‘O DIÁRIO DE Abílio Wolney’ [XIV – A EXPEDIÇÃO CHEGA A ARRAIAS
[Em diferentes edições e capítulos, o JORNAL CIDADE publica O DIÁRIO DE Abílio Wolney, livro do articulista Abilio Wolney Aires Neto, lançado pela editora Kelps (Goiânia-GO.), em 2009

Capa do livro – Imagem: livro
XIV – A EXPEDIÇÃO CHEGA A ARRAIAS
Em Arraias, [193 40 praças do Batalhão da Polícia aguardavam, formando agora um contingente de mais de 60 policiais.
Ali ficaram nove dias, onde ocorreu um incidente: o alferes Juca Dantas foi excluído da Expedição,
[…] porque houve denúncia de que esse oficial trazia cartas de apresentação aos inimigos (pois assim eram denominados os membros da família Wolney) e com eles se correspondia (número trinta e seis, página cento e três).
Conforme ainda informação do Deputado João Batista de Almeida, esse oficial, ao regressar a Goiás, foi preso e excluído da polícia (número trinta e cinco, página cento e
cinquenta e dois). (Relatório cit.)
Os soldados trajavam fardas negras com listras avermelhadas nas calças e botas pretas.
Das blusas luziam os botões amarelos, platinas vermelhas e colarinhos de pé, virados no pescoço. O quépi, da mesma cor tocado de vermelho. O cinto preto, com chapa ou fivela, de metal, reluzindo ao sol. Alguns, outros não. Portavam a “comblain” de um tiro só, com sabres na ponta, arma brutal, que deixava um rombo no indivíduo, sem chance de sobreviver. Os sargentos alçavam a “mannlichers”. Os alferes, ou oficiais, empolgavam os mosquetões curtos [194, tendo suas mulheres na retaguarda para os serviços de comida e roupa.
No embornal, água capitosa.
A Imprensa do Governo batia pesado no ex-Deputado nortense, dando uma interpretação própria aos fatos, visando a legitimar uma qualquer atuação porvir da força pública. Em São José do Duro, Abílio Wolney sabia da movimentação, vendo claros os propósitos do Governo, narrados no jornal oficial O Democrata, que qualificava como bandidos os homens de valor do norte.
O grande Moisés Santana, amigo e colunista de Abílio Wolney no Jornal O Estado de Goiás, era o único a ousar no pasquim, novamente denunciando os situacionistas, agora na sua investida sobre a terra de São José.
Enquanto isso, Abílio Wolney anota em seu Diário:
Agosto, 9 – Sexta-feira. Ontem mandei um cargueiro para Norberto para trazer sal de Barreiras. O Dr. Abílio e Wolney devem ter partido hoje para o Bonfim. José Dinis, de partida para S. Marcelo, veio despedir-se de mim e por ele escrevi a meu xará Abílio Araújo [195. Tia Francisca veio aqui pela primeira vez.
Agosto, 10 – Sábado. Este ano tem sido excepcional; tem chovido em todos os meses da seca como em junho, julho e continua por este mês. Chuvas finas de mangas e estas em alguns lugares caem pesadas.
Agosto, 11 – Domingo. Fui ao Duro passando pela casa do companheiro Domingo, de Janjão e Tio Francelino. Messias, de volta de Natividade, trouxe os autos de recurso aprovando o procedimento do Juiz de Conceição, que deixou de cumprir a requisitória do 3.º supp.ª do Juiz de Órfãos, Juiz Amaro de Sousa. Do Duro veio comigo José Gomes, para ajudar-me na fatura de farinha.
Agosto, 13 – Terça-feira. Fui ao Duro para interpor recurso do despacho do Juiz de Direito no caso da negatória de avaliações do inventário de Amélia em Conceição [196.
Agosto, 15 – Quinta-feira. Fui ao Duro e dali Cheguei até a Beira d’Água. Contratei o casamento de minha filha Custodianna com Antonio Póvoa, cujo casamento deverá
realizar-se a 28 deste.
Agosto, 16 – Sexta-feira. Levei Custodianna e Mirêtta para o Duro a fim de cuidarem do enxoval da primeira. Meu Pai passou para o Jardim e dali irá até o Fundão buscar umas
pedras que devem conter um mineral.
Agosto, 19 – Segunda-feira. Fui ao Duro e ali encontrei o Aureliano Figueiredo, naturalmente assuntando o que há acerca de preparativos bélicos. Diz este que a força esperada está em Arraias e que compõe-se de 45 praças [197. Aqui chegando à tardinha encontrei João Magalhães, cunhado de Abílio Araújo, que vem chegando com negócio de fazendas.
Agosto, 20 – Terça-feira. Fui visitar aos amigos Ermínio dos Reis, Chico Bahia, Francelino Marques, D. Rosa Belém e Nicolau do Bonfim. Chegando, ao entrar do sol, encontrei meu Pai de volta do Jardim.
Agosto, 21 – Quarta-feira. Assentei o monjolo, que funcionou bem. Fui ao Duro ver Abílio Faria e Wolney, que chegaram do Bonfim. Recebi cartas comunicando a vinda do Dr. Celso Calmon, Juiz de Pouso Alto, comandando força para este lugar.
Agosto, 22 – Quinta-feira. Completo hoje 42 anos. João Magalhães voltou pessoal para trazer alguns artigos de sortimento. Benjamim Ayres nos avisa por positivos da estada da força, que deve acompanhar o Juiz de Direito até aqui, em Arraias. Meu Pai vem visitar a João Magalhães e encontra o positivo aqui e daqui respondemos as cartas e eu escrevi ao alferes Juca Santos.
Agosto, 23 – Sexta-feira. Apresenta-se aqui, vindo de S. Marcelo, junto com José F. Dinis, o Sr. Antonio, dizendo ter vindo de Sta. Anna dos Brejos. Estiveram aqui a passeio o Dr. Abílio, Janjão, João Corrêa, Confúcio e Oscar. Estão aqui de pernoite José Padre, e seu genro Luiz Fia. Também aqui esteve o Jovelino Américo que tratou comigo de vir fazer uma casinha para assentar a nossa tenda de ferreiro.
Agosto, 25 – Domingo. Contrato o casamento de Alzira com Norberto em presença do Pai e do irmão.
Setembro, 08 – Domingo. Ao entrar do sol chega um positivo dos nossos amigos Coronel Chico Rocha e Dr. Francisquinho pedindo informes seguros acerca do caso Duro e nos oferecendo seus valiosos préstimos.
Setembro, 9 – Segunda-feira. Pela manhã segui para o Duro a fim de responder as cartas dos nossos amigos Rocha e dali fui pernoitar na Beira d’Água em visita a meu genro e filha pela primeira vez; ali não encontrei Benedito, que tinha ido para o Santo Antônio.
Setembro, 11 – Quarta-feira. Chega o correio que me traz cartas do Marechal Abrantes, Dr. Jayme e “O Democrata”, de 31 de julho, que faz um apanhado dos homens de valor
no Norte, aos quais qualifica de bandidos. Estes papéis meu Pai me trouxe e combinamos de ir juntos aos “Prazeres”, amanhã.
Setembro, 12 – Quinta-feira. Pela manhã segui para o Duro dali para a Beira d’Água ou Prazeres, onde conferenciamos com Benedito Pinto assentando no nosso modo de agir com relação à força esperada.
Setembro, 13 – Sexta-feira. Pela manhã meu Pai passa para o Jardim. À tarde, chegam cartas de Conceição noticiando a chegada do resto da força em Arraias.
Setembro, 14 – Sábado. Meu Pai volta do Jardim passando por aqui ao romper do dia.
Setembro, 15 – Domingo. Vou ao Duro e volto à noite. Antoninho chega dos Prazeres para ficar comigo uns dias. Meu Pai com minha Mãe, e o Dr. Abílio com Alzira e muitas pessoas da família passam para o Açude de retirada para evitar desacatos de soldados.
Setembro, 16 – Segunda-feira. Pernoitam comigo diversos amigos, que vêm prestar-me seu apoio. Janjão e Anna Custódia, retirando-se também para o Açude, pernoitam aqui. A Vila está ficando deserta.
Setembro, 17 – Terça-feira. Pelas 8 horas, meu Pai passa para o Duro para trazer alguns trens que lhe faltam e de volta por aqui vai com ele Janjão e Anna Custódia. [198
Setembro, 18 – Quarta-feira. Tio Francelino e Confúcio desejam ir ao encontro do Juiz, vêm me consultar e eu aprovo.
Setembro, 19 – Quinta-feira. Acham-se em nossa casa diversos amigos em minha defesa.
Setembro, 20 – Sexta-feira. Minha filha Alzira dá à luz um filhinho a que o pai deu o nome de Wolney Bisneto; fui vê-la e à minha Mãe, que luxou o punho direito. Dispersaram-se hoje os nossos amigos.
Setembro, 21 – Sábado. No Açude, pela manhã, resolvo ir a Barreiras passar telegramas acerca do caso do Duro; volto ao Buracão, preparo-me e parto à tarde junto com Voltaire e Alexandrino. Pernoitamos nas Duas Pontes.
Setembro, 22 – Domingo. Continuo viagem indo pernoitar na cabeceira do Rio Limpo.
Setembro, 23 – Segunda-feira. Do Rio Limpo vamos a Vereda, onde pernoitamos.
Setembro, 24 – Terça-feira. Ao meio dia, chegamos em Barreiras encontrando gente em armas para repelir o Sr. João d’Alencar. Passo telegramas aos Drs. Bulhões, Jayme, Emilio, Geraldo Rocha e Coronel Antônio Geraldo.
Setembro, 25 – Quarta-feira. Meus amigos Coronel Francisco Rocha e Dr. Francisquinho dispersam o resto do pessoal.
Setembro, 26 – Quinta-feira. Visito a usina Carvalho, onde funciona máquina de descascar arroz e desfibrar algodão.
Setembro, 27 – Sexta-feira. Vou ao Mimo, fazenda do Coronel Castelo Branco, junto com Antonio Pamplona. À noite, despeço-me dos meus amigos e pernoito do lado de cá.
Setembro, 28 – Sábado. Venho pernoitar na Ponta d’Água.
Setembro, 29 – Domingo. Da Ponta d’Água, viemos à campina do Rio-Limpo.
Setembro, 30 – Segunda. Do Rio Limpo, venho ao Açude, onde encontro compadre Casimiro, Anísia, Luis e compadre João Rodrigues, os 1.ºs vindos de Conceição.
Informam-me eles que a Comissão do Duro já viaja de Taipas para cá. Pernoito com eles.
Marchando, vinha a Comissão Celso Calmon. Ao passar por Arraias, ouviu boatos sinistros, havendo os que propalavam ter na Vila do Duro grande número de jagunços originários dos sertões do Estado limítrofe da Bahia, sendo adestrado, diariamente, por gente de Abílio Wolney, o que ainda não ocorria. Todavia, a notícia gerou temor e insegurança, como narra o Escrivão da Expedição, Guilherme Ferreira Coelho:
Motivaram tais notícias a desinteligência entre o Juiz e o Promotor comissionados e isto porque, num chá que foi oferecido em casa de um dos chefes locais haver, quando em palestra, a autoridade se referido, ao comentar as asseverações relativas ao que se passava na vila do Duro, que seguiria tranquilo, a despeito das ameaças dos jagunços baianos.
Zangou-se o Promotor, filho do grande Estado da Bahia, com as expressões “jagunços baianos”, usadas pelo Juiz, como se elas suas fossem.(…)
Em ato contínuo ao incidente, o Juiz, após o retardo de alguns instantes, retirou-se para casa, onde esperou pela volta do Promotor, a quem disse, ao chegar, não motivara seu silêncio, por ocasião da desfeita, um ato de covardia e, sim, uma obediência à sua educação e servindo essas palavras de introdução, em regra, recebeu ele, – Promotor – calado, uma soleníssima descompostura.
Em vista das notícias alarmantes, que se tomavam por verdadeiras, foi a força ali concentrada dividida em três pelotões e com todas as precauções reencetaram a marcha, acompanhando-os, a alguns quilômetros, diversos cavalheiros que, por seu intérprete, fizeram a despedida. Norma outra tomou a viagem. Não mais se ouviram, à noitinha, as maviosas canções com que os deleitava o Dr. Promotor de Justiça, Francisco de Borjas Mandacaru e Araújo. Agora, uma marcha de campanha: reconhecimentos, ligações, sentinelas e tantas outras precauções que semelhantes condições criam.(Obra cit.)
Nas palavras do citado Major Álvaro Mariante,
A marcha dessa Comitiva para o Duro era mais um atestado das disposições hostis que a dominavam. Faziam-se marchas de guerra em território inimigo. A tropa era fracionada em pelotões que marchavam por lances: o primeiro fazia a vanguarda e só avançava quando o segundo lhe chegava ao alcance; com o terceiro vinha o Juiz Calmon; o quarto fazia a retaguarda.
Nos estacionamentos eram tomadas medidas de segurança estabelecendo-se sentinelas, a duzentos metros de distância (número trinta e sete, página cento e nove). [199
Fato é que ainda não havia jagunços baianos, mas gente armada da própria localidade, como alguns parentes, vaqueiros e outros empregados das Fazendas. [200
Num outro incidente, querendo demonstrar a independência do seu munus, o Promotor de Justiça, já na fazenda Taipas [201, nas imediações do Duro, admoestou um empregado seu por haver prestado um serviço ao Dr. Celso Calmon, sem a sua permissão. Melindrado, grande foi a indignação do Magistrado, que passa a cogitar da substituição do Promotor, assim que chegasse à Vila.
Amanhecia, com as cores vibrantes do arrebol…
Os Wolney estavam informados de todos os passos da Comissão. Não faltaram os amigos que lhes telegrafaram via Barreiras-BA, e de São José do Tocantins, além de avisos dos que passavam pela Vila.
Saindo de Taipas, a Expedição rompe no ondear dos tabuleiros e morros amplos, quando enfim depara – erguida no cabeço do cerro a meia encosta – com a casa do Juiz Municipal Manoel de Almeida, na Fazenda Beira d’Água.
Os arreios são afrouxados. Alguns que vinham a pé folgavam com os Oficiais e a maioria da tropa na parte alta do penedo. Lá embaixo, o riacho cristalino descia, defluindo do fio d’água que lhe dava cabeceira no buritizal. [202
No altiplano, em frente à casa da Fazenda, foi posta a vanguarda dos atiradores.
Enfim, já estavam os comissionados bem dentro no município de São José do Duro, embora afastados alguns quilômetros da localidade, onde planeja para o outro dia a chegada definitiva.
Caiu a noite. Os oficiais acomodaram-se como podiam, cercados pelos praças em vigília no acampamento a céu aberto, naquele último pouso para alcançar o Duro. [203
Conta o Escrivão da Expedição que
[…] uma linha extensa de combatentes estendia em frente à fazenda, obedecendo às nossas maneiras de precauções em marcha.
À uma hora da manhã, quando tudo era silêncio, um grito de alerta partiu da sentinela avançada e com ele reboou pelo espaço em fora, o estampido de um rouco tiro de comblain.
Os últimos fogos, em frente às barracas, apagaram-se como que magicamente e os ruídos do carregar das armas, o preparo para a luta foram coisas que se processaram dentro de um minuto.
Vi essas mulheres estenderem-se aos lados de seus companheiros, como verdadeiros municiadores nas esquadras de fuzileiros e mergulharem seus olhares perscrutadores na escuridão da noite, indagando sem o mínimo receio.
Achava-me estirado ao solo ao lado do Juiz, entrincheirado numa depressão do terreno, tendo aquele por abrigo a canastra que conduziam seus livros de direito.
Procedidos os reconhecimentos e verificadas as razões do alarme voltam o silêncio e tranquilidade ao pouso, por se tratar de uma partida de gado em disparada à procura da fazenda.
Levantaram-se as mulheres e suas línguas de trapo entram em ação, tagarelam: Comentam o incidente dizendo que se sentiriam felizes encontrando a morte brigando ao lado do companheiro e estimarem a vida grosseira que levavam, tudo após o decurso de mais de noventa dias de jornada, que faziam a pé, por caminhos ínvios, cheios de privações, que passavam alegres, cantando, sem uma recriminação sequer, exceção feita apenas quanto ao escasseamento de gêneros alimentícios, que reclamavam e temperavam com precisão nas arranchações. [204
No outro dia, Expedição ganha o largo da Vila. No seu Diário, por sua vez, anotava Abílio Wolney:
Outubro 1º. – Terça. Chego no Buracão e pela tarde começa a chegar amigos para saberem das coisas. Antônio Pedro já estava desde 30.
Outubro, 2 – Quarta-feira. Ontem à tardinha Chegou meu Tio Alexandre, Coquelin e mais 7 companheiros. Continuam chegando alguns amigos. Meu Pai e Luis Leite vêm passar aqui.
Outubro, 3 – Quinta-feira. Continuam chegando alguns amigos.
Outubro, 4 – Sexta-feira. Fomos informados da chegada do Juiz e da força, ao meio dia, tendo o promotor Mandacaru ficado atrás. Juiz, oficiais e força arrancharam no Sobrado de minha propriedade. [204
[193 A cidade de Arraias, hoje no Estado do Tocantins.
[194 Do livro Abílio Wolney, Um Coronel da Serra-Geral, de Nertan Macedo.
[195 Aqui se percebe o afunilamento dos contados com o xará Abílio de Araújo ou Abílio Batata em Formosa do Rio Preto-BA, de quem Abílio Wolney contratará jagunços para enfrentar a polícia, do que se trata no livro A Chacina Oficial.
[196 Esposa de Benedito Pinto de Cirqueira Póvoa.
[197 Depois se verificaria que a tropa foi engrossada para muito mais homens, inclusive jagunços a ela agregados.
[198 Anna Custódia Wolney, que recusou esponsais com Sebastião de Brito.
[199 Nota do autor: Miguel da Rocha Lima foi Presidente do Estado em dois mandatos: 1905-1909 e 1923-1924(aqui como 2º Vice).
[200 Os jagunços baianos só surgiriam em janeiro de 1919, por ocasião dos presos no ‘tronco’, do que se trata no livro A Chacina Oficial, que é uma sequência deste livro.
[201 Antiga Fazenda dos Wolneys, hoje município de Taipas (TO).
[202 Córrego da Caetana.
[203 Alguns aboletaram-se sob a fronde de uma gameleira, árvore ainda hoje existente no local, de onde, para baixo, se percebem-se os restos dos alicerces da casa que foi do Juiz Municipal Manoel de Almeida.
[204 Obra citada, pág. 203.
[205 O Sobrado foi demolido em 1951, no início da gestão do Prefeito Dário Rodrigues Leal (1951-1955), que o fez a pedido dos familiares dos mortos no ‘Tronco’(mais diretamente a pessoa de Josélia Wolney Leal), que diziam querer apagar a imagem da tragédia. (A boa intenção, todavia, foi um equívoco, que só hoje se percebe). Contou-me minha mãe Irany Wolney Aires que, bem antes da demolição, o seu pai o doara ao genro, Prof. João Correia de Melo, casado com Mirêtta Wolney Melo, assim que vieram
com os filhos da Bahia para o antigo Duro – já então Dianópolis desde 1938 – e a pedido do doador, os quartos onde se deu a “Chacina de 1919” viviam fechados. Não podia ser pintado para não encobrir as marcas empretecidas de sangue velho, como testemunho do que fizeram com os reféns. O Sobrado foi demolido à revelia de Abílio Wolney, por determinação municipal, inclusive, no dia da derrubada do prédio, Abílio estava ausente, em périplo pelas fazendas Buracão, Jardim e outras.
[Continua na próxima postagem quinzenal, com a publicação do Capítulo XV
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