SAÚDE DO CORAÇÃO

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA

SUS.TO NO SUS. – MINISTÉRIO DA DOENÇA E SUS(to) nos Hospitais Públicos

O Ministério da Saúde deveria se chamar Ministério da Doença. Porque o que ele menos faz é justamente cuidar da saúde das pessoas. Que políticas o governo tem de saúde? Pensem comigo, quadras de esporte, academias gratuitas para todos, ginásios esportivos, quadras esportivas ao ar livre, planejamento familiar, prevenção de gravidezes indesejadas com contraceptivos, laqueaduras de trompas, vasectomia, etc. Atendimento de qualidade em saúde bucal, entre outros expedientes de saúde pública.

Quando se criou o nosso Sistema Único de Saúde (SUS), 1988, a teoria foi excelente. Mas, uma coisa é o enredo, outra bem diversa é a prática. Uma empreitada é a criação, outras, seus criadores – leiam: nossos sempre incorrigíveis políticos no seu modus operandi.

Elaborarem projetos de lei, aprová-los, e dessas leis se valerem para uso pessoal ou para usufruto de seus apaniguados políticos. Para quem já esqueceu, tivemos a CPMF, Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, alíquota de 0,38% em qualquer movimentação bancária, de 1997-2007.

O ministro de saúde era Adib Jatene (1929-2014). A ideia foi dele, mas na condição de ser unicamente para a saúde. O objetivo da arrecadação com o imposto era custeio da saúde pública, da Previdência Social e erradicação da pobreza. Doce ilusão e enganação das pessoas porque a “saúde pública” se manteve doente, a Previdência na mesma deficiência e a pobreza em condição de miséria. Grande parte do dinheiro da CPMF foi canalizada para outros fins, entre eles os dutos de roubos e corrupção perpetrada pelos políticos da brilhante ideia da contribuição provisória que por escárnio durou dez anos (1997-2007). E muitos dos gatunos e ladravazes queriam-na permanente.

Por isso que se reitera, em tese o nosso SUS, não foi uma má ideia. São cláusulas e postulados das melhores intenções. Desembestadas e psicopáticas são as mentes de quem dele fizeram e fazem uso com fins espúrios. Insanas e criminosas são as cabeças daqueles governantes que desviam dinheiro e surrupiam recursos dos hospitais públicos, dos bancos de sangue e da merenda escolar.

O SUS e todos os seus braços de funcionamento são apenas uma materialização e contundência dos desgovernos, das ingerências e quadrilhas (como o quadrilhão do MDB) que administram o nosso País.

Tomemos alguns exemplos desses esquemas criminosos. Alguns batizados com nomes curiosos, quando investigados pela Polícia Federal. Máfia dos Sanguessugas: foi uma quadrilha ocorrida em 2006, formada por deputados e prefeitos que fraudavam licitação na compra de ambulâncias e orçamento para bancos de sangue. Eram políticos vampiros roubando dinheiro da saúde.

Máfia das Próteses, ocorrida em 2015. Envolvia orçamento com próteses de ortopedia. Eram médicos de hospitais públicos, na atividade de gatunagem. Muitos desses profissionais ou não realizavam o implante das próteses nos segurados do SUS, ou colocavam uma prótese inferior e cobravam por outra bem mais cara, superfaturada.

É muito triste e melancólico constatar, como este autor o testemunhou como medico urgencista (hospitais públicos). Constatar e sem muito o que fazer por doentes em prontos-socorros e hospitais do SUS. Por ironia são chamados prontos-socorros. A maioria ou tarda ou nunca atende aos segurados. Quantos não são os casos que morrem por falta de insumos básicos como antibióticos e quimioterápicos? Outros tantos por falta de cirurgias e vagas em UTIs.

São cenários mórbidos que mais parecem a nau dos insensatos ou navios dos loucos porque o indivíduo chega buscando socorro e não sabe o seu destino. O que lhe espera, quando sua vida se acha por um fio. Muitos são os segurados que morrem por falta de uma simples cirurgia de hérnia inguinal, de úlcera perfurada, por uma apendicite, por hemorragia interna que passa da hora do atendimento.

Fico de cá a imaginar em todos esses ladrões e larápios do dinheiro de merenda das crianças, do sangue para pessoas em risco de vida, nas ambulâncias destinadas aos doentes, das próteses não implantadas nos idosos.

Quando se fala na punição para tanto roubo e corrupção, no julgamento que deveria receber esses malfeitores de nossos compatrícios menos favorecidos, pelo desvio de dinheiro de escolas, creches e hospitais públicos, vem  exatamente a imagem da divina comédia do Dante Alighieri. Também do Armagedon ou juízo final. Provável que nem o 5º nem o 9º círculo do purgatório para esses malfeitores da humanidade, dado que mais do que hediondos são os pecados desses vilões dos recursos da educação e da saúde pública de nossos pobres e desvalidos e inseguros brasileiros.

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