Ordenado bispo, Francisco Rodrigues do Rêgo (dom Francisco) foi prestigiado em cerimônia que reuniu milhares de pessoas, presidida pelo bispo emérito de Uruaçu, dom José Silva Chaves, que destacou: “Como ser mestre autêntico da palavra, existe uma única estrada para se tornar discípulo autêntico. É Jesus Cristo: ‘Eu sou o caminho’, diz ele. Se não trilharmos esse caminho, perderemos a credibilidade e não passaremos de sinos que tocam e címbalos que retinem”.
Dom Francisco Rodrigues do Rêgo foi ordenado bispo, em 4 de agosto, Dia de São João Maria Vianney, padroeiro dos padres. A celebração contou com a presença de milhares de pessoas que encheram a quadra do Seminário São José, em Uruaçu. Além dos cristãos leigos oriundos das mais diversas Paróquias das Diocese de Uruaçu e Ipameri, a celebração contou também com a presença vários bispos, padres, religiosos e religiosas e seminaristas e autoridades da sociedade civil.
A cerimônia de ordenação episcopal foi presidida pelo bispo emérito de Uruaçu, dom José Silva Chaves. Foram co-ordenantes da celebração, o bispo de Formosa-GO, dom Adair José Guimarães, e o bispo de Teófilo Otoni-MG, d. Messias dos Reis Silveira, que foi o pastor da Diocese de Uruaçu por 12 anos.
D. José explicou, em sua homilia, que Jesus chama aqueles quem ele quer. “É ele quem escolhe, é ele quem elege. Nenhum dos apóstolos se apresentou por si ao mestre, nenhum deles pediu para ser escolhido apóstolo, assim acontece com os bispos”. Também: “Os bispos governam as Igrejas particulares que lhes foram confiadas com conselhos, exortações, exemplos, mas também com autoridade e o sacro poder”.
“O Concílio Vaticano II nos ensina que com a consagração episcopal se confere a plenitude do sacramento da ordem e por isso se chama na liturgia da Igreja e no testemunho dos santos padres ao supremo sacerdócio. O bispo recebe dos apóstolos um mandato oficial que lhes credencia junto dos homens, que lhe confere a própria autoridade de Cristo para o cumprimento de sua missão”, expôs.
Missão do bispo
Outro aspecto abordado pelo ordenante principal foi a missão do bispo, que segundo ele deve se desenvolver a partir do coração aberto para todos, indistintamente, sem exclusividade, a exemplo de Jesus, razão pela qual o Senhor enviou o bispo, para se preocupar com as coisas de Deus, não das coisas humanas. Também nisso deve tomar o exemplo de Jesus.
“Entre os vários ministérios do bispo se sobressai aquele de anunciar a palavra de Deus, proclamando-a com coragem e defendendo o povo cristão diante dos erros que o ameaçam, o bispo em comunhão com o papa e demais membros do colégio episcopal, é mestre autêntico, isto é, revertido da autoridade do Cristo, seja ao ensinar individualmente seja ao fazer junto com os outros bispos e por isso os fiéis devem aderir ao seu ensinamento com religioso obséquio” (conforme o Diretório para o ministério dos bispos, n.119). “Como ser mestre autêntico da palavra, existe uma única estrada para se tornar discípulo autêntico. É Jesus Cristo: ‘Eu sou o caminho’, diz ele. Se não trilharmos esse caminho, perderemos a credibilidade e não passaremos de sinos que tocam e címbalos que retinem”, enfatizou.
Por fim, Dom José encerrou pedindo ao Divino Espírito Santo, padroeiro da Diocese de Ipameri, que ilumine o agora bispo Francisco na missão de apóstolo, discípulo enviado àquela Igreja particular para anunciar o Cristo não só com palavras, mas sobretudo com testemunho de vida sob a proteção da Virgem Mãe da Igreja e nossa.
Rito de ordenação
Após a homilia houve o rito de ordenação com a imposição das mãos e prece de ordenação, em que o bispo sagrante pede a Deus Pai e ao Espírito Santo que envie sobre o eleito a força que dele procede. Em seguida houve a unção da cabeça e entrega do Evangeliário e das insígnias: o Evangelho, para que anuncie a palavra de Deus com toda a constância e desejo de ensinar; o anel, símbolo da fidelidade; e, com fidelidade invencível guarda sem mancha a Igreja, esposa de Deus; a mitra, para que brilhe no eleito o esplendor da santidade, para que quando vier o príncipe dos pastores, mereças receber a imarcescível coroa da glória; e, o báculo, símbolo do serviço pastoral, do cuidado com o rebanho, no qual o Espírito Santo constitui o bispo a fim de apascentares a Igreja de Deus. O lema episcopal de dom Francisco é Mane Nobiscum Domine, em português Fica conosco Senhor.
Após a ordenação, algumas pessoas prestaram suas homenagens ao novo bispo, entre elas os familiares. O administrador diocesano de Ipameri, Orcalino Lopes da Silva (Padre Orcalino), disse que aquela Igreja particular jamais deixou de rezar a Deus pela nomeação de um bispo que a conduzisse. “No dia 15 de maio, fomos agraciados com a nomeação de vossa excelência, agora bispo de Ipameri. A partir de então começamos a sentir uma paz interior e uma compensação vinda do próprio Deus, do Espírito Santo e hoje nós temos a graça de ter aqui vários sacerdotes e também os leigos e leigas e religiosas que aqui viemos para louvar e agradecer a Deus por este dom que ele dá à Diocese de Ipameri dado pelo seu sim como presbítero e hoje consagrado bispo diocesano. Agradecemos a d. José Chaves e à Diocese de Uruaçu por ter cuidado de vossa excelência tão bem como pastor, como presbítero e hoje nós podemos dizer à Diocese que nós também queremos cuidar com todo o carinho do seu ministério episcopal nesta Diocese que Deus o confiou. Seja bem-vindo, nós o acolhemos com carinho, com oração e nós o aguardamos com muita fé no dia 24 de agosto quando estará presente assumindo a sua Diocese. Bem-vindo, nós o acolhemos com uma salva de palmas”.
O coordenador da Pastoral Presbiteral da Diocese de Uruaçu, Padre André Luís do Vale, comentou que a Igreja está em festa, pois foi feito mais um sucessor dos apóstolos para conduzir a Igreja de Deus. “A nossa Diocese se alegra muito, pois é uma experiência intensa que temos vivido, digo nós, o povo de Deus e todos os sacerdotes e diáconos da nossa Diocese. O sentimento é de alegria e gratidão por ter nos presenteado com uma pessoa tão especial, mas gratidão pelo seu sim durante os 27 anos quase exercendo o ministério presbiteral em nossa querida Diocese de Uruaçu e agradecendo também pelo seu sim generoso ao ministério episcopal. Nós sabemos o grande amor e zelo pelos sacerdotes, sempre se esforçando para manter comunhão com todo o clero da Diocese de Uruaçu, dando testemunho de vida, de amor à Igreja no sacerdócio, cultivando grandes amizades em nosso meio, tendo preocupação e cuidado com os irmãos no ministério. Se fôssemos dizer teríamos uma lista enorme de ações que o senhor fez para ter esse cuidado com os padres da nossa querida Diocese. Com essas ações simples se tornou grande exemplo para o nosso clero e nos enriqueceu com sua presença simples e discreta”.
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Bispo Francisco: ‘A palavra hoje é gratidão’
“Da minha parte cabe agradecer, em primeiro lugar, o dom da vida humana, cristã”, expressou na cerimônia o novo bispo, Francisco Rodrigues do Rêgo, que assumirá a Diocese de Ipameri, cidade do Sul de Goiás, no dia 24 de agosto.
Ao final da cerimônia de ordenação episcopal de 4 de agosto em Uruaçu, o novo bispo, d. Francisco, também se pronunciou, enumerando uma série de gratidão.
“A palavra hoje é gratidão. Ouvimos a homilia rica de significado, as palavras, os cumprimentos feitos! Então, da minha parte cabe agradecer, em primeiro lugar, o dom da vida humana, cristã. A minha família, que me educou na fé, a minha mãe, ‘Dona’ Creusa, aqui presente, minhas três irmãs, ao meu pai e dois irmãos já falecidos. Saúdo aos excelentes senhores bispos aqui presentes. À d. José Silva Chaves, querido, bispo emérito da nossa Diocese de Uruaçu, a quem nutro sentimento filial, admiração e grande respeito. Pelo senhor, d. José, eu fui querido, aceito e formado nesta amada Diocese e pelo senhor recebi o sacramento da ordem nos graus do diaconado, presbiterado e hoje do episcopado. Não por merecimento meu, mas por chamado de Deus. Obrigado por ter aceito o convite para ser o bispo ordenante principal da minha ordenação episcopal”. Dizendo ao bispo celebrante maior ser “uma alegria poder citar um nome que tem muito a ver com nossa amada Diocese – nossa gratidão ao senhor –, o novo bispo pediu salva de palmas ao mesmo, “nosso ‘pai’, referência maior para esta Diocese”.
Agradeceu a d. Adair José, a d. Messias e aos demais bispos presentes, às Paróquias em que serviu durante seu ministério presbiteral, nominando todas.
Seu lema episcopal, disse ele, foi inspirado no Evangelho de Lucas (24, 29) que trata do encontro de Jesus com os discípulos de Emaús. “É bonito perceber que quando Jesus se encontra com os discípulos de Emaús ele fala de si, da escritura e se dar a conhecer. Os discípulos sentem a presença do ‘Senhor’ que se revela na escritura e quando Jesus faz de conta que vai passar adiante, eles dizem: ‘Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando’. No momento da refeição, Jesus reparte o pão, os discípulos se entreolham e reconhecem Jesus ao partir o pão. Percebemos aqui uma íntima unidade entre a palavra e o pão e o Senhor continua conosco se revelando, se manifestando aqui na mesa da palavra e da eucaristia, no meio do seu povo santo, no meio dos padres, no meio dos ministros ordenados, o Senhor continua se revelando, pois ele é Deus conosco nas alegrias e nas tristezas, nas fadigas do dia a dia o Senhor não nos abandona e assim que eu rogo ao Senhor que seja sempre comigo na minha missão que ora ele me confia e a todos vocês amados irmãos, rezem por mim. Vocês me conhecem um pouco, muitas vezes as virtudes, os defeitos poucos conhecem e eles não são poucos. Peço a vocês que rezem para que Deus me torne um instrumento bom em suas mãos. Muitíssimo obrigado a todos e a cada um”, finalizou.
Por fim foi lida a ata de ordenação episcopal, pelo padre Edilson Ribeiro de Freitas, chanceler da Diocese de Uruaçu.
Entrevistas
Falando ao JORNAL CIDADE, d. Francisco, nomeado bispo dia 15 de maio (dia do aniversário do bispo Chaves) pelo papa-xará Francisco, comentou: “Eu agradeço muito a Deus pelo dom da vida, dom da vocação humana cristã. Agradeço enormemente ao Senhor, porque me chamou a ser participante da ordem ministerial. Como diácono, presbítero e agora Deus me chama para uma missão maior, que é o episcopado”.
Explicando não se tratar de “um cargo, nem uma promoção”, mas, “uma missão que a Igreja confia a um dos seus ministros”, coube a ele “essa missão. Deus me chama e o Santo padre papa Francisco me nomeou para ser bispo da Diocese de Ipameri. Então, as palavras fundamentais em relação a esse acontecimento – na verdade, eu tenho que dizer –, são gratidão e missão. Eu acolho com fé, humildade. Não vejo que sou capaz, que tenho tantas capacidades para tal, mas louvo e agradeço a Deus por chamar alguém da Igreja e este alguém sendo eu, eu respondo como Nossa Senhora: ‘Sim ao sim’”.
O novo bispo, que participa de atividades da 271ª edição da Romaria de Muquém, vai se despedir oficialmente da Diocese Uruaçu dia 18 de agosto, na missa das 19h, na Catedral Sant’Ana.
Atendendo a imprensa, o administrador diocesano de Uruaçu, Padre Francisco Agamenilton Damascena, falou da graça que foi acolher e participar da ordenação episcopal de d. Francisco.
“Este é um dia de grande graça não só para a Diocese de Uruaçu, mas para a Igreja de Jesus Cristo no mundo inteiro, porque é um irmão nosso que é consagrado, é ungido pelo Espírito Santo para a missão apostólica, para ser sucessor dos apóstolos. Então é toda a Igreja que ganha, é um dom que Deus nos dá neste ‘Dia de São João Maria Vianney’ e particularmente para a Diocese de Uruaçu, que gerou esse nosso irmão para o ministério, para a missão, de modo que hoje é um grande dia, um grande evento eclesial, é um kairós”.
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(Informações, sob adaptações e acréscimo de informações: Diocese de Uruaçu. Com atualizações)