SAÚDE DO CORAÇÃO

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA

Drogas Divinas e Drogas do Diabo

Conta-se e soa muito persuasivo e verossímil, vindo essa narrativa da sabedoria dos tempos de Confúcio e Buda, que as drogas ilícitas como o álcool, a maconha e a cocaína são uma invenção do diabo. Não leram mal, não! Exatamente essa descrição e digressão que se faz aqui, replicando essa sabedoria de milênios. Seria essa versão, em suma: as substâncias boas e de uso medicinal, como o ópio, os analgésicos leves ou potentes como a morfina seriam uma criação divina. As ditas drogas maléficas ou malignas, como as denominam essa sabedoria oriental seriam uma criação do demônio, em uma tentativa frustrada de imitação da criação divina.

De fato, quando se olha uma e outra substância, a do mal e do bem, há toda uma destinação diferenciada. Tome-se o exemplo da morfina: ela existe como uma criação benéfica, no aplacamento e mitigação do sofrimento, da dor física, a mais insuportável, de um infarto agudo de miocárdio, por exemplo. Tome-se o caso do álcool e dos danos que a bebida traz ao alcoólatra e seus familiares domésticos, os que coabitam com o dependente e bebum. De horrorizar!

Essa mesma sabedoria oriental faz outro paralelo, entre uma criação divina versus uma diabólica: os anestésicos de variados graus, desde um local ou geral. Imagine se tivesse que fazer uma cirurgia sem anestesia, soa de fato como uma criação do bem, do benefício, da bem-aventurança, de eliminar qualquer dor do paciente, em cirurgia. Já a criação diabólica, os venenos de modo geral, inclusive dos animais peçonhentos, capazes de provocar muito sofrimento, dores lancinantes e morte.

Há a explicação, até mesmo espiritual, de que quando sem tem um drogadito ou alcoólatra em uma casa, basta um desses, toda a família do convívio adoece junto. Faz todo o sentido e aceitação. Quanto mais próximo o parente ou parenta, mais essa pessoa adoece junto com o bebem! É um adoecimento emocional, físico e espiritual.

Doutrina e seitas como o budismo, o xintoísmo e o espiritismo, nos passam essa preleção e interpretação. Do adoecimento domiciliar de um bebum, um alcoólatra contumaz. A casa e domicílio comum de um alcoólatra recalcitrante, continuado e desleixado com seus deveres de chefe de família, aos poucos, lar e pessoas vão sendo invadidas pelos espíritos imundos da criação diabólica, as drogas que entorpecem e conspurcam viciado e pessoas próximas. É o que ocorre por exemplo com a mulher de homem em desmazelo corporal e moral dominado pelo álcool. Essa esposa vai padecer o sofrimento psíquico, depressão, tristeza, isolamento social, imunidade baixa e contrair doenças malignas como o câncer orgânico. Porque de câncer psíquico e espiritual ela já vem sofrendo com o marido bebum!

A História nos conta vários casos de homens públicos, e esses são emblemáticos do que se dá com milhões de lares comuns pelo Brasil e mundo. Como esses dois exemplos são falecidos, é hora de citá-los como modelos de arruinação social, pessoal e familiar.

Camillo Benso (1810-1861), também chamado de Conde de Cavour, foi primeiro ministro da Itália (era Reino de Itália). Bebum de primeira categoria, arruinou a si, mulher e alguns filhos. Outro indigitado alcoólatra, Otto von Bismarck. Além de título de chanceler de ferro, foi um político histriônico e fanfarrão, tipo Trump. Se fez contra a Igreja Católica, se rebelou contra opositores. Ele criou o 2º Reich Alemão. O sujeito era de têmpera de aço, de tanto cruel, era um cachaceiro nas horas vagas. Mulher e filhos, inclusive um filho bastardo, de igual forma adoeceram, a mulher morreu de câncer, os filhos se embrenharam em depressão, danação financeira e outros destrambelhos pessoais e fiscais. Tudo sob o império dos espíritos malignos da bebida.

E para fecho de resenha sobre os cachaceiros e drogaditos, os alcoólatras que põem suas vidas e vidas de seu entorno (esposas, filhos, cuidadoras) na mesma canoa furada, nos barcos à deriva de suas vidas. Esses tais e quais parentais se tornam doentes pelo vício e adoecem muitos ao seu redor, os que se dispõem para ajuda e até obedecem às suas ordens e caprichos, e vexames, e vergonhas ante outras pessoas visitantes. É o processo do adoecimento domiciliar, no conceito de contágio mórbido dos espíritos malignos, da Legião, outro nome do diabo. Vade-retros, possessos e malignos do álcool e drogas!

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