PAINEL CULTURAL

DR. ABILIO WOLNEY AIRES NETO

Cai a tarde…

Arbustos graciosos dispõem agradavelmente a paisagem.

Longe, o sol incendeia o horizonte a prumo de aterrissagem

No seu fulcro cor-de-abóbora, levitando sobre a grei

Faz no céu um leque esplêndido, queima as nuvens, astro rei!

 

Fadado à glória, no seio da eternidade

Te depões ao firmamento, noite nova, amenidade

Desce o sudário da noite, acende a vésper diamantina

Cravejando o céu tão puro, brilha bela, feminina

 

É noite…

 

Apaga-se o dia e acende o firmamento…

Nas alturas, em silencio, viaja o pensamento

Painel de estrelas desafiando o tempo

Rastilho de mundos que cobrem o relento

 

Era junho, noite nova, chovem fogos, escumilha

São foguetes, artefatos, nas distâncias que se mira

Sobem rojões em centelhas, descem faíscas em véu

Em clareiras de artifício derramando-se do céu

 

Oh! Deus dos paraísos distantes, do firmamento sem fim

Mergulho no oceano cósmico à procura de mim

Estou só, contigo, pulverizado, sigo assim…

Assombra-me a imensidade onde moram os Serafins.

Em espaços estelíferos, onde vivem anjos alados

No etéreo infinito sigo na marcha dos astros

 

É um êxtase a miragem dessa contemplação

Da planície ao céu aberto a história da Criação

Ó mundos que rolam no azul do outro chão

Ninho de vidas, plêiades, galáxias em constelação

 

Umbela, fulgor, madrugada ridente

De saudade o céu chora dois meteoros candentes

Lume de luz fulgura nessa senda dos milênios

No escrínio do universo labaredam esses proscênios

 

Meu estro, sou destro, meu ser é fagulha

Crepita em fogueira no cunhal da rua

Explende o luar, em solidão imponente

Orquestra do Universo… Deus é o regente!

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