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Texto aborda tempo e hábitos passados – Internet

As fotos se tocavam, tinham cheiro, eram guardadas em caixas – junto com cartas escritas à mão, postais dos avós, e desenhos coloridos que os pais guardavam como relíquias.

‘Éramos os que voltavam da escola a pé, falando alto ou apenas sonhando em silêncio, com a cabeça já no próximo jogo, na nova aventura, entre um buraco cavado na areia e um segredo cochichado atrás do muro’ – Foto: Internet

 

Somos aquela geração que não voltará mais.

Crescemos com os sapatos sujos de terra, os joelhos ralados e o coração apressado – não para mexer no celular, mas para terminar o lanche e correr para a rua, onde a maior expectativa era uma bola e alguns amigos.

Éramos os que voltavam da escola a pé, falando alto ou apenas sonhando em silêncio, com a cabeça já no próximo jogo, na nova aventura, entre um buraco cavado na areia e um segredo cochichado atrás do muro.

Um graveto virava espada, uma poça d’água se transformava em mar.

Nossos tesouros eram bolinhas de gude, figurinhas, barquinhos de papel.

E o céu era o nosso único limite.

Não tínhamos backup – apenas lembranças na memória e nos negativos fotográficos.

As fotos se tocavam, tinham cheiro, eram guardadas em caixas – junto com cartas escritas à mão, postais dos avós, e desenhos coloridos que os pais guardavam como relíquias.

Chamávamos de “mãe” quem cuidava das nossas febres, e de “pai” quem nos ensinava a andar de bicicleta.

Outros nomes não eram necessários.

À noite, debaixo das cobertas, sussurrávamos para o irmão ou irmã na cama ao lado, rindo por bobagens, com medo que algum adulto ouvisse e calasse aquele mundinho feito de cumplicidade.

Essa geração está se afastando devagar, como uma foto que vai perdendo a cor, mas que ninguém tem coragem de jogar fora.

Estamos partindo em silêncio, levando uma bagagem invisível: o som das risadas na rua, o cheiro do pão quente, as corridas sem destino e aquela liberdade que nunca soube o que era uma notificação.

Fomos crianças numa época em que ainda se podia ser.

E talvez, essa tenha sido nossa maior sorte.

 

Texto que, na primeira quinzena de julho/2025, foi alvo de muitos comentários positivos e saudosistas em plataformas eletrônicas. O JORNAL CIDADE pesquisou, mas não conseguiu identificar as autorias do mesmo e da foto

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