‘A cidade de Ana : Anápolis’ [Capítulo XXV – MEMÓRIAS [Capítulo/parte final
[Em diferentes edições e capítulos, o JORNAL CIDADE publica ‘A cidade de Ana : Anápolis’, livro do articulista Abilio Wolney Aires Neto, lançado pela editora Kelps (Goiânia-GO.), em 2017 [Capítulo/parte final
XXV – MEMÓRIAS [Capítulo/parte final
Passaram-se 16 anos em Anápolis, desde que o autor chegou, em 1994, como Promotor de Justiça até a partida em 2010, como Juiz de Direito.
Terminava a fase intermediária da minha carreira e, como dizia Tagore, era preciso partir…
Chegava a hora da despedida. Ao saudar os amigos, recordei o longo tempo que estivemos juntos e notei ter recebido mais do que pude dar.
Eis que o dia clareava, e a lâmpada que iluminava o meu quarto escuro se apagava. A ordem chegava! Eu estava pronto para a minha viagem…
Todavia, a alma ficava, como ainda hoje, na mesma estação da saída, recordando as tardes de céu azul e escampo, que terminavam num crepúsculo cor-de-abobora, entre cúmulos de nuvens a oeste.
Cidadão por nascimento de Dianópolis, cujo nome Cidade das Dianas foi sugerido por Abilio Wolney em 1938, e cidadão por Decreto em Anápolis, cujo nome A Cidade de Ana foi sugerido pelo mesmo ex-parlamentar no mandato 1896-1900, percebi claramente o capricho do “destino” ao ter me levado até ali na carreira do Ministério Público, após ter passado por Formoso, Mara Rosa e Porangatu.
Como o disse Castro Alves, os mesmos mistérios peregrinos, no mistério dos destinos, pois o concurso para a magistratura me fazia retornar a Anápolis como Juiz titular da 2ª Vara de Família, Sucessões e Cível, depois de ter magistrado em Águas Lindas e Petrolina de Goiás, mas sempre morando em Anápolis.
VIDA JURÍDICA E UNIVERSITÁRIA
Os primeiros 8 anos no exercício das atribuições do Ministério Público em Anápolis foram somados a mais 8 anos como Juiz, simultâneos com a docência universitária na FADA – Faculdade de Direito de Anápolis/UniEVANGELICA, pelo mesmo período, acrescentado de mais 2 anos como professor de Direito na Faculdade Latino Americana, hoje Faculdade Anhanguera de Anápolis, somando 10 anos de magistério.
MINISTÉRIO PÚBLICO
Ingressei no Ministério Público aos 29 anos de idade. Dois meses após a colação de grau em 1993 eu já estava aprovado no Testão, primeira das diversas fases de provas rumo a aprovação no Concurso. Em julho do mesmo ano, eu já cursava a Escola Superior do MP, aprovado no certame.
Iniciei a carreira como Promotor de Justiça em Formoso (GO), passando por Mara Rosa, Porangatu e chegando rapidamente na entrância final em Anápolis já em 2004.
Promovido para Anápolis em 1994, assumi a 6ª Promotoria de Justiça de 3ª entrância, onde fiz grande atendimento ao público em consultas e atuei em vários Juris, perfazendo 43 no Estado.
Embora afeito à tribuna, nunca gostei da área criminal, que exercia por força do ofício, apesar do largo “êxito” nas sessões de julgamento.
A CONSTRUÇÃO DO PAVILHÃO “B” DO PRESÍDIO DE ANÁPOLIS
Subscrito por este autor, então Promotor de Justiça da 6ª Promotoria de Anápolis, o pedido de Interdição do Presídio/Cadeia local foi protocolizado no dia 31 de maio de 1996 e distribuído do MM Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal da comarca. Nada se conseguiu a respeito.
Por ocasião do ano da campanha da fraternidade da Igreja Católica, cujo tema era “Os encarcerados”, o Mons. Luiz Ilc foi abordado por este autor e pelas advogadas Dra. Márcia Alves Lima e Maristela Nunes Duarte. Solicitamos a ajuda ao valoroso sacerdote para engrossar fileira conosco e pedir ajuda para a construção do Pavilhão “B” do Presídio de Anápolis. A nossa APAC – Associação de Proteção aos Presos e Condenados mobilizava o período de arrecadação. Tínhamos em caixa menos de 15 mil reais, angariados em pequenos eventos e doações. O pavilhão deveria ter banheiro, celas maiores, estruturas de camas mais humanas e maior ventilação.
O Mons. Luiz nos trouxe o valor que ultrapassou os 400 mil reais na época e lá está o Pavilhão B, mais humanizado, com melhores acomodações, todavia, cheio como o pavilhão A, até que um dia, o governo faça a sonhada estrutura prisional para Anápolis.
Diego Bartelli escreveria a respeito no Jornal O Contexto:
A atual cadeia pública começou a funcionar em 1987 (administração Adhemar Santillo), com, apenas, um pavilhão. Em 1996, já com a capacidade estourada, o estabelecimento penal passou por uma reforma e ampliação emergencial, graças a uma campanha idealizada pela Diocese de Anápolis, sob a coordenação do então vigário da Matriz de Bom Jesus, Monsenhor Luiz Ilc, que por sinal, empresta seu nome
para o Centro de Inserção Social. Praticamente todo o material de construção e os recursos para o pagamento da mão de obra foram levantados junto à comunidade, inclusive com a realização de bingos, sorteios e outras promoções. Apesar de ter passado por essa reforma, atualmente problemas como superlotação das celas não foram resolvidos. E mesmo que essa tentativa fosse concretizada, não haveria outro lugar para onde os detentos fossem transferidos. Há, ainda, casos em que uma cela com espaço ideal para 10 presos, abriga, hoje, 40 pessoas. Outro problema é a falta de servidores para se manter o complexo em ordem. Muito trabalho fica acarretado, e sobrecarregam os funcionários. Com essa defasagem, existe uma sobrecarga para os atuais funcionários, o que impede um funcionamento aceitável na Cadeia Pública. Para se ter uma ideia, os servidores, incluindo agentes carcerários, exercem variadas funções, como acompanhamento de presos a hospitais; audiências diárias, advogados e outros.
O Prefeito Antônio Roberto Gomide destinou área municipal a construção do Presídio de Anápolis, e as gestões junto ao Governo do Estado foram desencadeadas no seu mandato.
Uma das marcas da judicatura a frente da 2ª Vara de Família, Sucessões e Cível foi a realização de Mutirões de Justiça, de modo contínuo, estruturados em 04 Bancas de Audiências de Conciliação, nas dependências da Unidade Judiciária.
Havia na Vara mais processos civis comuns do que de família, pois a Assistência Judiciária gerava grande cúmulo de feitos.
Fui criticado por pessoas despeitadas, mas vi o trabalho ser aprovado depois, com a coincidência de o Conselho Nacional de Justiça ter estabelecido a necessidade da Conciliação em todo o País, utilizando o mesmo termo das “Bancas de Conciliação”.
Outros tantos mutirões foram feitos quando na gestão do foro entre 2005/06.
Em 18 de novembro de 2003, juntamente com outros colegas da comarca, formulamos pedido ao Tribunal de Justiça para redistribuir os processos cíveis com as 5 Varas da comarca, o que foi acatado depois pelo Des. Jose Lenar, que teve a coragem de baixar um ato a respeito.
No dia 30 de novembro de 2005, Diretoras de Escolas da Rede Pública trazem alunos para uma homenagem ao autor do nome da Cidade de Anápolis, no auditório do Juri, que hoje leva o seu nome.
Sempre morei no meu apartamento na Rua Ângelo Teles, 390, Bairro Santa Maria de Nazareth. Ali engatinhou minha filha Ana Luiza, ali ficou por alguns meses meu filho Alexandre, advogado, que iniciou a Faculdade de Direito em Anápolis e foi meu aluno e por ali estiveram comigo os filhos Abilio Oscar Wolney Costa Neto e Wolney de Santana Wolney. O filho Jean, hoje formando em Medicina, esteve lá e foi meu cavalheiro de honra em 1999.
Ali ficavam comigo os meus pais, Zilmar e Irany, quando vinham a Anápolis/Goiânia para fazer exames de saúde.
O meu irmão, Prof. Zilmar Wolney Aires Filho, morou comigo em Anápolis até se casar e continuou meu vizinho por alguns anos. Mestre em Direito pela UniCEUB-DF, foi o companheiro de lutas como excelente Assessor Jurídico desde a Promotoria, passando pela fase judicante na 2ª Vara de Família, Sucessões e Assistência Judiciária, da qual fui juiz titular. Zilmar Wolney é advogado e professor universitário. Especialista em Processo Civil pelo Centro Universitário de Anápolis. Mestre em Direito pela UniCEUB. Membro da União Literária de Anápolis – ULA e da Academia de Letras do Brasil, Secção Anápolis – ALBA. Articulista político. Poeta-compositor. Músico. Professor Universitário e expositor espírita. Dada a formação do mano em Direito, advogado licenciado, já que foi concursado para os quadros do Judiciário em Anápolis, usufrui da companhia de um excelente relator, juridicamente culto, pois se tornou Professor na Faculdade de Direito da FIBRA, depois de ter lecionado por quase 10 anos no Centro Universitário da UniEVANGELICA e ter dado aulas na Faculdade de Direito de Rubiataba.
MAGISTRATURA
Como Juiz da 2ª Vara de Família e Assistência, resolvi criar 04 espaços dentro da unidade judiciária, montando quatro Bancas de Conciliação, antes mesmo que o CNJ viesse a criar os Centros de Conciliação em todo o Brasil. E então eu marcava periodicamente audiências simultâneas e obtinha muitos acordos. Fui criticado, embora isoladamente, mas prossegui e hoje o método virou regra na Justiça brasileira.
No exercício das funções de Juiz Diretor do Foro da comarca, conseguimos junto ao Tribunal de Justiça, sob a presidência do Des. Jamil Pereira de Macedo, também filho do Tocantins, algumas conquistas para o Judiciário local:
- a) ampliação no térreo das garagens internas e externas ao prédio;
- b) novos carros para a frota, novo sistema do ar-condicionado para o prédio;
- c) realização de Concurso para os cargos de Servidores do Fórum;
- d) elevação para 2 do número de assistentes de Juízes (foi a primeira comarca do interior a ter);
- e) obra de construção da extensa estrutura para o Arquivo Judicial a prova de fogo, água e invasão, no piso térreo do edifício do Fórum.
Em dezembro de 2006, ao lado das placas de inauguração do prédio, nova placa era afixada na entrada do Fórum Dr. João Barbosa das Neves, registrando as aquisições do nosso biênio 2005/06 como Diretor do Foro:
- Construção do Anexo ao prédio do Fórum – Arquivo Judicial;
- Reestruturação do Prédio do Juizado da Infância e da Juventude;
- Ampliação do estacionamento e grades em torno do Prédio do Fórum;
- Implantação do 3º Juizado Especial Cível;
- Foi feito o Sistema Integrado de Informática pela primeira vez;
- Conseguimos a nomeação um Assistente a mais e Secretários para os Juízes da comarca, aquisição que, depois da capital, só Anápolis havia conseguido no Estado.
Acrescente-se que, em 2005, cumpriu-me a função de presidir aos Concursos para novos Escrivães e Escreventes do Foro de Anápolis, o qual foi prontamente homologado pelo Tribunal de Justiça e pudemos dar posse aos novos servidores efetivos da comarca.
Ainda na gestão de Diretor do Foro conseguimos ampla reforma no prédio da Vara do Juizado da Infância e da Juventude de Anápolis, onde judiquei em 1999 como Juiz substituto.
Depois, o Juizado foi praticamente reconstruído, graças a nossa gestão junto ao TJGO, contando com a atuação direta do colega, que me sucedeu no Juizado, como Juiz titular, Dr. Carlos Limongi Sterse, que dirigiu o Foro da comarca em biênios sucessivos a minha saída da comarca.
TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
O segundo grau dos Juizados Especiais e composto por Turmas Recursais revisoras, para as quais são interpostos os Recursos contra as decisões dos Juízes de Direito. Presidi a Turma Recursal Cível de Anápolis por 2 anos. Inicialmente, as sessões de julgamento se davam em espaço na Faculdade de Direito da UniEVANGELICA, mas logo fomos estabelecidos em sala própria no Edifício do Fórum de Anápolis, ao lado do Tribunal do Juri.
JUSTIÇA ELEITORAL
Fui Juiz eleitoral em dois períodos diferentes em Anápolis. Quando na 3ª ZE, em 2005-2006, presidi a eleição para Prefeito na cidade, inaugurando as Urnas Eletrônicas, testadas pela primeira vez no Brasil, cuja experiência mostrou que veio para ficar.
Em 2005, participei da inauguração do novo prédio da Justiça Eleitoral em Anápolis, onde inspecionei as urnas, designei servidores e assinei milhares de títulos eleitorais, despachei e decidi demandas de impugnação de candidaturas e outros feitos prévios e pós-eleições.
Nessa ocasião, o Des. José Lenar, Presidente do TRE em Goiás, me acenou com a possibilidade de ser o Diretor do Foro Eleitoral, mas me fiz de desentendido para não sobrecarregar as minhas atividades na 2ª Vara de Família, Sucessões e Assistência Judiciária.
Em 2010, fui Juiz eleitoral da 144ª ZE, interrompendo o período que iria até 2011 em razão da minha promoção para a 9ª Vara Cível de Goiânia.
No dia 03 de agosto de 2005, quando Anápolis completava 98 anos de emancipação política, fui designado, Como Diretor do Foro, para representar o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás na sessão de homenagem na Câmara dos Deputados em Brasília.
O Dep. Pedro Canedo teve a iniciativa e nos saudou da Tribuna, como a todos os anapolinos presentes.
A Sessão Solene foi realizada no Plenário Ulysses Guimarães, palco das grandes deliberações legislativas e dos acontecimentos mais graves na transição por que passa o Brasil em 2017.
MOVIMENTO ESPÍRITA
Aos sábados vou a Anápolis, onde tenho as atividades com o companheiro de ideal Delnil Batista, no Núcleo Espírita Casa de Jesus, que fundamos com Eurípedes Lima há 16 anos e fica em uma invasão na periferia da cidade, como anotado na história do Movimento Espírita em Anápolis.
Iniciei as atividades de expositor no circuito de vários Centros ali existentes, iniciando pelo São Vicente de Paulo, através do casal Sebastião/Alcione e ainda tenho agenda de palestras em Centos de Estudos Espíritas na cidade, que pretendo manter até o fim.
Por alguns anos, fui conselheiro voluntário junto ao Hospital Espírita de Psiquiatria da cidade, onde proferi palestras, dentre outras, por ocasião do seu aniversário de 60 e depois de 67 anos.
ACADEMIAS DE LETRAS
Com razoável frequência, vou as sessões da Academia Anapolina de Letras – ANALE/ULA, no Centro de Eventos Literários de Anápolis e já publiquei pela Coleção Anápolis os livros O Barulho, Ligas Camponesas – Movimento Comunista, 1962, Memórias de João Rodrigues Leal e A Chacina Oficial, além deste, através da editora Kelps, os quais foram distribuídos na rede pública de ensino, fundamental, médio e faculdades públicas de Anápolis.
Com a escritora e presidente Ridamar Batista e escritores como Natalina Fernandes, Francisco Rocky-Lane Monteiro, Maria Marques, Yancara e outros companheiros, fundamos a Academia de Letras do Brasil, Secção Anápolis – ALBA, que já publicou a primeira Ontologia e está a caminho de outras, após o grande encontro de comemoração dos 16 anos da fundação da ALBA, ocorrido no dia 31.08.17, no Copacabana Palace, no Rio, em jantar de gala comemorativo, dentro da pauta Dinâmico-celebrativa.
Da Câmara de Vereadores, recebi também a Comenda Dr. Henrique Santillo, criada em 2004 e outorgada ao autor em 2004. A distinção e a mais alta honraria do Poder Legislativo anapolino e leva o nome de um dos maiores estadistas de Goiás, morto em 2002, quando era conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Santillo foi vereador e prefeito de Anápolis, governador e ministro da Saúde.
A frente da Comissão Popular de Construção do Presidio de Anápolis, juntamente com a Dra. Márcia Lima e a Dra. Maristela Duarte Nunes, consegui que o Mons. Luiz Ilc construísse o Pavilhão II para um tratamento mais humanitário aos detentos.
Lecionei durante 10 anos em 2 Faculdades de Direito de Anápolis.
Quando Promotor de Justiça e depois como Juiz Diretor do Foro na comarca, pude anuir convites para eventos solenes na Base Aérea de Anápolis. Meu pai Zilmar Povoa Aires foi numa das vezes comigo.
Desembarcando no porto de chegada da trajetória que me foi confiada por Deus, em dezembro de 2010, cheguei a Goiânia, entrância final da carreira da magistratura no Estado, mas a Cidade de Ana não saiu de mim.
Em Goiânia
Em 2012, já na capital desde 2010, conclui o Mestrado em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento na Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Todavia, as atividades de expositor espírita completaram a minha agenda noturna e não quis mais voltar a sala de aula, onde estive por 10 anos.
Defendi na Banca Examinadora a minha Dissertação de Mestrado, obtendo nota A, com o tema: O Princípio da Razoável Duração do Processo – Medidas que o levem a efeito, que me rendeu um livro digital de quase 400 páginas, aguardando edição impressa.
O Des. Leobino Valente Chaves me procurou para ser seu Juiz Auxiliar na Presidência, como ele próprio me disse, mas eu não iria [42, pois a 9º Vara Cível, da qual sou titular, tem grande acervo de processos, e a minha luta e diminuí-lo e levar a efeito o título da minha Dissertação de Mestrado, que trata do princípio da razoável duração do processo.
Com efeito, ao chegar na capital com um acervo de quase 7.000 processos na 9ª Vara Cível, em 7 anos consegui reduzi-lo para pouco mais de 3.000 processos, mesmo recebendo quase 2.000 processos novos por ano, de modo a eliminar boa parte do acervo e ainda julgar esses novos a tempo.
Enfim, os 16 anos em Anápolis fazem a maior parte da “orelha” dos meus livros.
Com meu pai Zilmar Póvoa Aires, fui Suboficial do 2º Cartório de Notas de Dianópolis, hoje interinamente com o meu irmão Norman Wolney Póvoa, que me sucedeu há quase 30 anos e construiu uma bela história de vida. Em 1989, parti para Goiânia a fim de cursar a Faculdade de Direito da Universidade Católica de Goiás como o intento de voltar e advogar em minha terra, mas a programação lá de cima era outra.
Termino este livro 1 mês depois de o meu pai Zilmar Povoa Aires ter desencarnado (03.11.17) aos 84 anos de idade. Ficou minha mãe de 83 anos, Irany Wolney Aires.
Fui antes Escrevente, Escrivão, Técnico Judiciário e Assistente do Des. José Soares de Castro (Zuza) no TJGO.
Pós-graduado amplo sensu com especialização em Processo Civil (UFG), quando em Anápolis.
Fiz outra pós em Goiânia: MBA – Capacitação em Poder Judiciário (FVG-Rio) e depois o mestrado referido.
A maioria dos meus livros foram escritos na fase Anápolis e durante as férias de janeiro e julho em minha Dianópolis, casa dos meus pais: O Diário de Abílio Wolney; No Tribunal da História; O Duro e a Intervenção Federal; Memórias de João R. Leal; Um Homem Além do Seu Tempo; Movimento Comunista – Liga Camponesa, 1962; O Barulho e os Mártires; e A Chacina Oficial. Jurídicos: Direito Constitucional – Princípios e Juizados, Mediação e Arbitragem e O Princípio da Razoável Duração do Processo.
Inéditos: Abílio Wolney na Bahia; Cristianismo Espírita e O Grande Alexandre Costa.
Ocupo a cadeira nº 2 da Academia de Letras de Dianópolis (TO) – ADL. Titular da Cadeira II da Academia de Letras de Anápolis – ANALE e Membro Fundador da Academia de Letras do Brasil – Seção Anápolis – ALBA. Titular da Cadeira 07 da Academia de Letras de Águas Lindas de Goiás. Membro da UBE – União Brasileira de Escritores. Assumi a Cadeira 22 do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás – IHGG, e fui convidado a ser sócio correspondente da Academia de Letras de Bela Vista de Goiás.
Isso tudo fica na experiência terrena. Essas credenciais costumam valer pouco no plano espiritual para onde retornaremos todos. Daqui só levaremos as qualidades morais e o conhecimento das experiências. Ainda estou em fase de crescimento, pois conhece-se o verdadeiro espírita pelos esforços que empreende no sentido de domar as suas más tendências.
Aos 54 anos, ponho mãos à obra para a tarefa de aperfeiçoar a minha capacidade de amar sem aguardar nada em troca. Ser agora melhor do que fui outrora e me prometer ser amanhã melhor do que sou hoje, como aprendi na minha escola religiosa com Kardec, depois do Colégio João d’Abreu, onde fui educado pelas freiras católicas daquela Congregação.
Ou faço isso ou não valerá a pena ter vivido neste bloco.
O que mais me conforta agora são essas palavras de Chico: Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.
Cheguei ao fim da realização profissional e da maior parte dos meus livros. Formei 2 filhos e espero formar mais, só depende deles. Quero um novo fim na direção do verdadeiro sentido da palavra caridade, segundo entendia o Cristo.
Ao meu pai Zilmar Póvoa Aires
No dia 03 de outubro de 2017, me pai retornava à Pátria espiritual, deixando um rastro de bondade escondida no seu jeito sisudo. Foi se encontrar com a mana Maria Margareth, que nos precedeu no outro lado.
Nomeado em 1959 para o cargo de Oficial titular do Cartório do 2º Ofício de Notas, Tabelionato e Registro de Títulos e Documentos de Dianópolis, antigo norte goiano, hoje sudeste do Tocantins, trabalhou e coordenou a serventia até os 84 anos de idade, quando descansou.
Trabalhei com meu pai, durante 8 anos, na condição de Suboficial do Cartório, de onde parti em 1989, aos 23 anos, para cursar a Faculdade de Direito na UCG. Esse tempo me serviu para averbação junto ao TJGO, o que me serviu como critério de desempate em promoção na carreira, além do tempo de serviço averbado para todos os fins. Um dia, eu disse isso a ele, que ficou orgulhoso.
A Escola Superior da Magistratura do Estado do Tocantins e o Tribunal Regional Eleitoral do Estado, por gestão do Des. Marco Villas Boas, publicaram nota de pesar e reconhecimento dos serviços prestados pelo Notário Público Zilmar Póvoa Aires pelos quase 60 anos de atividade Cartorária.
Os nossos agradecimentos.
A ASMEGO – Associação dos Magistrados do Estado de Goiás também publicou nota de 7ª dia, referindo-se ao Cartorário goiano-tocantinense que, ao longo de 60 anos, exerceu o ofício nos dois Estados.
Importante homenagem lhe foi prestada post mortem. A iniciativa foi do Des. Marco Villas Boas, perante a 2ª Turma Julgadora do Tribunal de Justiça do Tocantins, em Palmas, por seu Presidente, Des. João Rigo Guimarães.
Veio num valioso Telegrama, que passou para a história do homenageado.
BIBLIOGRAFIA:
BORGES, Humberto Crispim. História de Anápolis. Ed. Cerne, 1975.
FERREIRA, Haydee Jayme. Anápolis, sua Vida, seu Povo. 2. Ed. Goiânia: Kelps, 2011.
ROCHA, Hélio. Anápolis – E Assim se Passaram 100 anos. Goiânia: Rocha Gráfica e Editora Jornalística/Kelps, 2007.
POLONIAL. Juscelino – Anápolis nos Tempos da Ferrovia, Associação Educativa Evangélica.
ALVES, Júlio. Anápolis 1907-2007 – Cem Anos de História, Executiva Propaganda, 2007.
ASMAR, Joao. Os Árabes no Sertão, Kelps, 2010.
ARIMATHEA, Amador; CURY, Lindberg. Dos Cedros ao Cerrado – História dos Sírios e Libaneses de Anápolis, 1903-2009. Brasília: Starpint Gráfica e editora LTDA., 2009.
[42 Como ele queria os dianopolinos na sua equipe, havia também convidado o Juiz de Direito Dr. Dioran Jacobina Rodrigues, colega e amigo, primo por força dos nossos avós, o qual bem desempenhou a honrosa função na Presidência do TJGO, durante o mandato do Des. Victor Barbosa Lena, honrando as nossas origens.
GALERIA DE FOTOS ANTIGAS DE ANÁPOLIS
Nota da Redação do JORNAL CIDADE: com satisfação e orgulho, finalizamos aqui a publicação do livro A cidade de Ana : Anápolis, por meio de XXV capítulos! Que história importante, bonita, rica! Parabéns doutor Abilio! Vamos, agora (a partir da quinzena 16 a 31/08/24, aqui no Site; e, a partir da quinzena 1º a 15/10/24, nas edições impressas), também através de capítulos nesta coluna, publicar novo livro O Diário de Abílio Wolney. Leia, leia, leia tudo!
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