SAÚDE DO CORAÇÃO

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA é especialista em Medicina Interna e Cardiologia, Assistente do Serviço de Cardiologia e Risco Cirúrgico no Hospital das Clinicas – Faculdade de Medicina / Universidade Federal de Goiás (UFG) – Goiânia-GO; membro Sociedade Brasileira de Cardiologia; e, estudante de Filosofia.

Contatos: joaomedicina.ufg@gmail.com. Acesse: www.jojoaquim.blogspot.comwww.jjoaquim.blogspot.com.br

Natureza humana

O QUE SE descreve aqui neste artigo não se trata de acreditar e não acreditar, mas em convencimento, convicção e ciência. Porque vimos, ouvimos e conferimos os fatos em todos os tempos da trajetória humana. Estamos a referir sobre a personalidade humana, nas suas gradações, nas suas graduações e variedade. Nesses termos e com essas notas falemos sobre a capacidade ou naturalidade de certos tipos humanos em mentir, em fabular, em enredar, em criar narrativas, para justificar malfeitos, ilicitudes, crimes, contrafações, Fake News, fofocas, invectivas. E assim outros comportamentos que vão ganhando ares de naturalização, de normalidade e padrão social, para eles, os praticantes desses expedientes. Como são acontecimentos amplamente divulgados e provados pela imprensa e órgãos policiais e jurídicos, deles podemos fazer uso como um laboratório de estudos humanos.

De plano, falemos sobre a narrativa do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus advogados, quando do depoimento do ex-mandatário da Nação, à Polícia Federal, sobre um vídeo por ele postado, lá em início de janeiro de 2023, após a tentativa de golpe contra a nossa jovem democracia. O vídeo dizia respeito às eleições de Luiz Inácio, o Lula, no qual se colocava em dúvida a lisura e imparcialidade das urnas eletrônicas do TSE. Esse post foi feito, publicado em páginas digitais do ex-presidente e, apagado poucas horas depois. Ao que sugerem a postagem e em seguida a sua deleção, houve como que uma advertência, de algum correligionário da gravidade e estragos futuros na vida de Bolsonaro.

Em que então veio a oitiva do ex-presidente, assistido que fui pelos seus admiradores e competentes advogados. Justificativa, feita de forma serena, muito natural e normal de seus constituídos defensores: o que ocorrera é que sua excelência, o ex-mandatário do Brasil, ao fazer aquele post, estava sob efeito de sedativos, no caso a morfina. Ao que se sabe, a morfina legal, aquela prescrita por médicos, não tem esses efeitos colaterais. Trata-se de um potente sedativo, um dos mais empregados como analgésicos, de dores e cólicas de várias etiologias. Ela pode induzir ao sono, causar náuseas e vômitos. Mas não há relatos de amnésia, confusão mental. Porque se for em doses cavalares, pode induzir ao sono, até coma e morte. Contrariando, uma vez mais as Ciências e a Medicina, disseram essa mentira, essa hiperbólica Fake News.

Um outro fato digno de ampla análise psicopatológica. Também amplamente divulgado por imprensa, Polícias regionais, federais e Tribunais Superiores, se refere ao “drama” vivido pelo senhor Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal. Ele é acusado pelo Supremo Tribunal Federal, ainda em fase de inquéritos e oitivas, de ter impedido o acesso de eleitores de Lula, às cabines de votação, nas eleições de 2022. Houve obstrução de veículos em rodovias federais na Bahia. E mais, ser um dos mentores na tentativa do golpe contra a eleição de Lula, golpe esse tentado em 08/01/23. Anderson Torres e muitos outros golpistas, incluindo policiais e algumas autoridades, foram presos, acusados de participação, sejam como omissos, ativos diretos ou mentores intelectuais e logísticos.

Assim, conforme sabido, via imprensa e órgãos jurisdicionais, Anderson Torres, ex-delegado da Polícia Federal e ex-ministro de Justiça, estava como que homiziado nos EEUU, assim o afirmam jornais creditados, quando foi decretada a sua prisão. Voluntariamente ele voltou e se entregou e foi preso preventivamente, para inquéritos e esclarecimentos. Para começar, afirma ele, natural e serenamente, sem franzir o sobrolho de que perdeu o celular nos EEUU. Nos diversos depoimentos, ele afirma não ter conhecimento de uma minuta golpista, planos de tomada de poder, encontrada em sua casa. E mais, que por lapsos de memória não lembra de senhas para acesso a arquivos de nuvem de seu celular.

E assim, são muitos outros variados tipos de personalidade humana. Tome-me, e não o único exemplo, o caso de violentador e estuprador de mulheres de São Paulo, que crendo no poder financeiro tudo podia fazer, imaginando que os tridentes da Justiça não o prenderiam. Mas, enganou-se. Prenderam-no. E será julgado pelos hediondos crimes cometidos, contra a honra, a intimidade, a dignidade, o pudor de mulheres dele vítimas.

Esses casos aqui em comento, se referem aos mais tormentosos, aos mais vultosos tipos do que seja a personalidade humana nas suas mais variadas esferas da vida. Muitos são os tipos menos gravosos de conduta das pessoas nas suas relações sociais, familiares, corporativas, afetivas até. Relações essas amesquinhadas, esdrúxulas, antissociais, desqualificadas. Que para os praticantes ganham ares de naturalização e normalidade.

Para fecho de matéria da adversidade da personalidade humana. Em uma família, há um idoso a ser cuidado. Inválido para tudo, dependente de cuidados de higiene, médicos e alimentar. Vários filhos. Quantos os que dispendem energia física ou pessoal e recursos em dinheiro para esses cuidados? De igual proporção? Outro exemplo bem simples. Todos gostamos de boa comida, vaca assada ou atolada, frangos e filés. Vamos então degustar, nos farrear. Existem sempre, sempre mesmo! Uns folgados que sem usar óleo de peroba não dividem a conta do almoço ou do jantar. Fácil, não! O mais flagrante, ainda, esses folgados costumam ser os anfitriões dos convites e não pagam a comida dos prazeres e regalos digestórios.

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