A pandemia da fome
Fala-se muito, especialmente com o advento da pandemia da Covid-19, fala-se muito na fome no Brasil e no mundo. Fome sempre existiu, mas agora, houve um recrudescimento (agravo) da pandemia famélica. Ela não contagia, não pega, mas vai se espraiando pelo mundo. É um fenômeno que mostra outras características e natureza do ser humano. Thomas Malthus (1766-1834) teve a chance de fazer previsões e hipóteses diferentes da que fez. Foi quando asseverou que a fome viria; tendo em conta que a população mundial cresceria em progressão geométrica, enquanto os alimentos (produção) se fariam em escala aritmética.
As questões da teoria malthusiana. Além dela para melhor entendimento. Na certa e é indiscutível que a pandemia da fome tem estreitas ligações com o egoísmo dos seres humanos, com o desperdício de alimentos desde a produção agrícola até o consumidor, com a má distribuição desses alimentos, com a preguiça de parcela de gente que poderia cultivar terras improdutivas e não fazem; e por fim, com os hábitos pantagruélicos gulosos e orgíacos de parte numerosa de pessoas. Gente de bom poder aquisitivo para quem a vida se resume e se subsume no ato prazeroso da boca e do garfo.
Hábitos de gargântuas e orgias de comidas e bebidas. O que vem a ser esses comportamentos. Para melhor entendermos desses fenômenos temos laboratórios a céu aberto à disposição daqueles que observam, registram e dissertam sobre as questões. Como já se fez em interessante tese de mestrado sobre os biotipos repimpados de homens e mulheres (pimpões). Nesse contexto basta sem ser cientista, sem ser biólogo ou nutricionista, basta um olhar e análise do que motivam as pessoas a buscar, sofregamente, as praças de alimentação, os restaurantes, churrascarias, pizzarias, rodízios de tudo quanto é alimentos calóricos, massas, doces, sorvetes e bebidas alcoólicas.
Quer ensaios (bolhas de ensaios ou tubos de ensaios), experimentos, estudos de casos-controles melhores do que esses espaços de alimentação? Não existem. A grande maioria desses usuários está nesses comércios de alimentos e bebidas para o puro deleite da boca, do paladar. São satisfações e prazeres dos órgãos sensitivos do comer. Noutros tempos, os regalos e gozos da boca (comidas, mais comidas) e do baco (bebidas, mais bebidas).
Ninguém vai a um rodízio de carne, massas e doces, sorvetes e pizzas para se nutrir. Porque a pessoa já está repimpada, com os superávits de toda ordem, em se tratando de IMC e outros aditivos anatômicos. Nunca dos nunca, esqueçam. Elas vão pelo simples e singelo deleite, pelo regalo, pelo prazer gustativo, não há outro motivo. Se algum cliente, algum dia, chegar em um rodízio e disser: Eu vim aqui me nutrir porque estou com déficit calórico, glicêmico e proteico.. Se assim ocorrer, leve esse cliente de imediato para um hospício.
Comida, carnes, pizzas. São alimentos que deveriam ser ingeridos com o propósito maior ou no mínimo paralelo ao do prazer, deveriam ser ingeridos como fontes nutricionais. E nunca como quem com elas se motiva para o regalo, o deleite, o gozo gustativo, para farras e orgias. Daí se conclui que se esses excedentes prazerosos e gustativos fossem repartidos nas cercanias de cada glutão, de cada comilão. Se assim fosse o procedimento maior, não haveria um faminto no mundo.
Acabaria a fome no mundo e as pessoas não se tornariam com as chamadas obesidades mórbidas e com as barrigas proeminentes e mais mórbidas do que as disformes adiposidades. Além dessas morbidezes aqui referidas, existem ainda aquelas fitas e placas gordurosas nas vísceras, nos vasos sanguíneos, nas artérias coronárias e cerebrais. E os repimpados, na iminência de sofrer um ataque cardíaco ou cerebral. A tal da apoplexia cerebral ou infartal. Deus nos livre dessas catástrofes, e sem ser catastrofistas, hein!
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