Risoterapia
Fala-se em saúde do estilo de vida. Estilo de vida saudável e insalubre. Ele se define por atitudes, hábitos como atividade física e alimentação. Atividade física como hábito promotor de saúde, sedentarismo (estilo) como insalubridade. Aqui em foco, um dos poucos lembrados, o estilo alegre e divertido de se viver. Imagine o riso! Será que que rir é o melhor remédio, como refere o ditado popular. Pois, acreditem, é verdade e não mito.
Provado cientificamente, o estilo de vida dos ridentes e risonhos traz-lhes mais saúde para o coração, para a circulação sanguínea e linfática. Um pouco dessa tese já estava expressa nos ensinamentos do pai da Medicina, Hipócrates. Ele descrevia sobre os quatro humores básicos: sangue, linfa, bílis (amarela ou negra) e fleuma. Galeno, outro precursor da Medicina foi na mesma explicação. Vem dessa tese, a expressão bem ou mal humorado e fleumático (alegre, divertido).
Há estudos que mostram a estreita relação entre alegria, o gesto de muito rir e boa saúde. Exemplo, o European Heart Jornal, publicou Don’t Worry be happy (não se preocupe, seja feliz), sobre os efeitos do rir e da alegria. Mas, atenção, não aquela alegria ou riso sardônico, irônico, até de extravasar uma frustração ou raiva, e sim, um riso espontâneo, inevitável e puro e inocente. Como o fazem as crianças na sua pureza e leveza ao sorrir.
Enumeremos alguns benefícios do riso e da alegria: melhora da ansiedade, redução das taxas dos hormônios do stress como o cortisol, melhora da pressão, redução dos riscos de infarto e AVC, melhora da imunidade, do sono, do relaxamento muscular, da digestão e função hepática, aumento da autoestima e aumento dos hormônios do prazer, da felicidade como dopamina e serotonina. Há dados mostrando melhora das taxas de glicose e de colesterol e melhora dos efeitos dos medicamentos do diabetes e pressão alta e das doenças pulmonares como asma e bronquites.
Existem, não sem motivo, já implantada em serviços de referências a chamada risoterapia, um complemento aos tratamentos convencionais de doenças degenerativas. Quimioterapia e radioterapia como exemplos que exigem interações longas; sejam de adultos ou crianças. É o caso de equipes de palhaços da alegria (doutores da alegria), que visitam os doentes e contam histórias e anedotas alegres, fazem mini shows para os internados. O quanto esse expediente saudável e bem-humorado eleva o humor, a autoestima e imunidade dos doentes.
E os efeitos sociais? Imagine o quanto esses efeitos são marcantes na dinâmica da socialização das pessoas. Seja em um ambiente festivo, comemorativo e mesmo nos cenários de trabalho. O bom humor, o riso comedido nesse contexto, porque ninguém vai ficar gargalhando o tempo todo nas tarefas profissionais. Mas, aquele semblante de contentamento, de realização, de felicidade; são atitudes que ajudam no bom desempenho dos movimentos de trabalho.
Evidente que há momentos de concentração e rigidez, conforme a complexidade. Mas sempre entremeados de descontração, relaxamento, períodos de descanso e alegria, alegria e risos trocados uns com outros. Estudos da chamada Psicologia Positiva, mostram que os indivíduos mais alegres e risonhos apresentam melhor desempenho nas relações de trabalho, em concursos de emprego e mais sucesso profissional e melhor aceitação pelos clientes. Imagine procurar um profissional carrancudo e sisudo e outro acolhedor, leve, risonho e receptivo. Qual imagem fica mais bem gravada na memória do cliente e/ou paciente?
Por todas essas evidências, ficam aqui essas recomendações. Sorria, ria sempre, faça humor, não faça rejeição, não reprima as pessoas, por simples repressão. Ache sempre um lado engraçado, de forma pura, sincera, leve e acolhedora com as cenas diárias de si próprio e dos outros. Nunca com desprezo ou ironia, mas humanizada, acolhedora, generosa e sincera. “Rir ainda, pode não ser o melhor remédio, mas que o gesto ameniza e faz a função de um bom e benfazejo efeito, disto ninguém duvida”.
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