SAÚDE DO CORAÇÃO

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA

Comida como alimento

Mais do que em qualquer época, porque estamos vivendo uma das piores pandemia do planeta, a Covid-19, mais do que nunca a humanidade, ou melhor parte substancial dela precisava comer menos. Eu nunca, mas nunca dos nuncas mesmo li ou vi escrito em algum documento, decreto, diretrizes, manual de nutrição qualquer, que as pessoas, em datas comemorativas, precisassem de comer até se empanturrar, se empachar e até intoxicar. Isto em se tratando de datas festivas, datas aniversárias, Natal e Ano Novo. Aliás, deve ser um expediente para a vida diária.

Até onde sei ninguém, mas ninguém mesmo está obrigado a esse hábito exagerado. Quem quiser que faça suas consultas na História Antiga, na atual ou recente. Mas, não se acha tais dispositivos e recomendações. Pegue, lá por exemplo, a Dieta Germânica, a de Espira. Nada, pode se achar a relação das pessoas com a religião, com o que pensava Lutero e soberanos, mas nada de rega-bofes ou excessos alimentares a la Pantagruel ou Gargântua (vide autor Rabelais).

De mais recente, a dieta da lua, a dieta dash ou do pepino. Nada também. Aliás, corrigindo e fazendo justiça, essas referidas dietas preconizam até moderação e comedimento à mesa, no hábito useiro e vezeiro de se degustar e regozijar com comidas e bebidas. Tendência contrária, diga-se de passagem, pedem até para comer de menos, todas essas dietas citadas atuais são no intuito de menos ingestão calórica, menos carboidratos, menos massa. Para quê? Para justamente se perder a nociva massa, a gordurosa, massa essa, a obesidade, nos seus mais variados graus que entrou para lista de comorbidades agravantes da Covid-19. A obesidade + Covid-19 se torna uma torrente de fatores inflamatórios, de alta periculosidade. Mortes!

Seguramente, com a era industrial e todos os progressos, das ciências, das tecnologias, da mecanização, da computação e digitação de tudo, veio também como nocividade o quê? A obesidade. Trata-se de uma pandemia, porque atinge todas as beiradas do globo terrestre. Lembremos, como a Terra é redonda, ela não tem cantos. Então, beiradas. Mas, não importa. Façamos por entender.

Da pandemia dos sobrepesos e obesidades vieram outras doenças. Todo excesso ponderal carrega um espectro amplo de morbidades. Hipertensão, dislipidemias, diabetes tipo II, sobrecarga cardíaca, restrição pulmonar, roncos, apneias, predisposição a câncer.

Assim, vou concluindo com a ideia central. Não há rigorosamente nenhum tratado, recomendação ou conselhos a que as pessoas comam além do necessário nutricional. Não precisamos ir muito a fundo, gastar energia, buscas inúteis, fosfatos e memória cerebral sobre o assunto. Restrinjamos a rever os postulados médicos e nutricionistas sobre alimentação. Como sugestão consultem o que preceituam a endocrinologia, a nutrologia, a nutrição. Todas, literalmente, recomendam a ingestão equilibrada e qualitativa de alimentos. Afinal de contas, alimento significa o quê? Alimento. Com que função? Fornecer a energia química para nossos tecidos e células. Pronto. Manutenção da vida e não farra, orgias, festas, beberagem, gozo, prazer.

Tome o exemplo de uma criança de um ano, ou dois anos. Ingerida aquela cota alimentar nada fará com que ela coma a mais. Se insistir ela vai espernear e chorar e até vomitar, mas não vai comer além do necessário nutricional.

Último exemplo: a pessoa vai ao nutricionista, ao endocrinologista ou nutrólogo. Será que algum desses profissionais e experts em alimentos e nutrição vai prescrever uma dieta hipercalórica, com muitas massas, frituras, farináceos, bolos, chocolates, churrascos, doces, etc, entremeados estes alimentos de bebidas à farta? Será? Dificilmente o fará. A maioria dos pacientes traz uma receita para comer menos. E de forma qualitativa e equilibrada, para sempre

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