Uh, Coitado – SÍNDROME DO COITADISMO
Entre os muitos rótulos que a sociedade, que as novas famílias estão atribuindo aos filhos temos a síndrome do coitadismo. Ele, esse rótulo, refere-se ao excesso de mimos e proteção que se imprimem aos filhos. A eles todos os direitos ao prazer, ao ócio, a desocupação, ao lazer, ao entretenimento, à melhor comida, aos apetitosos acepipes e tudo mais que eles reivindicam. Nesse cenário, como grande escola, existem à disposição a internet e as nocivas, as intrusivas e abusivas redes sociais. Para vê-las, não existe triagem, não há controle de qualidade, ou seleção do que é construtivo ou destrutivo e deturpador para a criança, o adolescente e os jovens.
O recurso mais utilizado para ingresso a esse feirão de futilidades é o smartphone. Este aparelhinho hoje se tornou uma extensão da anatomia corporal das pessoas. Sem este dispositivo é como se a pessoa, o jovem, o adolescente fosse um amputado, um portador de necessidade especial. A vida ficou sem sentido se desconectada do mundo virtual. E atenção! Esse novo comportamento, cultura e adesão não se referem aos mais jovens, muitos são os adultos, maduros, as madames, sujeitos grisalhos e barbados que não mais vão ao sanitário, à missa, a uma consulta médica (no ato desta), sem ao menos desligar seu celular. Daí o conceito de ser o celular pertencente ao corpo da pessoa, uma extensão das mãos e dos dedos.
Torno aqui ao tema fundamental, a esse novo título e rótulo que é a síndrome do coitadismo. “Coitado, que judiação!” é uma expressão ouvida de muitas mães e muitos pais quando um filho, um parente, um irmão passam por alguma privação, alguma frustração ou pequeno fracasso. Os nãos, a proibição a certos itens, os limites de aquisição, de diversão, de prazer e acesso a tudo se tornaram proibidos, são palavras censuradas.
Muitas são as famílias que criam, tornam os filhos crescidos, adultos, robustos fisicamente. Todavia, imaturos e inaptos, socialmente e produtivamente; para tudo eles se tornaram dependentes. Eles têm carências especiais, necessidades especiais. E podem assim se constituir eternamente. Eles não têm culpa, tiveram sim, uma educação deformada, super protetora, coberta de mimos, direito a todos os penduricalhos inúteis e nocivos oferecidos pela indústria e mercado dos prazeres, do regalo e diversão. Nocivos e destrutivos na formação social, ética e profissional do indivíduo.
Em consequência dessa pedagogia do excesso protetor e liberal, a Psicologia do comportamento familiar para com os filhos, Ela, a PSICOLOGIA vem estudando a agora chamada síndrome do coitadismo. São então os filhos, às vezes barbados e grisalhos que para subsistência não prescindem do arrimo e suporte de outros membros parentais ou que tais façam o mesmo papel. Se o mundo acabasse e só eles restassem, eles também sucumbiriam porque não foram preparados para prover a própria sobrevivência. Como sobreviver se não trabalham mais, nem estudam. Às vezes nem vontade têm para tal, não produzem; são como que inaptos para a vida
“Coitado, que judiação!”. Ele teve que fazer isso e aquilo e não teve quem o fizesse; um diagnóstico definitivo da Síndrome do Coitadismo. Epidemia da hipermodernidade, de nossa era líquida, fluída e digital, como bem preconizou Zygmunt Bauman.
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