OPINIÃO

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‘EDITORIAL’ – Edição 312 (16 a 31/08/2019) – ‘Infraestrutura energética’

Em transcrição fiel do artigo Infraestrutura energética, do jornalista Hélio Rocha, de 30/08/2019, do jornal O Popular (Goiânia-GO), este Editoral aborda a questão da energia elétrica em Goiás. Leia:

 

O governo estadual acaba de promover um esquema de negociação com a empresa energética Enel, de modo que ela assuma o compromisso de investimentos que são necessários, pois o Estado se encontra, evidentemente, diante de um retrocesso energético, problema realmente muito grave.

O desempenho da empresa Enel é tão fraco que a circunstância cria saudade da Celg, a empresa estatal criada em meados da década de 1950, sem dúvida responsável, em determinado momento, pelo avanço da economia de Goiás.

Todos sabem o grau de importância que representou a mudança da capital da cidade de Goiás para Goiânia, de modo geral, mas houve um instante crítico, depois disso, por causa da questão energética.

No início de Goiânia o abastecimento energético dependia de uma usina hidrelétrica que funcionava num represamento do Rio Meia Ponte na área do Jaó. Em abril de 1945, um temporal danificou a usina e isto resultaria em grave crise de abastecimento de energia elétrica. No começo da década de 1950, a administração estadual, comandada por Pedro Ludovico, decidiu construir a usina do Rochedo, no Rio Piracanjuba, e, assim que ela foi inaugurada, a situação começou a melhorar.

José Ludovico de Almeida era secretário da Fazenda e, a pedido de Pedro, acumulou as funções, assumindo o comando da obra da usina do Rochedo. O mesmo José Ludovico assumiria o governo em 1955 e imediatamente iniciou a construção da hidrelétrica de Cachoeira Dourada, no Rio Paranaíba, na divisa de Goiás com Minas Gerais.

Com as duas hidrelétricas o Estado daria um salto econômico. José Ludovico criou as Centrais Elétricas de Goiás (Celg) – que iria também assumir a responsabilidade de abastecer Brasília, no início da nova capital da República. A Celg teve gestões competentes, com figuras como Oton Nascimento e Camargo Júnior.

Antes da venda da Celg, hoje tão lamentada pelo desempenho ruim da sucessora, lamentou-se muito a alienação da hidrelétrica de Cachoeira Dourada. Isso aconteceu no governo de Maguito Vilela, sob pressão da onda privatizadora da administração federal de Fernando Henrique Cardoso.

A década de 2020 vai exigir de Goiás determinadas condições para que não ocorra retrocesso econômico, um desafio que tem na energia elétrica fator determinante. Não se pode admitir uma empresa de energia elétrica frágil, como atualmente se encontra a Enel, nem que a infraestrutura energética impeça o desenvolvimento do Estado nessa década que está prestes a surgir, o que irá exigir, também, uma melhoria substancial no sistema rodoviário de Goiás.

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