SAÚDE DO CORAÇÃO

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA

Açúcar – Se as pessoas se informassem melhor elas nunca comeriam mais açúcar

Na verdade, é um alimento mais do que inútil, muito nocivo à nossa saúde. Não precisamos adicionar um grama de açúcar que seja aos nossos alimentos, às nossas bebidas. Desde o tão brasileiro cafezinho aos sucos naturais. Zero açúcar. Em resumo, trata-se de uma sandice e inutilidade mesmo. A maioria dos vegetais, legumes e frutas já trazem o açúcar natural, a frutose, muito saudável, mas, que em excesso também é contraindicada para os diabéticos. Existem muitos alimentos e frutas com alta concentração de frutose. Exemplos: laranja, goiaba, mamão, pêssego, bananas, etc.  Contraindicadas para os diabéticos e sobrepeso.

Todavia, temos que relativizar quando nos referimos à nocividade do açúcar. À luz das evidências científicas atuais o açúcar deveria ser ingerido como forma de sobrevivência.  Apenas. Melhor explicado, a pessoa só deveria comer açúcar na ausência absoluta de outros alimentos, ou para casos de desnutrição e baixo peso. Porque, na verdade o que mais temos no mundo é alto peso e dis-nutrição. Quando se fala em dis-nutrição, fala-se em uma doença (dis, distúrbio) em que as pessoas têm uma dieta desbalanceada, desequilibrada. Tão grave quanto à des-nutrição.

Quanto mais alto o grau de pureza do açúcar mais nocivo ele se torna para a saúde. Os açúcares refinados como exemplo. Os menos nocivos são aqueles com processamento integral. Nesse grupo estão o demerara, o açúcar mascavo e a popular rapadura. São formas em que se preservam fibras, sais minerais e algumas vitaminas do complexo B.

Tosos os consumidores poderiam se inquietar e perguntar; por que, o açúcar, um alimento tão saboroso e apetitoso é tão nocivo à saúde humana? A explicação é simples e direta. Ele nada mais tem do que sabor e caloria; um alimento monótono que fornece apenas energia. Nenhuma ação construtora, ação nutricional ou enzimática. Tanto que ele, na maioria das pessoas será totalmente assimilado e depositado sob a forma final de gordura, a obesidade. Quer prova contundente da toxicidade do açúcar? Nossa taxa de glicose (açúcar no sangue) é de até 100mg/dL. Uma pessoa que tiver um excesso de 20mg, 120mg no sangue, estará condenada a ter cegueira, insuficiência renal, derrames cerebrais e morte prematura. Tudo porque causa desse excessozinho.

Qual a relação causal entre açúcar e diabetes? Nenhuma. Ao menos de forma direta. Comer um quilo de doce por dia não produz a diabetes. Todavia, a obesidade por uma dieta hipercalórica (doces e massas) pode levar ao diabetes tipo II. Mais comum em obesos, adultos e idosos. Ou seja, existe uma relação indireta entre ingestão de muito açúcar e diabetes. Mais uma perniciosidade dos doces (açúcar).

Um outro grupo de alimentos que guarda parentesco com os açúcares é formado pelos carboidratos. São as massas em geral. São representados pelos pães, biscoitos, os bolos, as tortas, os achocolatados, o macarrão, o pão-de-queijo, o pãozinho francês, as pizzas. Muitas dessas massas trazem outros inconvenientes, a associação com outros alimentos, como as gorduras, o sal e condimentos. São alimentos desaconselhados para hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, diabetes e sobrepeso.

Os carboidratos, representados pelas massas, trazem os mesmos inconvenientes do açúcar porque são alimentos monótonos. São extremamente calóricos, energéticos e contraindicados para pessoas obesas e sedentárias. Os atletas, sim, constituem um grupo de pessoas que fazem uso de carboidratos, porque representam uma ótima fonte energética imediata e de fácil digestão.

Uma boa dica e um conselho que se deixa para as pessoas é buscar a moderação no consumo tanto de açúcares quanto de carboidratos. Mas, o ideal mesmo seria zero açúcar.

O que se verifica em nossa sociedade pós era industrial é um gosto, um prazer ou um desejo exagerado pelo doce, pelos açúcares e carboidratos. A chamada dulçolatria (vício pelo doce) está impregnada na consciência coletiva das pessoas. Trata-se de um processo cultural. Ela se dá desde a primeira infância, por uma desinformação das famílias, dos pais e cuidadores das crianças. E tal desorientação continua no processo de alfabetização.

Segundo dados científicos e orientações da sociedade brasileira de pediatria, uma criança não deveria receber nenhum açúcar artificial ou carboidrato até os cinco anos de idade. E o que se vê na prática é uma inversão dessas diretrizes científicas. Um erro alimentar e vício ensinado pelos pais, mal-informados, que seguem os apelos da indústria de alimentos.

Todos os vícios alimentares do consumo exagerado dos açúcares e massas estão disseminados na cultura das famílias, do comércio e de todas as partes da indústria alimentícia. Essa triste realidade pode ser confirmada na visita a um supermercado, a um restaurante ou qualquer indústria alimentícia artesanal ou de alta escala. Um exemplo bem típico é uma padaria. Um modelo bem criminoso nesse sentido é quando se depara com qualquer tipo de pão branco revestido com espessa camada de açúcar. São as formas carameladas. Quer dizer: além de um carboidrato de elevado poder hipercalórico e hiperglicêmico (o pão branco), têm-se açúcares e mais açúcares.

Como dica e conselho final. Nosso organismo não necessita de nenhum açúcar adicional. A mesma regra vale para o sal de cozinha (cloreto de sódio). Cada adulto necessita de apenas cinco gramas de sal por dia. O brasileiro, na média nacional, consome cinco vezes a mais do que essa quantidade recomendada, conforme orientações das sociedades de cardiologia e nefrologia. Ou seja, além da nocividade do açúcar temos aí a intoxicação pelo sal. Um perigoso aditivo para os rins, para o coração e para pressão arterial. São autênticos venenos nas mesas das famílias, dos restaurantes, dos bufês, das festas infantis, dos aniversários, das cantinas das escolas e de outros ambientes festivos.

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