SAÚDE DO CORAÇÃO

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA é especialista em Medicina Interna e Cardiologia, Assistente do Serviço de Cardiologia e Risco Cirúrgico no Hospital das Clinicas – Faculdade de Medicina / Universidade Federal de Goiás (UFG) – Goiânia-GO; membro Sociedade Brasileira de Cardiologia; e, estudante de Filosofia.

Contatos: joaomedicina.ufg@gmail.com. Acesse: www.jojoaquim.blogspot.comwww.jjoaquim.blogspot.com.br

Animal de manada e rebanho

O bicho humano é, como afirmou com muita propriedade o filósofo Nietzsche, um animal de manada e rebanho. Aristóteles descreveu-o também como um ser gregário e da polis (civilità, civilizado, político). São descrições de pensadores que sabiam das coisas, porque foram grandes empíricos, observadores e seguidores do comportamento do Homo sapiens sapiens.

O bom da leitura e análise dessas teses é observar o quanto essas características estão presentes nas pessoas. Não há como fugir a essas diretrizes, a esse conhecimento, a essas leis da natureza. Porque, ela, a natureza é quem dita as coisas, ela não se faz por saltos, mas metodicamente, intransigentemente e para quem estuda e investe interesse e pesquisa ela não mente. A ciência existe com o desígnio maior de domínio da natureza em prol do bem-estar, da saúde, da vida e longevidade do homem.

Tomando essas premissas aqui lembradas e mais os experimentos e ensaios científicos. Sejam da neurociência, da psicologia e sociologia. Chegamos à compreensão do quanto o indivíduo é marcado pelo estilo de vida, pelo ritmo social e de conduta de quem o criou, o erou, o engordou, o tornou adulto. E é justamente essa que deveria ser a maior das reponsabilidades. Entretanto nunca se faz como deveria ser feita. Isto leva-nos a compreender o porquê de um sujeito ser assim e assado. Nunca esqueçamos dessa premissa. O pai e a mãe estão na gênese dessa conduta, desse comportamento; para o bem ou para o mal.

De acordo com muitos sábios e pensadores, cientistas e ensaístas das relações humanas e convivência, cada pessoa resulta dessa natureza gregária e política dos humanos. A família, nomeadamente o pai e mãe, como protagonistas desse grupo social, constituem a grande forja, o grande forno e forma (de modelar) do indivíduo. É das características moral, de costume, do cabedal cultural, dos valores éticos e de honestidade desse fundante grupo que nascem cada um e cada uma. Ora, é por demais consistente, despiciendo de contestação essa conclusão.

Imaginemos um modelo do certo e da educação familiar construtiva. Uma casa com pai e mãe sempre presentes na criação, instrução, escola e formação ética e moral dos filhos. Nenhum vício ou drogadição, nada de alcoolismo desses membros paternos, pai e mãe sempre atentos no treinamento ético, e de honestidade aos filhos. Pai e mãe afetivos com os filhos. Enfim, esses pais no exercício humano, afetivo e educativo desses filhos. Como corolário e resultado; esses filhos e filhas se tornarão em cidadãos e cidadãs éticos, produtivos, autônomos e autossuficientes, laboriosos, não parasitários de ninguém ou de previdência, se adultos autônomos e independentes. E mais: partícipes e cooperativos no que diz respeito a expedientes e energia pessoal e física dispensadas a quem deles e delas dependerem, quando desvalidos e idosos, debilitados! Pensemos nisso!  Porque esses modelos de gente e cidadãos temo-los visto por aí! Imaginemos o cúmulo do desprezo, de uma filha ou filha que de fininho, de mansinho pouco cuidam de seus pais e mães quando idosos! Imaginem nesse comportamento! Existem! Volta-se então ao princípio sociológico da educação familiar, do meio doméstico onde o indivíduo foi construído e formado.

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