Hidrelétrica de Serra da Mesa terá redução da vazão mínima liberada até 30 de abril

Flexibilização da defluência mínima de Serra da Mesa busca melhorar o armazenamento do maior reservatório da bacia hidrográfica do rio Tocantins.

 

Serra da Mesa, no Município de Uruaçu (com antiga ponte, inativa, reaparecendo): mais água. O lago vai subir – Fotos: Airton Ramos Pimentel Segundo (Arquivo – dezembro/2019)

 

Até 30 de abril, a barragem da usina hidrelétrica de Serra da Mesa (UHE de Serra da Mesa), no rio Tocantins, terá uma redução da vazão mínima autorizada para liberação, passando de 300m³/s para 100m³/s de média diária. Esta mudança consta da Resolução número 4/2020 da Agência Nacional de Águas (ANA), publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 13 de fevereiro. A medida busca aumentar o armazenamento de Serra da Mesa, que estava com um volume útil de 14,49% um dia antes. A situação da hidrelétrica pode ser acompanhada via Sistema de Acompanhamento de Reservatórios.

Segundo o documento, a operação abaixo de 300m³/s na UHE de Serra da Mesa deverá ser acompanhada da manutenção de níveis elevados de armazenamento no reservatório da hidrelétrica de Cana Brava (GO), que fica imediatamente a jusante (abaixo) de Serra da Mesa, para garantir o alagamento do trecho do leito do rio Tocantins entre as barragens de forma suficiente para atender aos usos da água na região.

Furnas Centrais Elétricas, que opera em Serra da Mesa, deverá divulgar a flexibilização temporária da defluência da hidrelétrica para os Municípios entre os reservatórios de Serra da Mesa e Cana Brava. Essa flexibilização poderá ser suspensa ou revogada pela ANA antes de 30 de abril mediante decisão fundamentada.

Conforme a Resolução ANA número 4/2020, o reservatório da UHE de Serra da Mesa deverá suprir as vazões defluentes necessárias para garantir o atendimento das restrições de vazões mínimas liberadas pelas usinas hidrelétricas de Cana Brava, Peixe Angical (TO), Lajeado (TO) e Estreito (MA), que ficam a jusante de Serra da Mesa. As defluências mínimas estão estabelecidas nas respectivas licenças ambientais e no Inventário das Restrições Operativas Hidráulicas dos Aproveitamentos Hidrelétricos expedido e atualizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

É possível acompanhar a situação da bacia do rio Tocantins.

 

Hidrelétrica e rio

A hidrelétrica de Serra da Mesa tem capacidade instalada para geração de 1.275MW, segundo dados de Furnas, e atende ao mercado de energia elétrica do Sistema Interligado Sul/Sudeste/Centro-Oeste. Além disso, a hidrelétrica é responsável pela ligação entre este sistema e o Sistema Norte/Nordeste, sendo o elo da Interligação Norte-Sul. Com uma área de 1.784km², o reservatório da hidrelétrica é o maior do Brasil em volume de água com 54,4 bilhões de metros cúbicos (m³). Sua barragem para geração de energia fica no curso principal do rio Tocantins no Município de Minaçu (GO).

Com aproximadamente 2,4 mil quilômetros de extensão, o rio Tocantins é o segundo maior curso d’água 100% brasileiro, ficando atrás somente dos cerca de 2800 quilômetros do rio São Francisco. O Tocantins nasce entre os Municípios goianos de Ouro Verde de Goiás e Petrolina de Goiás. Ele também atravessa Tocantins, Maranhão e tem sua foz no Pará perto da capital Belém. O rio pode, ainda, ser chamado de Tocantins-Araguaia por se encontrar com o rio Araguaia entre Tocantins e Pará. Os dois cursos d’água também dão nome à Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia, que é a maior do Brasil em área de drenagem 100% em território nacional. Por serem rios interestaduais, a gestão das águas do Tocantins e do Araguaia é de responsabilidade da ANA.

 

(Informações: ASCOM/Agência Nacional de Águas [ANA])

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