CULTURA & EDUCAÇÃO

DIVERSOS

‘Aos que se vão’ – Ítalo Campos

Posto que asas não são postas

às cobras e aos ratos,

porque esses vivem de rastros

e restos de chão,

afeitos a trajetos curtos, rumos pequenos,

os que se arrastam

não chegam.

E, se têm desejos, fracos,

não os levam além, se recolhem

a pequenos frascos,

solúveis à pressão.

As asas são para outros

que vão longe,

que se atiram.

São as asas que atravessam trevas,

nuvens, lugares.

São as asas que transformam os

sonhos, as tristezas, em esperança.

São as asas que avançam o que da imaginação se lança.

São as asas que mantêm o desejo

e que sustenta a civilização.

Posto que meus filhos não são ratos e

porque meu amor lhes deu asas,

agora partem.

E aqui ficamos nós com nossas asas recolhidas

a admirar os pássaros na construção

de suas novas vidas.

 

Ítalo Campos é poeta e psicanalista. Analista membro da Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória-ES. Residente em Vitória, celular (27) 99932-4499; ifcampos@hotmail.com. Natural de Uruaçu-GO, estudou o primário e o ginásio na cidade natal. Estudou depois em Goiânia-GO e na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Coordenador estadual de Saúde Mental do Espírito (1983 a 1989). Coordenador municipal de Saúde Mental de Vitória (1989 a 1992). Criou e dirigiu o Centro de Prevenção e Tratamento de Toxicômanos (CPTT) em Vitória – Prefeitura (1992 a 1994). Dirigiu o Centro de Referência em DST/AIDS, da Prefeitura de Vitória (2000 a 2005). Psicanalista do Toxcen, em Vitória, responsável pelo atendimento psicológico de pessoas que tentaram suicídio (2009 a 2013). Foi assessor de Gabinete de Secretários e Subsecretários Estaduais de Saúde em diferentes ocasiões. Recebeu o Título de Cidadão Espírito-Santense, concedido pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo e, de Cidadão Vitoriense, concedido pela Câmara Municipal de Vitória. Recebeu a Comenda Rubem Braga, concedida pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Membro das Academias Espírito-santense (AEL) e, Uruaçuense de Letras (AUL) e do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito-Santo (IHGES). Criador do Varal de Poesia, evento cultural que se realizou por mais de dez anos na sede do Espaço Cultural Vagão, em Manguinhos (Serra-ES). Colabora regularmente na imprensa com artigos e resenhas; em especial colabora com o caderno de cultura Pensar, de um periódico local. Participou de coletâneas – Interiores; Identidade Capixaba; Escritos de Vitória; e, outros. Organizou e participou dos livros Drogas em Debate (1991); DST/AIDS – Uma Experiência Capixaba (2003); e, Vidas Interrompidas (2009); Por que Escrevo (2019); Era Assim nos Tempos da Fafich (2019). Publicou os livros de literatura infanto-juvenil e de poemas Interiores (1995), O Sadio e o Mentecapto (1998), Sabor da Letra (1999), Anil Bucólica{s} (2006), Embaralhando Palavras (2011), Elegia (2012), O Castelo Encantado do Vovô (2015); Confetes (2019); Esse Ofício de Resistência (2021); e, Avenida Araguaia, Rio de Memória (2021). O JORNAL CIDADE publica desde a edição 409 (1º a 15/09/23) obras dos 22 integrantes da antologia poética As tranças de Ana, organizada pelo escritor e poeta Itaney Campos (natural de Uruaçu, Norte goiano), [s. n.], lançada em 1º/09/23, na capital Goiânia, na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO), presidido por Itaney, que também é desembargador; e, em Uruaçu, dia 11/11/23, no auditório Jorge Gabriel Moisés da Faculdade Serra da Mesa (FaSeM). Fonte, com adaptações: coletânea

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