Sexualidade – Opção sexual e educação dos filhos
Li esses dias dois trabalhos memoráveis. Ambos me chamaram a atenção. Não se trata de grandes novidades, mas reforçam outros estudos, pesquisas e suposições nos campos da pedagogia, da biologia e da psicologia comportamental. Antes da menção desses trabalhos, o que será que pensam muitas pessoas sobre o excesso de proteção que muitas famílias dão aos filhos? Tal expediente traria prejuízo no desenvolvimento psicossocial do indivíduo? Uma segunda provocação: quais podem ser as causas do homossexualismo? Seriam genéticas ou uma influência de todo o processo de criação e educação da criança? Estão postas então essas duas tão sensíveis e milenares questões que instigam a humanidade.
O estudo concernente ao desenvolvimento do animal humano é muito assertivo no sentido de que o ser humano é o único bicho que exige o mais longo trabalho para o seu preparo e maturação para a subsistência de forma autônoma. Soa como uma obviedade, mas a ênfase vale a leitura da matéria. E a forma como se dá esse trabalho é determinante na sua formação psicoemocional, no seu caráter, na sua relação social, no seu bem-estar com os outros indivíduos da mesma espécie e no meio ambiente.
Um outro estudo capitaneado pela Universidade de Harvard, Reino Unido, versa sobre as causas da homossexualidade. O trabalho foi de alta credibilidade, não só pela capacidade de seus pesquisadores, como também pelo grande número de participantes, cerca de 500 mil pessoas foram analisadas exaustivamente com questionários, entrevistas, análise de perfil pessoal, familiar, do meio social, da educação, das interações sociais, etc.
Concluíram os autores do extenso e abrangente estudo que não existe um gene ou genes da homossexualidade; ou seja, tal preferência ou opção sexual não está no genoma do indivíduo. Embora, em cerca de 25% dos casos pode haver alguma participação genética. Uma forte evidência é que o comportamento homoafetivo tem causas multifatoriais externas à constituição do indivíduo, a começar pela interação intrafamiliar, relações sociais, a educação do sujeito, etc.
Os fatores mesológicos e educacionais se mostram de enorme relevância, conclui o estudo.
Abstraindo-se de teorias, de comprovações científicas, o que é prático e utilitário é quando se pode propor diretrizes mais claras para quem nos lê. Esse é o desiderato do presente texto.
No que concerne à formação da criança. Primeiro, os cuidados (higiene, proteção, alimentação, segurança) devem guardar uma relação proporcionalmente inversa com a sua idade; noutros termos: à medida que a criança, o adolescente cresce, ele deve ter o direito a mais autonomia. E muito significativo, deve ser ensinado pelos pais, cuidadores e professores.
Mais nova a criança, mais zelo, proteção e amparo. De novo, sugere uma platitude essa afirmação. À medida que a criança cresce e amadurece ela tem o direito e o dever de aprender a prover a sua subsistência, a mais independência. Não se pode perder de vista que o bicho humano é o que mais longa dependência tem dois pais. Depois vêm os elefantes. Mas, os estudos de todos os ramos sociais e científicos são enfáticos de que essa dependência, cuidados extremados e mimos não podem ser eternos, sob pena de estarmos criando indivíduos frágeis, inaptos ou até imbecilizados. Seria como tornar essas crianças, adolescentes e jovens em futuros adultos portadores de necessidades especiais. A exemplo de uma pessoa com uma síndrome neurológica ou do desenvolvimento psicomotor (ex: paralisia cerebral, síndrome de Down).
Hoje, à luz das evidencias da psicologia pedagógica e ciências sociais, se sabe do quanto resulta de negativo e desconstrução do indivíduo a convivência de pais superprotetores e filhos muito mimados. Tal expediente e relação pais e filhos sempre existiram. Todavia, parece que se tornaram mais prevalentes com o surgimento dos grupos de ativistas e catequéticos do Instituto dos direitos humanos. O MANTRA desses ativistas e progoeiros defensores se resume ao “mesmo” ramerrame (litania): Direitos Humanos. Nunca é falado sobre a questão dos deveres humanos.
Todos esses defensores púbicos ou privados, todos os novos pais dessas novas gerações têm pouco ou nada de preocupação, se desta superproteção surjam filhos e futuros adultos, considerados como humanos (homens ou mulheres) direitos ou tortos. É a tendência de nossa modernidade líquida ou digital. Processo que se nos soa irreversível, ao menos sob o prisma de todo o sistema capitalista, consumista e prazenteiro do momento. Quão triste e melancólico.
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