SAÚDE DO CORAÇÃO

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA

Em tempos de coronavírus falo da Paraíba

Mas, antes lembro que óculos, máscara, mãos limpas, álcool gel, fogo, água e sabão nem vírus resiste. Por isso que nisso se insiste.

Quero compartilhar neste artigo um tur de reconhecimento que fiz ao Estado da Paraíba, terra de João Pessoa (1887-1930), de quem a capital recebeu o epônimo. Terra também do poeta Augusto dos Anjos (1884-1914) e de Ariano Suassuna (1927-2014).

A cidade é banhada pelo Atlântico, pelos rios Paraíba e Sanhauá. Tanto as praias como os mangues são belos e bem preservados. Muitas belezas naturais administradas pelos governos locais e com regras na apreciação e passeios. As águas das praias são puras, limpas e mornas. Há locais que mais parecem fontes termais. Os dias no verão amanhecem às 5h e as noites chegam às 17h30. Tanto a aurora como o crepúsculo mostram um sol radiante. Há pores do sol magníficos. Como na praia do Jacaré.

O clima em certos locais é mais que tropical, é tórrido, abrasador e muito seco. As chuvas são minguadas e passageiras. Os guarda-chuvas têm pouca utilidade. Só se como guarda-sol.

Sobre a culinária e custo de vida. O custo de vida é baixo. Conforme o local um almoço sai por R$20. A gastronomia se caracteriza por muitas massas, farinhas, carboidratos, carnes vermelhas e frutos do mar. A buchada de bode é comida típica. As carnes perdem em qualidade pelo preparo. Na opção de fritura, assados ou grelados as carnes saem muito secas e duras. A ingestão de hortifrutigranjeiros é baixa, veem-se poucas verduras, legumes e frutas nas refeições.

No café-da-manhã o que predomina são os alimentos hipercalóricos. Acham-se desde a deliciosa tapioca, bolos, ovos, linguiças, paios, chouriços, até aipim ou abóbora, macaxeira ou mandioca, inhame e até costela de vaca e buchada de bode. As pessoas da Paraíba comem sem nenhum pudor. As comidas discriminadas são as do grupo vegetal. “Há um princípio de sustentabilidade na alimentação”. A comida tem que trazer “sustança”, ou seja, além de substância, força, vigor e robustez. A consequência dessa dieta desbalanceada dos paraibanos se revela no biotipo ponderal dos habitantes.

O índice de obesidade mórbida é muito alto. Cerca de 50% das pessoas que caminham na orla do mar e na praia têm variados graus de obesidade. Vê-se muita obesidade mórbida. Ninguém se vexa dos abdomes em avental ou os pneus no estilo bambolê. Tudo consequência de um nocivo hábito alimentar. Cada paraibano come, como dito, sem pudor, com alegria e bom humor.

Em se tratando de urbanismo e parques naturais João Pessoa é bem cuidada, com muitas áreas verdes, mananciais de água limpa, ruas e avenidas varridas, trânsito calmo, vias púbicas bem sinalizadas. Motoristas e pedestres têm uma boa convivência, idem para motos e bikes.

A capital João Pessoa, tem esse nome desde 1930, em homenagem ao mais ilustre ex-mandatário (João Pessoa, assassinado nesse ano pelo então deputado João Dantas). Sua fundação foi em 1591, chamava-se Filipéia, Parahyba, por fim João Pessoa.

A parte Central encerra-se num enorme acervo cultural, com igrejas, museus, mausoléus de pioneiros como João Pessoa, Epitácio Pessoa e a Academia Paraibana de Letras, com salas e documentos de figuras ilustres como Augusto e Suassuna.

Em suma, e ao termo, João Pessoa e Paraíba nos revelam muito da nossa história, de como foram os nossos primórdios, os costumes, a cultura, quem mandava e quem obedecia e o quanto era e ainda é difícil a vida do nordestino. Passeio que eu recomendo.

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