SAÚDE DO CORAÇÃO

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA é especialista em Medicina Interna e Cardiologia, Assistente do Serviço de Cardiologia e Risco Cirúrgico no Hospital das Clinicas – Faculdade de Medicina / Universidade Federal de Goiás (UFG) – Goiânia-GO; membro Sociedade Brasileira de Cardiologia; e, estudante de Filosofia.

Contatos: joaomedicina.ufg@gmail.com. Acesse: www.jojoaquim.blogspot.comwww.jjoaquim.blogspot.com.br

Entre o profano e religioso

Algumas tintas e notas sobre as pessoas e suas religiosidades. Entendamos que religião e seita são diferentes de religiosidade. E para as pessoas comuns e de qualquer grau cultural e formação escolar, usemos o termo crença ou fé para mais clareza e entendimento. A prática de crença ou experiência mística de cada pessoa independe de ela ser seguidora ou frequentadora, não importa a frequência, de alguma religião, de alguma igreja de forma presencial e grupal. A exemplo de seita católica, protestante, católica anglicana, carismática. Ou doutrinas como o Budismo ou Espiritismo. E há quem diga que até o ateu, tem uma religiosidade. Ao negar Deus ele acredita em outra energia.

Ao tema proposto então, como digressão da relação das pessoas com as religiões. Mais especificamente aquelas que frequentam igrejas, templos de variadas denominações. Em se falando dos seguidores. Os estudos e respectivos estudiosos dos fenômenos religiosos mostram que a concepção e convicção dos fiéis e dos apresentadores são diferentes. Muitos são os chamados pastores, apóstolos e líderes religiosos que não acreditam em suas próprias prédicas e mensagens exibidas aos fiéis, aos seguidores e adeptos de suas igrejas e doutrinas. Aqui entreouvidos, sugerem que muitos desses líderes fazem da religião uma profissão, um mercado ou mercancia de muita valia. Curioso e instigante tal parecer, pela semelhança vista no dia a dia.

Objeto de análise também é a tese segundo Karl Marx da religião como ópio do povo. Alargando esse entendimento. Assim, o afirmam pesquisas de religião; muitas pessoas aferradas, carolas, pertinazes em suas crenças, em seus fervores e energias místicas e religiosas, padecem na essência de severos graus de perturbações emocionais e mentais. Há em muitos desses membros e adeptos uma crônica doença emocional. E estatisticamente acomete mais as classes mais pobres.

A prática e obediência às diretrizes, pregações, mensagens e regras de uma seita, uma doutrina, representam uma forma de terapia, uma escara e amparo, uma solidariedade para essa pessoa seguidora daquela seita, doutrina, congresso e líder religioso. Assim, o afirmam estudiosos das religiões, sociólogos e terapeutas de família, os constelantes familiares.

Um outro cenário social e comportamental, muito instigante e curioso, meio que esquisito; analisado com toda isenção e realismo se refere ao dualismo de muitos homens e mulheres em suas expressões e acreditação em Deus, suas manifestações místicas e doutrinárias e religiosas (espírita, evangélicos, católicos, não importa o credo). Diz respeito esse dualismo a que? Refere-se à naturalidade e conforto com que as pessoas se mostram como duas personalidades; no ato religioso, seja numa sessão de orações, audiência de prédicas do Evangelho, etc. Essa pessoa está em uma atitude contrita e reverente. Profere e como autômato, faz as preces, orações, recomendações. Acreditam em objetos miraculosos, água benta, palavras e preces de ordem! Tudo cerimonial e respeitoso.

Finalizado esses rituais, esses momentos de contrição e fé, a pessoa como que entra em outra sintonia, outra vibração. Ou seja, essa pessoa navega fácil e com naturalização entre o sacro e o profano, entre o religioso e respeitoso e o antissocial, o ilícito, o fofoqueiro, o difamador, o maldizente dos desafetos ou rivais, os parentes, falsos amigos e contraparentes de toda ordem social do entorno. Que esquisito sugere esse perfil sociológico aos estudiosos das religiões: a dupla vida social entre o profano e o sagrado, entre o em nome de Jesus e Deus no comando! E nas horas vagas, fulano ou sicrano, beltrana ou a dita cuja, espero que vou devagar sua vida! Oh Céus, oh vida, oh azar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Conteúdo Protegido!!