MIRLA ‘[Aveiros Cavalcanti’
Cheiro de flor de murtas e pitangas…
Eles só se amavam, tontos de felicidade fugaz
Tanto era o amor… Que os deixassem em paz
Na sacada de um sobrado lá na Rua da Infância
Dá-se palco ao improviso, é verdade, a musa dança!
Dança, Mirla, a balada ao seu amor
Que se põe na contra dança e declama como ator
Posa ao príncipe dos teus sonhos, na noite de ilusão
Que a madrugada anuncia ser teu estro só paixão
Ele é esteta e cantor, com uma lira de arabescos
Ama a valsa implacável, teu poeta truanesco
Tropel de cavalos carregando donzelas
Torres, nuvens, alcova… pedaços de castelos
Te promete o infinito pra te dar os infernos
Sê tu cérebro, teoria, valha mais que um vintém!
Há um harém e tantas outras, com as carnes que tu tens
Na folha em branco do ballet do seu jardim
Plante versos entre as flores ao perfume do jasmim
No baile mágico da ronda fatal
Melhor o entoa à vida imortal
Como a lua, entre as ogivas de prata
Te esconde o tule, menestrel da madrugada
Dança, musa, seja bela até a morte
Depois da vida só há vida, eis o bailado da sorte
Devora-te a aurora num arrebol de junho
Nua no torso à solidão do plenilúnio
Toca-te tua haste de condão
No fanal da aurora te aguarda o porto solidão
Espuma da onda, magia que muda
Te apruma o compasso, no passo que estuga
Cristais líquidos que lavam quimeras
Vê-te na paisagem da dimensão que nos espera
No amor que vence a morte com o sublime do ser amado
Dança, Mirla, ao cortejo dos astros
Seja a d’Alva nesse arquipélago de estrelas
Ou a fada no sendal do firmamento em poeiras
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Esse primo Abílio é genial. Canta, toca instrumento musical, constrói belos poemas, é magistrado ímpar, jornalista, escritor, historiador e muitas coisas mais! Orgulho para nós, dianopolinos!