SAÚDE DO CORAÇÃO

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA

FUTILARIAS ‘ON’ E ‘OF’ – OFICINAS E FUTILARIAS DAS REDES SOCIAIS

É de causar espécie o quanto as pessoas se tornam obcecadas por tudo aquilo que se encerra de fútil e inútil da internet e as tão globais (ubíquas) redes sociais. E faz bem que – nós utilizadores de comunicação digital –, compreendamos que a internet e as redes sociais são absolutamente inócuas, neutras e inocentes. Elas (internet e redes sociais) não têm nada e ver, a dever pelo que é veiculado em suas páginas, nas mídias de toda ordem. Por conseguinte, a questão, a natureza do que é divulgado se vincula aos usuários; aos chamados internautas. Aqueles que trafegam por suas plataformas, em busca do que lhes agradam, do que lhes dão prazer, satisfação. Enfim, do que lhes aprouver.

Quando se faz um passeio, uma análise do homem com suas relações com o planeta, com o meio ambiente e sociedade, concluímos que da relação do homem com a Terra ele passou a se relacionar não mais com as coisas naturais, com a Terra e suas riquezas nativas, mas agora, sobretudo com os avanços tecnológicos. E nesse novo contexto, sobretudo com as tecnologias da informação (TI). Essa maravilhosa ferramenta de comunicação, porque é eficaz, é segura, é instantânea e pródiga, porque não tem limites; ela que passou a ter múltiplas finalidades. Basta relembrar os objetivos originários da criação da internet. Vejamos os seus desígnios primitivos.

Foi a necessidade de transmissão rápida de dados, de informação de máxima segurança, de comunicação de fatos e feitos de interesse de Estado das Forças Armadas americanas. Pronto! Isto já bastaria na sua originalidade, na importância e seriedade na criação da rede de interconexão de computadores das Forças Armadas e de segurança dos EUA. Por um gesto de generosidade, de um gesto democrático, entenderam os gestores e chefes de Estado dos EUA que a tecnologia da internet deveria ser acessível aos seus cidadãos, ao povo americano e em seguida a todo o planeta. E assim foi feito.

Não há dúvidas de que aqueles objetivos e finalidades a que propuseram os criadores da internet são largamente, muito alcançados por parcela significativa da humanidade. Basta ter em conta o quanto essa ferramenta e seus múltiplos aplicativos são utilizados no trabalho, nas organizações públicas e privadas, no âmbito financeiro, nas pesquisas e nas escolas de todos os níveis e de toda natureza. Falamos então aqui no emprego utilitário, construtivo, produtivo e ético da internet e mídias digitais.

E então temos o outro lado da moeda. A utilização nociva, fútil, inútil e idiotizada da internet. E nesse contexto, o paradigma, o modelo é o emprego das mídias virtuais e redes sociais. Poder-se-ia definir esse percentual de pessoas de a banda podre dos clientes (usuários) do mundo virtual. Muitos são os especialistas, os críticos, os ensaístas, jornalistas e pesquisadores que expressam seus pareceres e opiniões sobre o mau uso e futilidade das redes sociais. As referências são as mais variadas e nada laudatórias: “Legião de idiotas”; “imbecis digitais”; entre outros adjetivos nada qualificativos.

A vida nas redes sociais, como Facebook e WhatsApp, se tornou tão banalizada, mórbida e esquizoide que muitos Hospitais Universitários (Unifesp e USP) criaram Departamentos para tratar a dependência das tecnologias digitais e dos games. A prevalência dos distúrbios tende ao crescimento e isto preocupa aos pesquisadores e profissionais de saúde mental. Vivemos, pelos estudos e estatísticas, uma pandemia de futilização e frivolidade da vida nas redes sociais. Isso é muito triste.

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