‘Efeito devastador’
Alguns estudiosos da linguagem, da leitura, da escrita e compreensão das palavras, vêm fazendo previsões sombrias e nada alentadoras sobre a inteligência (QI) e desenvolvimento intelectual das futuras gerações. Referidas previsões, alertas aos pais e educadores guardam íntima relação com o uso desmedido, irrestrito e sem monitoramento das chamadas tecnologias da informação (TIs). Bem frisado, que está a se alertar e chamar a atenção da sociedade para o excessivo estado online, o quantum de horas as crianças e os jovens passam na internet, nas redes sociais e no acesso aos recursos digitais, incluindo os games e outras plataformas sem fins educativos e lucrativos, educacionalmente e intelectualmente falando
O acesso exagerado das chamadas teletelas é o foco desses grupos minoritários de pesquisadores: neurocientistas, psicólogos e educadores; segundo esses estudiosos, os efeitos no QI e aptidão intelectual dessa faixa etária (crianças e adolescentes) já são bem nítidos e amplamente documentados. A preocupação e alertas é de que podemos estar próximos de uma pandemia de graves distúrbios do aprendizado, da leitura convencional e da escrita. Assim, novos termos poderão surgir nos consultórios e clínicas de neurociências, de psicologia e outras formas de terapia cognitiva e intelectual. Entre as novas nominações dessas afecções cognitivas e do aprendizado estarão: a agrafia, a alexia, a dislexia, as dislalias, entre outras.
A agrafia é uma deficiência da escrita. Ela se caracteriza por uma incoordenação motora manual e digital em aprender e segurar, por exemplo, um lápis, uma caneta. Todo o mecanismo da agrafia é neurológico e psíquico. Ele se traduz na perda total ou parcial, no âmbito mental, neurológico e motor. E a incapacidade de compreensão, elaboração de palavras e frases. A incoordenação motora e incapacidade de escrita constituem a materialização desse grave distúrbio cognitivo e intelectual do indivíduo. É como se a pessoa se tornasse um analfabeto da linguagem escrita e mesmo falada, porque neste quesito o sujeito se torna incapaz de elaborar frases e textos no idioma padrão ou formal. Decorrente da agrafia advém também o distúrbio do agramatismo. O deficiente gramático não consegue elaborar e expressar ideias e pensamentos nas regras básicas da sintaxe e da gramática. Basta recordar a sequência mais elementar da frase: sujeito, verbo, complementos (objetos direto, indireto e predicativos).
Alexia e dislexia constituem graves déficit da compreensão da escrita. Em tradução mais simplificada: o indivíduo acometido por essa perturbação consegue até a aprender as palavras, isoladas; mas, pouco entenderá o seu significado; sobretudo, quando se lhe apresenta uma frase, um texto, o mais singelo, o mais básico do idioma.
O que se pretendo como mensagem final se resume nas seguintes diretrizes: todas as tecnologias, ou quase todas, porque pólvoras e armas mais destroem e matas vidas do que constroem. Quase todas as tecnologias foram concebidas e criadas e colocadas em prática para o bem da humanidade. Na melhora de quê? Da qualidade de vida, na segurança das pessoas, no transporte rápido de bens de gente, na celeridade das informações.
Nenhuma tecnologia deve ser demonizada ou criticada por si mesma. Elas são inofensivas, inocentes e neutras. Se alguma crítica ou reparo há a ser feito, devem ser feitos ao usuário e não aos inventos, objetos e mídias em si. Em uma palavra, dosimetria. Sobretudo, em se falando do ser humano em formação, no seu desenvolvimento como um sujeito perfectível, melhorável e em formação. Uma criança, um adolescente, um jovem trazem este potencial do bem. Um ser moldável e destinado a um cidadão (cidadã) produtivo, civilizado, independente e, capaz de muitas habilidades virtuosas e construtivas na formação de um mundo melhor, fraterno, justo e feliz
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