Dieyme Vasconcelos (PL), de Aparecida de Goiânia, apresentou projeto para barrar o uso de recursos públicos com bonecas bebê reborn no Município.

Proposta é de autoria de Dieyme Vasconcelos – Foto (Arquivo), inclusive da home: Fernnanda Christina/Especial
Vereador pelo PL, Dieyme Vasconcelos apresentou projeto de lei proibindo utilização de 100% dos serviços públicos municipais para o atendimento, cuidado ou a destinação de recursos públicos a causas focando bonecos bebê reborn.
No documento, a menção: ‘Fica proibida, no âmbito do Município de Aparecida de Goiânia, a utilização de quaisquer serviços públicos municipais, direta ou indiretamente, para o atendimento, cuidado ou manipulação de bonecos do tipo bebê reborn ou qualquer outro tipo de objetos inanimados (classificados dos referidos bonecos)’. Ao justificar a iniciativa, o parlamentar, nascido em Uruaçu, destaca que o intuito é estabelecer de forma clara a inviabilidade do uso de recursos e serviços públicos municipais para atender ou destinar cuidados para a causa.
Segundo o vereador, embora bonecos sejam utilizados por pessoas em terapias e cuidados simulados, a prática necessita de evidência científica consistente.
Para ele, destinar recursos para a questão de objetos inanimados, compromete a dignidade da gestão pública, e, de fato, visando evitar gastos envolvendo atendimentos a bonecos hiper-realistas, Dieyme Vasconcelos explana que a ideia surgiu em resposta ao crescente uso dessa espécie de contextos terapêuticos e sociais.
Recursos públicos devem ser direcionados para o ser humano usuário dos serviços públicos – Hospitais, unidades de ensino, abrigos, com suas agendas, seus espaços e profissionais servidores.
Importância
Ao invés de ser sinônimo de inutilidade, o projeto tem importância infinita, em momento mundial de crescimento dos casos de pessoas que se envolvem com bonecos bebê reborn, considerados por elas como se fossem seres humanos.
Na Câmara dos Deputados, o parlamentar goiano Zacharias Calil (UB) apresentou projeto de lei prevendo multa, de 20 salários mínimos ou R$30 mil, para quem tentar usar fila preferencial portando bebê reborn.
Conforme reportagem publicada pelo JC, o sociólogo e especialista em comportamento digital Marcelo Senise, disse que o fenômeno das reborn é apenas um dos espelhos de uma sociedade marcada por isolamento, hiperconexão digital e fragilidade emocional.
“As bonecas reborn não são o problema – são sintoma. Sintoma de uma cultura que tenta anestesiar o sofrimento com o controle. Elas oferecem a ilusão de um afeto sem conflito, de presença que nunca abandona. Mas isso revela o quanto estamos tentando substituir o imprevisível das relações humanas por vínculos artificiais”, explica.
(Jota Marcelo e Márcia Cristina)