SAÚDE DO CORAÇÃO

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA

O sequestro de consciências alheias

‘Os modelos mais vistos são os líderes religiosos e políticos’.

 

O Brasil e o mundo vêm assistido a um fenômeno de poucos ramos das ciências já estudado, mas que aos poucos vem sendo interpretado. O fenômeno do sequestro da consciência das pessoas. E como se dá esse fenômeno que se tornou tão useiro e vezeiro pós internet, telefonia celular e Redes sociais? O fenômeno, também nominado de sectarismo, se manifesta no indivíduo que passa a acreditar e seguir arduamente outra pessoa. Pessoa esta na condição de expoente de uma ideia, de uma mudança de sistema, de liderança, de uma política de grupo, de religião, de governança.

A prática do sectarismo ou atitude de seguimento (ser seguidor, apoiador e adesista) de um líder, de um chefe ou governante, se vê mais comumente nas religiões, doutrinas e na política. Os modelos mais vistos são os líderes religiosos e políticos. Pastores e apóstolos, “pregadores evangélicos”, candidatos a cargos eletivos (eleições populares) como governadores, presidentes de seus Países.

Os exemplos de momento, conhecidos do planeta e dos extraterrestes, são o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos; de Nicolás Maduro, da Venezuela; de Benjamin Netanyahu, de Israel; do Brasil, com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Bolsonaro, que como o afirmam o Supremo Tribunal Federal (STF) e Ministério Público (MP), tinha intentos e projetos de continuar no poder, de forma tirânica e autocrática. Por isso, já condenado e preso domiciliar.

Algumas notas são necessárias sobre o carisma e acreditação de seus seguidores e apoiadores (sectarismo) sobre esses líderes. Trump, como sabido do planeta, antes de se eleger presidente quase foi impedido pelos mais de 30 inquéritos e processos a que respondia. Entretanto, graças aos apoiadores e à Justiça americana foi eleito e empossado, com a subsequente suspensão de todos os inquéritos e processos em andamento. Ou seja, ali, até a Justiça se tornou sectária de Trump, em acreditar que ele seria o melhor governante.

Na Venezuela. Maduro, como fartamente sabido fraudou as eleições na Venezuela e perpetua ditatorialmente no poder. Graças à sua claque de apoiadores e bajuladores. Em Israel, Benjamin Netanyahu, como vingança de cerca de 1200 pessoas mortas pelos terroristas do Hamas, já matou cerca de 70 mil pessoas da Faixa de Gaza e Palestina/civis. Os mortos: terroristas, crianças, idosos. Um típico genocídio. Não se tem estatística de inválidos, os amputados, os sobreviventes com graves sequelas de bombas e mísseis. E graças aos apoiadores, Netanyahu, dentro e fora de Israel, continua no poder.

E aqui no Brasil, o exemplo de momento, do típico fenômeno de sequestro de consciência se vê nos apoiadores de Jair Messias Bolsonaro. Os seus seguidores e sectários (sectarismo), ante tantas provas de registros de sua responsabilidade nas cifras de mortos durante a pandemia da Covid-19, continuam a desacreditar nas vacinas da Covid-19 e outras vacinas de outras doenças. Muitos ainda acreditam até no kit Covid-19 e outras práticas de charlatão disseminadas pelo ex-presidente e por seus asseclas. E mais, conforme o atestam o Ministério Público e agora o Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro e seus assessores, ministros, secretários e apoiadores tinham um plano de Golpe de Estado, perpetuação no poder, contra os ditames da Constituição e das instituições do Estado (Brasil). Ainda assim, os seus milhões de apoiadores e seguidores creem cegamente que Bolsonaro e seus “ex-homens de Estado” são inocentes e ingênuos. Eles foram condenados e vão responder a duras penas, impostas pelo STF.

E para fecho dessa matéria. O exemplo de Brasil, de agora, consubstancia e demonstra o quanto muitas mentes humanas são susceptíveis, são sugestionáveis, manipuláveis e enganadas. É o claro fenômeno do sequestro de consciência das pessoas. A que também popularmente se dá o nome de lavagem cerebral, doutrinação, adestramento, maria-vai-com-as-outras. Ficam perguntas: ingenuidade? Desejo de ser contra o sistema reinante (ainda que legal e democrático); participar da partilha do bolo de benefícios e uma boquinha no poder em caso de vitória daquele candidato outsider? O golpista, o autocrata, como era desejo de Bolsonaro? Ou os exemplos de Trump e Nicolás Maduro, na Venezuela?

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