OPINIÃO

DIVERSOS

‘EDITORIAL’ – Edição 430 (16 a 31/07/2024) – ‘Cuidados paliativos’

Cuidados paliativos não significam uma morte iminente, muito menos que a equipe médica desistiu do paciente

 

O Editorial da quinzena anterior destacou a questão dos cuidados paliativos, assunto que aqui volta a ganhar atenção.

Nesta oportunidade, evidencia-se que cuidados paliativos não representam morte iminente, com publicação de dezembro/2022 da agência noticiosa Folhapress, pontuando: a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que assistência envolva equipes multidisciplinares em busca de qualidade de vida, alívio de sintomas e conforto psicológico e espiritual do paciente e, até de familiares que lidam com a dedicação diária para com a pessoa incapaz.

A Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) versou, sobre a publicação:

Cuidados paliativos não significam uma morte iminente, muito menos que a equipe médica desistiu do paciente, como muitos ainda pensam. Não é infrequente que doentes em cuidados paliativos se estabilizem de quadros agudos e tenham alta hospitalar, por exemplo.

O assunto vem sendo muito discutido após a Folha de S.Paulo [jornal paulistano] revelar que Pelé não responde mais ao tratamento quimioterápico e está sob cuidados paliativos exclusivos. Isso quer dizer que a quimioterapia foi suspensa e que ele segue recebendo medidas de conforto para a aliviar a dor e a falta de ar, por exemplo, sem ser submetido a terapias invasivas.

Há artigos científicos mostrando que, em certas condições, cuidados paliativos podem resultar em uma sobrevida ainda maior do que a observada em tratamentos quimioterápicos ou outras intervenções consideradas fúteis para pacientes incuráveis.

Essa mesma publicação do mencionado grupo jornalístico traz que a OMS preconiza que os cuidados paliativos contem com médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e terapeutas ocupacionais, com a observação de que ‘este conjunto de cuidados deveria estar acessível a todos os pacientes nessas condições, logo após o diagnóstico…’.

Mais: ‘Mas hoje no Brasil é muito comum que eles só sejam ofertados no fim da vida. Daí o estigma que ainda existe em torno deste tipo de assistência, levando muitas pessoas a associá-la ao paciente à beira da morte’; e, ‘No Brasil, ter acesso a cuidados paliativos ainda é privilégio de poucos’, com a Academia tendo se ‘reunido com os Ministérios da Saúde e da Cidadania para cobrar políticas públicas voltadas a este tema, mas pouca coisa avançou nos últimos anos’. Por fim, ‘Segundo dados da ANCP, hoje há em torno de 1,5 milhão de pessoas para cada serviço de cuidados paliativos no SUS [Sistema Único de Saúde]. Isso não atende nem 10% da população que poderia ser beneficiada’.

Em maio, o JORNAL CIDADE publicou que o Ministério da Saúde (MS) lançou política inédita no SUS para cuidados paliativos e, que para Goiás são previstas a habilitação de quarenta e duas equipes de cuidados paliativos, como parte das 1,3 mil que serão implantadas em todo o Brasil. Tomara!

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