Ação faz parte do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores, da Amarillo Gold, que visa estimular os negócios e o crescimento socioeconômico da região. Empresa movimentará, em Mara Rosa e Amaralina, em torno de R$48 milhões na implantação e R$14 milhões anuais durante a operação de seu projeto minerário.
Estudo realizado pela DVF Consultoria a pedido da mineradora Amarillo Gold, revelou o potencial de desenvolvimento, as oportunidades e os desafios dos setores de bens e serviços nos Municípios de Mara Rosa e Amaralina, Norte de Goiás, região que concentra grandes empreendimentos minerários no Estado. O diagnóstico faz parte do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), implementado por meio da Amarillo Gold, com o objetivo de alavancar empresas para geração de novos negócios.
A Amarillo desenvolve o projeto Mara Rosa (Mina de Posse), de extração e beneficiamento de minério com ouro contido, que deve iniciar a construção das instalações imediatamente após o recebimento da Licença de Instalação (LI), com 18 meses estimados para construção, gerando aproximadamente 2,7 mil empregos diretos e indiretos durante a construção, e outros 3,5 mil na fase de operação. Com base nas avaliações e experiências em projetos similares no Estado, estima-se que o empreendimento movimente em torno de R$48 milhões locais na fase de implantação, com R$ 32 milhões no primeiro ano, o que representa 68,2% do orçamento municipal de Mara Rosa, em dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao operar, a expectativa é que as empresas locais participem com fornecimentos que somam aproximadamente R$14,5 milhões por ano, considerando a compra de materiais e serviços, bem como salários e benefícios.
O levantamento é parte da etapa de diagnóstico e plano de trabalho do PDF, que será implementado a partir de novembro. “O programa visa ao desenvolvimento regional, com aumento de negócios e melhoria da competitividade dos fornecedores locais. Nosso intuito é prepará-los para atender à forte demanda que está por vir não somente com o nosso projeto, mas também de outras grandes empresas, deixando um legado na região ao estimular um crescimento perene”, reforça Arão Portugal, diretor-geral da Amarillo Mineração do Brasil.
Potencial de crescimento goiano
Segundo o Instituto Mauro Borges (IMB), Goiás cresce quase o dobro da média nacional: 5%, contra 2,7%, ao comparar o Produto Interno Bruto de 2017. Parte desse desenvolvimento se deve à presença de indústrias como as de mineração, que apresentam demandas em diversas especialidades. De acordo com o estudo da DVF, os maiores custos de uma mineradora são com materiais e atividades de manutenção mecânica (27%), infraestrutura de mina (18%), manutenção civil e predial (13%), seguidos de locação de equipamentos como andaimes, veículos etc. (9%), alimentação (8%), transporte (6%), entre outros.
Por isso, destaca Durval Vieira de Freitas, CEO da DVF Consultoria, é preciso ficar de olho no mercado: “As empresas têm a necessidade de aquisição de bens e serviços, priorizando, sempre que possível, o fornecimento local, mas este precisa atender a uma série de requisitos como custos atrativos e modernos padrões de qualidade e segurança”, diz.
Realidade local
Em Mara Rosa e Amaralina, comércio e serviços são os pontos altos, sendo o primeiro responsável por 37,7% da oferta em Mara Rosa e 66,7% de Amaralina. A segunda categoria representa 34% no primeiro município e 33,3% no segundo e, apesar de ser menor índice, demonstra ser uma vocação das localidades, com empresas especializadas e capacidade de atendimento a maiores demandas.
Das 86 categorias de produtos e serviços pesquisadas, apenas 30% não possuem ofertas locais até o momento como reciclagem, gestão e controle ambiental ou material de automação. Dos demais, as cidades atendem a pequenas demandas, em sua maioria (agregados, materiais de construção, alimentos em geral, entre outros). O cenário, portanto, apresenta oportunidades de empreendedorismo e qualificação para venda e ampliação de mercado.
Oportunidades
Foram reveladas oportunidades locais como: compra de bens e materiais em construção civil, metalmecânica, materiais mecânicos, materiais elétricos, equipamentos e peças, atividades administrativas, de comércio em geral (eletrodomésticos, móveis e artesanato) e itens de segurança (uniformes, Equipamentos de Proteção Individual).
Entre os entraves para a compra, aparecem: integração com o comprador, gestão de estoques, qualidade de produtos ofertados, mão de obra qualificada, atendimento e comunicação.
Perfil das empresas
No total, foram pesquisadas sessenta e duas empresas entre 31 de agosto e 5 de setembro, sendo 85,5% de Mara Rosa e 14,5% de Amaralina, com 558 funcionários no total e faturamento somado de R$69 milhões. Na média, cada uma conta com nove trabalhadores, sendo as do setor de construção civil destaque em empregabilidade. No índice de escolaridade, Ensino Médio completo é predominante, 55,9%, já o Ensino Superior abrange 13,1% dos profissionais.
A maior parte delas tem dez anos ou mais de fundação (46,8%), o que significa uma maturidade no mercado em que atuam. Outro dado relevante é o baixo índice de negócios com menos de cinco anos (33,8%), indicando que o empreendedorismo local pode ser um desafio. Em Mara Rosa e Amaralina, 80% dos empresários têm o intuito de investir nos próximos dois anos, mas alguns esbarram em dificuldades, que o programa buscará auxiliar na resolução. Entre os problemas apontados, Recursos Humanos e logística foram os principais (53,2% no total), seguidos por concorrência (14,5%), gargalos na produção e falta de tecnologia (6,5% cada).
Soluções do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores
Com um ano de duração, a primeira fase do programa consistirá na capacitação e certificação dos empresários, seguindo para a promoção dos fornecedores e entidades de classe, com a criação de materiais promocionais, site *** e catálogo de fornecedores locais. Ainda, durante o PDF, serão realizadas oficinas, palestras, seminários, encontros de negócios, além de viagens e visitas técnicas.
As ações do programa ocorrerão por meio de parcerias com o Sistema S, com atuação junto ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Social da Indústria (Sesi)/Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fieg) para as capacitações e certificações; com as Prefeituras e a Associação Comercial, Industrial e Agronegócio de Mara Rosa (Aciamar) para a promoção e fomento à realização de negócios.
“O projeto Mara Rosa (Mina de Posse) trará grandes benefícios para os moradores do entorno do empreendimento, incluindo geração de emprego, renda, investimentos na área social, ambiental e diversos programas que visam ao desenvolvimento e crescimento econômico da região. A mineração transforma realidades, e é isso que pretendemos fazer, baseados no respeito por esta região e mirando um futuro ainda melhor”, conclui Arão Portugal.
Sobre o projeto Mara Rosa (Mina de Posse)
O projeto Mara Rosa está avançando a passos largos. A empresa recebeu a Licença Preliminar (LP) para o projeto e segue na etapa de obtenção da Licença de Instalação (LI), com expectativa para o terceiro trimestre de 2020, dando início à construção da unidade, com previsão de conclusão em abril de 2022.
O empreendimento terá investimento de R$600 milhões e deve gerar 2,7 mil empregos diretos e indiretos na fase de construção e cerca de 3,5 mil durante a operação. A Amarillo Gold Corp. é uma empresa de metais preciosos, com foco em pesquisa e desenvolvimento de projetos no Brasil. O principal ativo da companhia é o projeto Mara Rosa, localizado no Município de Mara Rosa, Estado de Goiás.
(Informações, com adaptações: Comunicação)