Prefeito de Alto Horizonte nas gestões 1997-2000 e 2001-2004, Antenor tratava de problema de saúde e não resistiu.
A morte de Antenor Divino Marques, 75 anos, foi comunicada pela família, e tornada pública no início da manhã da quinta 5 de dezembro.
Professor que ajudou na formação de grande alunado, o humilde, simples homem de fé Antenor Marques quis ajudar coletivamente muito mais, ao adentrar a política. “Nós temos que ajudar uns aos outros. É a nossa missão aqui na Terra”, cravou na Redação do JORNAL CIDADE em março de 2002, durante atividades do então Governo Itinerante, evento do Governo de Goiás. Isso no alto de toda a humildade dele, que nasceu, viveu e morreu pobre financeiramente. Para conseguir tratamento de câncer intestinal conforme necessidades exigidas e orientadas, teve que judicializar o município de Alto Horizonte; em determinados casos no Brasil de esquisitices exageradas, a própria municipalidade solicita que a Justiça seja acionada. Lutou bravamente até os instantes finais da vida.
Em novembro, dizia ao JC que nunca iria perder a esperança por tempos melhores a todos, fator antigo – que o acompanhou –, a mais que lhe permitiu deixar importantes legados profissionais educacionais e administrativos.
O velório foi programado para a sede da prefeitura no decorrer do dia 5, com sepultamento agendado para 19h. Antenor Marques é merecedor de todas as honrarias e de capítulo especial no livro de Alto Horizonte. Injustiçado e pessoa que teve parte do serviço ignorado por alguns, já em vida mereceu reconhecimentos e prestígio maiores, algo que não se concretizou.
A administração Luiz Borges, que decretou luto oficial na presente data, manifestou, pontuando: ‘Sua contribuição à nossa cidade foi inestimável, e seu legado permanecerá vivo na memória de todos que tiveram o privilégio de conhecer seu trabalho e dedicação’. Assinalando que o então prefeito ‘foi uma figura central na construção de Alto Horizonte’, o Comunicado traz: ‘Sempre buscando o melhor para nossa comunidade. Sua paixão pela política e pelo desenvolvimento da cidade inspirou as novas gerações a continuarem seu trabalho em prol do bem-estar de todos’. Na conclusão: ‘Neste momento de dor, a prefeitura de Alto Horizonte se solidariza com familiares e amigos, e rogamos a Deus que traga conforto e paz aos corações enlutados. Que a lembrança de sua determinação e compromisso seja uma luz a guiar nossos caminhos. Descanse em paz, Antenor’.
O ex-prefeito, falecido em leito hospitalar de Alto Horizonte, era divorciado, e deixa filhos e netos.
Determinação
Em tempos de economia local ainda sem a existência da Mineração Maracá, Antenor Marques enxugou gelo para conseguir administrar o município do Norte goiano, recém-criado.
Sempre buscando recursos em Goiânia e Brasília, se mostrava esperançoso – uma das características dele –, no sentido de Alto Horizonte prosperar com o surgimento de empreendimento mineral “de relevância internacional e que vai mudar a história da nossa cidade em pouco tempo”, comentou certa vez ao editor desta reportagem.
Final do mandato inicial: quando uma comitiva liderada por belgas visitou a localidade, Antenor Marques expôs o potencial que as terras alto-horizontinas detinha, por meio do cobre e do ouro, juntamente com outras lideranças e fazendeiros, sitiantes, chacareiros. Negócio não fechado e frustração. “Eles queriam pagar barato demais pelas áreas que podem ser exploradas. Ninguém, nenhum dono de terra quis, de fato vender. Mas, Deus vai nos ajudar. Encontraremos uma solução. Vai aparecer comprador, sim. Pode acreditar!”, completou.
Meados do segundo mandato e representantes de grupo canadense estiveram em Alto Horizonte, acenando positivamente para aquisições de imóveis rurais. Tudo foi fluindo positivamente, os investimentos iniciais chegaram quando Antenor já não era mais prefeito, e sim Cabo Borges, apoiado por ele.
Com a preparação da estrutura, mais alguns meses e o início da operacionalização, o negócio se tornou realidade e foi mudando toda a história das pessoas e do lugar.
(Jota Marcelo. Com atualizações)