O modelo de gestão que o novo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), apresentou, foi pensando e implantado mais de dois anos atrás pelo hoje prefeito de Uruaçu, Valmir Pedro (PSDB). Um trabalho integrado por poucos e qualificados auxiliares do primeiro escalão, sem indicações políticas ou interferência de caciques políticos. “O nosso perfil técnico e competente, com essa equipe composta por profissionais de bons currículos, resulta em um trabalho positivo”, disse Valmir ao JORNAL CIDADE.
O modelo de gestão que o novo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), optou por implantar através do perfil dos auxiliares de 22 Ministérios e, presidentes de autarquias e outras empresas públicas ganhou idealização do então pré-candidato a prefeito de Uruaçu, Valmir Pedro (PSDB), antes mesmo da fase da pré-campanha, em 2016, quando o uruaçuense lidava também com a elaboração do plano de governo dele, que, em 2 de outubro daquele ano foi eleito com 39,39% dos votos válidos (8.632 sufrágios), numa disputa que contou com outros três concorrentes.
O modelo de gestão inserido por Bolsonaro, empossado dia 1º de janeiro de 2019, apresenta equipe de ministros formada por militares ex-comandantes do Exército e, técnicos da área – na cota do chefe da Nação (eleito em 7 de outubro) –, sem abertura exacerbada de espaços para indicações políticas.
Na maior parte do mundo, na democracia (caso do Brasil), nem se fala, habitualmente o segmento político se apresenta aberto. Se de início para o escalão principal o capitão que chegou ao Palácio do Planalto não admitiu cargos de indicação política, algo adiantado desde antes da campanha 2018, militantes que queiram conquistar espaços ali até podem lograr êxitos, porém, parece que não será fácil. Analistas políticos ou palpiteiros até consideram: Bolsonaro, que falou em ter 15 Ministérios e começou com 22 (sete a menos em relação ao antecessor), encontrará dificuldades no Congresso e, para conquistar governabilidade poderá voltar na decisão, cedendo Ministérios para agremiações com bancadas expressivas no Senado (81 pares) e na Câmara dos Deputados (513 atuantes). O tempo ditará o rito.
A firmeza de Valmir
Nas decisões referentes à estrutura de seu futuro governo e englobando o perfil de sua vindoura assessoria em geral, mais a dinâmica pretendida do trabalho da equipe, Valmir Pedro, na condição de prefeito eleito do Município de mais de 40 mil habitantes, empreendeu entre 3 de outubro e 31 de dezembro de 2016 bem articulado trabalho, avaliando e analisando currículos e, formulando convites.
Quando, no dia 1º de janeiro de 2017, assumiu o cargo de prefeito, ladeado pelo vice-prefeito doutor Juarez Lourindo (PSB), o morador da Vila da Palha (bairro que teve o nome alterado para setor Aeroporto e, de onde ele nunca mudou) o fez isso com a certeza de que havia montado um time qualificado, pronto para atuar com atenção exclusiva voltada para a coletividade da população pagadora de impostos, tributos, taxas.
Determinado e firme na decisão, passados dois anos, Valmir Pedro não arrependeu da atitude técnica tomada.
Sem indicações políticas ou interferências
Prefeito contaminado por conchavos ou agasalhamentos já adentra a gestão coalhado de problemas, entupido de relacionamentos estremecidos – algo visto em Uruaçu em diferentes décadas.
Hábil, sem vínculos viciosos, Valmir Pedro fugiu disso. Quis estabelecer e, com sucesso, fez algo: barrou indicações políticas para o comando das Pastas do Poder Executivo de Uruaçu. Zero de interferência dos ditos caciques políticos, que, em sua maioria, atuam para indicar apaniguados visando algum lucro pessoal.
Sem a experiência de comandar cargo executivo antes, mas muito experiente e com atuação profissional dedicada, abrangente em diferentes Administrações estaduais, Valmir Pedro (graduado em História e, detentor de pós-graduação envolvendo a seara pública e, também pessoas) jamais teve dúvida de que teria capacidade para ocupar a chefia do Executivo com justiça e humanidade.
“O nosso perfil técnico e competente, com essa equipe composta por profissionais de bons currículos, resulta em um trabalho positivo, afinal, temos um orçamento aprovado pela Câmara [Municipal] e pessoas para comandar, administrar. A gestão pública precisa ser levada a sério – sempre –, e, é isso o que nós estamos fazendo, trabalhando todos os dias com o pensamento voltado para a nossa querida população de Uruaçu”, salienta o prefeito, emendando: “No primeiro escalão, não temos indicados por partidos”.
Na defesa de que se torna necessário também atuar com viés mais conservador, Valmir Pedro avalia: eterna atuação moderada faz o gestor relaxar e inobservar questões importantes da Prefeitura. É onde não se coloca a casa em ordem, prejudicando os servidores públicos e a comunidade.
Pouco tempo em alguns aspectos, período grande em outros, os quatro anos de uma gestão municipal representam, inclusive, alterações para melhor, incluindo-se aí determinadas competências das Pastas. Desde que, no início da jornada, o prefeito, eleito para comandar o Município por quatro anos, apresente disposição, comprometimento, habilidade e vontade para trabalhador. “É isso o que nós temos feito, superando obstáculos, avançando de maneira positiva e realizando um trabalho direcionado para o povo, unicamente para o cidadão em geral, com ações técnicas e propositivas para sanar os problemas, atender as necessidades na forma da lei, apesar de as contas públicas estarem ‘no vermelho’ há décadas”, categoriza Valmir Pedro.
Pautado na austeridade, Valmir Pedro reduziu a então inchada estrutura da Prefeitura, de dez para sete as Secretarias. Em Comunicado, a gestão 2017-2020 uruaçuense pronuncia que, ‘sem dúvidas, o sucesso da atual Administração se deve muito a um quadro sem indicações e sem interferências político-partidárias’ e que o prefeito ‘tem enfrentado a ira dos caciques que acostumaram, no passado, a interferir, com amarras e, ganhar dinheiro ou outros benefícios escusos com a Administração do Município de Uruaçu. Agora, essa gente está sem poder para intervir e, alguns passam o tempo querendo denegrir a imagem do prefeito. O trabalho continua’.
Falando ao JORNAL CIDADE por telefone, Valmir Pedro relembrou que a estrutura da Prefeitura se mostrava desordenadamente ocupada por siglas políticas, motivo para interferências o tempo todo, da parte de caciques do meio. “Mudamos isso e a realidade passou a ser outra”, observa.
Memorizando que, mesmo se elegendo com grande e mesclada aliança partidária, ele abriu espaço para os partidos apenas no segundo escalão. “Apesar de enfrentarmos constantes protestos infundados de algumas pessoas”, disse, especificando que no primeiro escalão “só nomes técnicos capacitados e com origem na iniciativa privada”. Detalhando que suas atitudes visionárias não resultaram em boicotes no Legislativo, destacou ter uma base sólida e fiel na Câmara. “O trabalho legislativo sério dos vereadores resultaram na aprovação de todas as matérias de interesse do Executivo. Uma vitória que não é do prefeito em si, mas do Município”, disse. E, cravou: “O trabalho deles também possibilitou elegermos presidentes nos três anos”, se referindo aos vereadores Sil (PSDB; presidente em 2017 e 2018) e, Taroba (Pros), titular da Casa de Leis no ano 2019.
Enxugamento da máquina, qualidade e inovações
Pregando ter maneira diferenciada de governar, para melhor, o atual prefeito de Uruaçu pondera que a montagem de seu secretariado, integrado por conhecedores de áreas específicas, “já foi um importante diferencial. Tínhamos que começar com enxugamento da máquina, qualidade e inovações, pois a situação dos Municípios brasileiros é muito difícil há tempos e a gente precisa inovar, fazendo uso da qualidade e da austeridade. No meu mandato, por exemplo, não existe o ‘festival’ de diárias pagas [para servidores] que tantas vezes vimos em Uruaçu”, frisou Valmir Pedro à reportagem.
Segundo Valmir Pedro, o governante em geral precisa entender que quem o coloca ali é o eleitor. Ou seja: o povo é soberano e, não a vontade de partido A, B ou, de um ou outro cacique político.
Entre os assessores do primeiro escalão chamados em 2016 por Valmir Pedro para trabalhar com ele (sem indicações de partidos políticos, são da cota pessoal do prefeito), constam:
-Administração: Lucivânia Ferreira da Rocha Oliveira, bacharel em Ciências Contábeis que não havia ocupado cargo público. Trata-se de uma das mais renomadas contadoras do Norte goiano e possui escritório contábil.
-Desenvolvimento Social: Crésio Rodrigues da Silva (Doutor Padre Crésio). Em se tratando de Administração pública, foi secretário na mesma Pasta, durante o mandato 2001-2004. Dentro de Uruaçu, sabe há tempos e como poucos, a amplitude das necessidades de milhares de famílias menos assistidas.
-Educação: Claudinea Braz Theodoro Benício, graduada em Pedagogia, pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior; e, Educação a Distância – Tutoria e Metodologia; também tem mestrado em Ciências da Educação.
-Infraestrutura: Edeguimar Antônio Vasconcelos, especialista na área de pavimentação asfáltica e experiente no segmento obras de pavimentação urbana em geral. Funcionário do então Banco do Estado de Goiás (BEG), adentrou a política, mas Valmir Pedro não o convidou devido conversações políticas. Por ser vice-prefeito, assumiu a Prefeitura local entre 1º/01/1993 e 07/03/1993, substituindo o titular (José Antônio de Resende [Zé Alvorada]), que apresentou problema de saúde. Depois se elegeu vereador (legislatura 1997-2000).
-Meio Ambiente e Turismo: Rogério Augusto Pacheco, graduado em Gestão Ambiental; e, pós-graduado em Licenciamento e Auditoria Ambiental. Tem participação em dezenas de cursos, oficinas, Seminários e afins. Estudioso permanente de uma diversidade de assuntos ligados aos setores ambiental e turístico (o que lhe rendeu conceituada atuação como palestrante dentro de diferentes fases da área educacional, em unidades de ensino), defende a inserção da educação ambiental em todos os níveis. Na Prefeitura de Uruaçu, atuou também nas gestões 2005-2008 (inclusive, ocupando a chefia do Departamento de Turismo e Meio Ambiente [Dematur]) e 2009-2012 (no último ano, exerceu o cargo de secretário municipal do Turismo). Durante anos, em conjunto, idealizou e promoveu eventos privados de cunhos municipal, regional e nacional.
-Saúde: David Araújo Damacena, graduado em Farmácia e servidor concursado da Prefeitura.
(Jota Marcelo)
2 Comentários
Parabéns pela a matéria
Dizer que que foi uma escolha técnica é falácia. Por exemplo: na infraestrutura deveria ser um engenheiro e na secretaria da saúde um médico ambos com especialização em Administração e ou Gestão Pública. Digo não desmerecendo aos atuais gestores.