Cuidado faz parte de projeto colaborativo entre hospitais Moinhos de Vento e Einstein, realizado no âmbito do Proadi-SUS, em parceria com o Ministério da Saúde.

Até o momento, foram atendidos 40 pacientes – Foto, inclusive da home: Comunicação
40 pacientes que passaram pela UTI do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP), unidade da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), construído e mantido pela Prefeitura e administrado pelo Einstein desde junho de 2022, receberam orientações via telemedicina para a reabilitação em casa após a internação hospitalar. São pacientes que ficaram internados por insuficiência respiratória aguda e foram elegíveis para participar do Projeto Rehab-VM Brasil, iniciativa colaborativa entre o Ministério da Saúde (MS) e os hospitais de excelência Einstein e o Moinhos de Vento, realizada no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).
Ao todo, 20 unidades hospitalares do Brasil participam do projeto, que pretende coletar dados de pelo menos 2 mil pacientes. A expectativa é que, com o uso da telemedicina, haja maior adesão ao tratamento após a alta hospitalar, eliminando a necessidade de deslocamentos frequentes e oferecendo aos pacientes acompanhamento contínuo.
Para a diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia do órgão federal (Decit/Sectics/MS), Monica Felts, o projeto faz parte do compromisso do governo em proporcionar avanços científicos como serviço no Sistema Único de Saúde (SUS). “O Ministério da Saúde tem investido em soluções inovadoras para fortalecer o SUS, e a reabilitação remota por telemedicina representa um avanço significativo na recuperação de pacientes críticos”, afirma.
Celular
Os 40 pacientes que participaram do projeto passaram a ser acompanhados ainda na UTI, com intervenções realizadas por consultoria remota de profissionais Moinhos de Vento. Ao passar para a enfermaria, a intervenção passa a ser do profissional do HMAP com consultoria da equipe de São Paulo do Einstein. Para o acompanhamento domiciliar após a alta, o celular do paciente é avaliado em relação à capacidade de executar a plataforma de atendimento. Caso o aparelho não tenha o suporte necessário, celular do projeto é emprestado ao paciente durante seu período de participação no estudo e devolvido após o término do tratamento para que possa ser destinado a um próximo paciente.
Em casa, o participante da pesquisa recebe atendimento via telemedicina com profissionais do Einstein por até 60 dias, a depender de sua evolução. No atendimento, a pessoa conta com reabilitação com fisioterapeuta, fonoaudiólogo e psicólogo em decorrência de dificuldades respiratórias, atrofias, problemas na deglutição (por causa da intubação e, muitas vezes, uso de traqueostomia), e até mesmo transtorno do estresse pós-traumático pelo longo período de internação. Os pacientes assistidos em casa são reavaliados 90 dias após a alta, com o intuito de verificar se estão em melhores condições. Assim, é possível determinar se a estratégia de cuidados de reabilitação remota é efetiva.
Coordenador do projeto dentro do HMAP, o médico intensivista Maurício Boaventura explica que o estudo Rehab-VM Brasil implementa rotina de cuidados para acelerar a recuperação de pacientes críticos do SUS com insuficiência respiratória aguda. “O protocolo começa ainda na UTI, com foco na redução do tempo de ventilação mecânica, prevenção de sequelas e reabilitação precoce. O objetivo é garantir transição eficiente e segura para os cuidados primários após a alta, frisa.
Contribuição
O médico acredita que a atuação multidisciplinar contribui com a qualidade assistencial e otimiza o tratamento, melhorando os desfechos clínicos e a qualidade de vida desses pacientes. “Combinando inovação e humanização, o Rehab-VM Brasil reafirma o compromisso das organizações envolvidas em oferecer um cuidado de excelência para pacientes do SUS, mesmo em situações de alta complexidade”.
O projeto foi desenvolvido em 2022, num cenário pós-pandemia de Covid-19, quando foi observado que muitos pacientes internados em UTIs com quadro de insuficiência respiratória aguda e submetidos à ventilação mecânica desenvolveram a síndrome pós-cuidados intensivos ou Covid Longa, com sintomas que podem atingir o sistema respiratório, cardiovascular, musculoesquelético e nervoso. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10 a 20% das pessoas desenvolveram sintomas persistentes quatro semanas ou mais após o diagnóstico do vírus.
- T., de 25 anos, foi a primeira beneficiada pelo projeto. A paciente ficou internada por sete dias no HMAP em decorrência de pneumonia bacteriana, sendo os primeiros três na UTI, quando já foi incluída no projeto. Ela teve acesso a sessões com psicólogo, fonoaudiólogo e fisioterapia usando o próprio celular e avalia como positiva a experiência. “Sou muito grata a esse projeto, pois minha melhora foi muito rápida. Hoje posso dizer que levo uma vida normal, com qualidade”.
HMAP
O HMAP foi inaugurado em dezembro de 2018 e é o maior hospital do Estado feito por uma Prefeitura. Administrado pelo Einstein desde junho de 2022, foi construído em área superior a 17 mil metros quadrados, onde atua com mais de 1,1 mil colaboradores para o atendimento de casos de alta complexidade, incluindo hemodinâmica e cirurgia bariátrica, além de várias especialidades cirúrgicas e diagnósticas. A estrutura contempla dez salas de cirurgia e 235 leitos operacionais, sendo dez de UTI pediátrica, 39 de UTI adulto, trinta e uma de enfermaria pediátrica, e 155 leitos de clínica médica/cirúrgica.
Trata-se da primeira operação de hospital público feita pelo Einstein fora da cidade de São Paulo. Nos primeiros seis meses de gestão, as filas de UTI da unidade foram reduzidas consideravelmente e a capacidade de atendimento dos leitos, dobrada. Já as longas filas de espera para cirurgias eletivas foram diminuídas em menos de um ano, feito alcançado graças a iniciativas como mutirões cirúrgicos, que priorizaram demandas urgentes. Nos primeiros seis meses de gestão Einstein, o tempo de permanência dos pacientes no hospital também foi reduzido de 9,5 para cinco dias. Em relação à mortalidade, em junho de 2022 a taxa era de 15,33% e, seis meses depois, de 3,6%.
Entre janeiro de 2023 e julho de 2024, o HMAP realizou 90% de todos os procedimentos eletivos pelo SUS em Aparecida de Goiânia, levando a cidade ao título de município que mais realiza cirurgias não urgentes pelo SUS. Em 2025, prestes a completar três anos sob gestão Einstein, o hospital obteve a acreditação ONA nível 1, da Organização Nacional de Acreditação – reconhecimento pela segurança e qualidade da assistência na unidade.
No mesmo ano, a UTI do HMAP recebeu o Selo Top Performer 2025, concedido a hospitais que demonstram excelência no cuidado de pacientes em estado crítico.
(Informações, sob adaptações: Comunicação)