OPINIÃO

DIVERSOS

‘EDITORIAL’ – Edição 414 (16 a 30/11/2023) – ‘Situação comunicativa’

No texto Situação comunicativa, consta que ‘Denomina-se situação comunicativa o momento imediato em que o gênero discursivo se materializa em texto numa situação real de uso’.

No texto Situação comunicativa, consta que ‘Denomina-se situação comunicativa o momento imediato em que o gênero discursivo se materializa em texto numa situação real de uso’ – Imagem: www.ceale.fae.ufmg.br

 

Autor: Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante,

Instituição: Universidade Federal da Paraíba-UFPB / Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas,

 

Verbetes associados: Condições de produção do texto, Conhecimento linguístico, Gêneros do discurso, Interação verbal, Texto,

 

Referências bibliográficas:

KOCH, I. A interação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 2001a.

KOCH, I. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 2001b.

MARCUSCHI, L. A. Cognição, linguagem e práticas interacionais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007.

MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.

 

Transcrito em 24/11/2023, sem adaptações, de https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/verbetes/situacao-comunicativa

 

Situação comunicativa’

A expressão situação comunicativa tem sido usada como equivalente de contexto ou contexto imediato. Denomina-se situação comunicativa o momento imediato em que o gênero discursivo se materializa em texto numa situação real de uso. Os fatores que configuram a situação comunicativa, na qual o gênero discursivo se encontra ancorado, englobam os atores sociais envolvidos (interlocutores), o espaço (contexto de circulação), os objetivos comunicativos envolvidos na situação, o gênero ou conjunto de gêneros discursivos utilizados. Ou seja, uma situação comunicativa envolve: o lugar (quadro espaço-temporal), o propósito comunicativo, os participantes e o gênero discursivo. Os participantes trazem consigo conhecimentos diversos, tais como: linguísticos, ideológicos, culturais, sociais, crenças e valores, que vão compor a situação comunicativa. Além disso, a composição da situação comunicativa deve levar em consideração o lugar ocupado pelos participantes envolvidos, como também seu ponto de vista e os papéis por eles ocupados ao comporem a situação. Por lugar entende-se não só o local físico imediato no qual a cena se desenrola, mas também o lugar sócio-histórico e suas representações para uma determinada cultura ou grupo.  O propósito comunicativo diz respeito à finalidade, ao intuito da comunicação.

É possível ilustrar uma situação comunicativa no exemplo a seguir: ao longo de uma aula, numa escola, um supervisor pede licença para dar um aviso à turma. Nesta situação comunicativa é possível depreenderem-se os seguintes elementos: o lugar – sala de aula; o propósito comunicativo – dar um aviso à turma; os participantes – supervisor, professor e alunos; o gênero discursivo escolhido – aviso. Um outro exemplo ilustrativo: num dado momento em sala de aula é proposta a leitura de um livro de literatura infantil. Os elementos que vão compor a situação comunicativa são: os participantes – professor, alunos; o lugar – sala de aula; o propósito comunicativo – apreciar a leitura de um livro de literatura infantil; os gêneros discursivos: o convite à leitura da narrativa literária, a apresentação do livro, feita pelo professor, de quem o escreveu e ilustrou, a apresentação de outros gêneros que compõem o livro (a capa, a contracapa, a apresentação da obra etc.); a leitura da narrativa literária escolhida. Além desses gêneros presentes na situação comunicativa, outros gêneros discursivos podem ocorrer, como por exemplo: as conversas espontâneas surgidas paralelamente à leitura da narrativa literária, a partir de algum conteúdo presente nessa narrativa. Tais conversas podem vir a compor a situação comunicativa quando o professor faz uso do que está sendo conversado para fazer parte da cena da narrativa, ou podem vir a se transformar numa nova situação comunicativa, paralela à primeira situação. Uma dada situação comunicativa pode gerar, assim, situações comunicativas outras que, ou vão se agregar à situação primeira, ou vão ser paralelas a ela.

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