsível: os números, assustadores, não param de crescer.

O grupo de modelagem da expansão espaço-temporal da Covid-19 em Goiás, da UFG, divulgou nota técnica com a atualização da progressão da doença entre 22 de maio e 31 de julho de 2020, alertando: o pico das demandas hospitalares – leito clínico e leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) –, e no número de óbitos poderá ocorrer na segunda quinzena de julho, se o índice de isolamento social continuar abaixo dos 40% no Estado. E está abaixo!

A mesma UFG externou: o isolamento social e as medidas restritivas tomadas em Goiás entre 12 de março e 2 de junho, evitaram 3,4 mil mortes.

Em comunicado, a instituição esclareceu: ‘Na avaliação dos pesquisadores, o distanciamento social contribuiu para redução da velocidade de transmissão do vírus no Estado no mês de abril, mas a partir da última semana de abril o número reprodutivo efetivo (Re) passou a apresentar tendência de aumento progressivo. Isso ocorreu porque, após atingir um alto índice de isolamento social em meados de abril, observou-se tendência de redução gradual do isolamento social ao longo do tempo, na maior parte dos Municípios do Estado.’.

No continental País Brasil, com a pandemia ficaram ainda mais evidentes as distâncias, a falta de hospitais, a raridade dos leitos de Unidade de Terapia Semi-Intensiva e de Unidade de Terapia Intensiva, a falta de qualificada regionalização do serviço de saúde, a inexistência de suporte adequado, o absurdo da carência de ambulâncias equipadas (UTIs Móveis). Covid-19: todo cuidado é pouco. Quadro assustador!

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