Você conhece o Mandamento Novo?
O mandamento do amor ao próximo, conhecido no AT mesmo em meio à Lei do Talião, recebe de Jesus novo impulso, uma nova meta (como eu vos amei) e uma nova função (nisto saberão que sois meus discípulos); leia-se: João 13,31-35.
Jesus é o amor por essência enquanto ser divino, mas pôde aprender na prática o amor humano no lar de Nazaré, sua casa no tempo. Teve uma vivência normal em seu vilarejo, certamente com amigos leais e parentes bondosos, desfrutou do amor de uma mãe zelosa e de um pai cuidadoso. Sobretudo, praticou o amor desde criança, era submisso a Maria e a José não por pressão; viveu aquele amor que haveria de ensinar com autoridade de mestre.
Vemo-lo, em sua vida adulta, ensinando com gestos e atitudes, amando a todas as pessoas indistintamente, atento aos enfermos do corpo e da alma, aos injustiçados, aos carentes de assistência e atenção. Vemo-lo em seu discurso de despedida ordenando o amor ao próximo. Qual amor? Já que esta palavra está desgastada e às vezes é mau usada. Qual a identidade do amor de Jesus, o que Ele ensina?
O evangelho afirma que quando Judas saiu da sala–cenáculo para entregar Jesus, para trair o amigo, Ele diz ter sido glorificado e que o Pai o glorificará mais. Que gloria é esta? Sofrer traição? Enfrentar o sacrifício? A glória de Jesus é oferecer redenção, dar vida aos outros ainda que isto signifique sua imolação. Ao contrário da lógica mundana e egoísta em que predomina a frase “Vita mea, morte tua”, Jesus abraça e ensina a lógica do altruísmo: “Morte mea, vita tua”. Na prática egoísta cada um procura vantagens imediatas, se autoproclama mais importante que os outros, busca aplauso e exaltação às custas do sacrifício alheio… Eis a raiz dos conflitos, a lógica da guerra! Se a glória verdadeira é desgastar-se para salvar outras pessoas, o contrário disto é vanglória, da estrada larga, que leva ao precipício.
O amor que Jesus viveu, ensinou e ordenou como meta é realmente uma novidade: leva a qualidade do sacrifício e confia na justiça divina que dá o fruto a seu tempo, amor que nada reserva quando está em jogo o bem alheio… Eis o fundamento da paz, ensinada também por Gandhi, Luther King, Teresa de Calcutá e outros mais.
Após exemplificar que o amor genuíno é provado até na forma da morte, Jesus manda que, ao Seu modo, seus seguidores amem uns aos outros, atitude que lhes conferiria a identidade de discípulos Seus. Três séculos depois, é o convertido Agostinho quem declara: “A medida do amor é amar sem medida”. Sim, eis o distintivo cristão, o amor a todos e sempre, cf. último versículo! A oração, as virtudes humanas todas se convergem no amor terreamente desinteressado e incansável. Ele é forte como a morte, aliás, nem a morte pode com esta suprema virtude, pois a fé e a esperança passarão, mas o amor permanecerá.
Jesus deu a vida e foi glorificado! Um fenômeno de ontem, hoje e sempre (Jo 12,32): em torno do mistério de seu amor milhares e milhões de pessoas se ajuntaram; já quem busca a própria glória acaba só. Os ídolos deste mundo têm uma glória efêmera, fechada em si mesmos, alimentada por fãs equivocados. Não nos agarremos ao passageiro, a falsos mestres, a sentimentos mesquinhos e enfermiços como o ódio, a inveja, o ciúme, a avareza… É hora de perdoar, ser solícito e seguir adiante, olhos fixos em Jesus, o mestre do amor.
- 31/12/2023 15:42:30 - Um Novo Destino (Posse na Paróquia Santa Rita de Cássia - 29/12/2023)
- 27/12/2023 11:45:22 - Posse Canônica
- 24/12/2023 17:02:58 - Desejo maravilhoso ‘Natal’ e um 2024 com plena paz a todas as famílias!
- 14/11/2023 12:15:14 - Deus, poeta superlativo...
- 11/10/2023 18:10:10 - Novena. Vamos participar!
- 25/09/2023 00:14:11 - Orações pelo WhatsApp. Podemos enviar
- 02/08/2023 12:40:48 - ‘Romaria de Muquém’. Participe!
- 14/05/2023 00:05:04 - Filho do carpinteiro... antes, do Arquiteto
- 12/04/2023 22:00:47 - ‘Mentoras de sentido’
- 08/01/2023 11:50:19 - Renovar ou perecer
- 12/10/2022 20:08:50 - Revisitação a Nossa Senhora Aparecida
- 02/06/2022 20:04:48 - Sete anos: dor e glória
- Ver todo o histórico