PAINEL CULTURAL

DR. ABILIO WOLNEY AIRES NETO

‘A cidade de Ana : Anápolis’ [Capítulo XI – Daia – Distrito Agroindustrial

[Em diferentes edições e capítulos, o JORNAL CIDADE publica ‘A cidade de Ana : Anápolis’, livro do articulista Abilio Wolney Aires Neto, lançado pela editora Kelps (Goiânia-GO.), em 2017

Pátio do Porto Seco Centro-Oeste. Anápolis retratada em capítulos nesta coluna – Fotos: livro

 

XI – DAIA – DISTRITO AGROINDUSTRIAL

 

O Vanguardeiro da era da moderna industrialização em Goiás e pioneiro da interiorização industrial no Brasil no Centro-Oeste, o DAIA – Distrito Agroindustrial de Anápolis – nasceu da união conjunta dos governos federal e estadual, constituindo hoje em verdadeira região industrial brasileira.

Inaugurado em 8 de setembro de 1976 pelo presidente Ernesto Geisel, originariamente, o Distrito serviria a abrigar indústrias com o objetivo de agregar valor a matérias-primas oriundas dos segmentos regionais de minério e da agropecuária.

A vitalidade do meio empresarial e a localização de Anápolis no centro geográfico do País, efetivamente, contribuíram para que tal limitação fosse suplantada e, na atualidade, o DAIA é o maior polo farmoquímico da América Latina, além de indústrias alimentícias, têxtil, automobilística, de adubos, de materiais para construção.

Um dos principais motivos de Anápolis ter se consolidado como o 22º maior município importador do Brasil, com US$1,5 bilhão em volume, o Porto Seco Centro-Oeste ou EADI – Estação Aduaneira Interior, é um terminal alfandegário de uso público, de zona secundária, destinado à prestação de serviços de movimentação e armazenagem.

O DAIA foi criado inicialmente com o objetivo de agregar valor à produção agropecuária e mineral da região. A posição estratégica da cidade, contudo, contribuiu para que a intenção inicial fosse suplantada. Contando 111120 com uma área de 593 hectares, é limítrofe com a BR-060/153 e com a GO-330, além de ser interligada ao Porto de Santos por um ramal da Ferrovia Centro Atlântica e ser o marco zero da ferrovia Norte-Sul, em construção.

 

Pátio do Porto Seco Centro-Oeste

 

O grande impulso veio em meados da década de 1980, quando o governo estadual instituiu o programa de incentivos fiscais Fomentar, concedendo crédito de ICMS às indústrias que se instalassem em Goiás. O programa passou por várias reformulações, adequando-se às constantes mudanças ocorridas na economia brasileira, num período marcado pela escalada inflacionária e pela recessão.

Ainda assim, num campo minado de adversidades, o DAIA se consolidou como o principal polo de indústria goiana devido não só aos incentivos fiscais oferecidos, como também, e fundamentalmente, pelas suas condições de infraestrutura e localização, os pontos-chaves para facilitar o escoamento da produção.

Atualmente, o Distrito é a sede do Polo Farmacêutico Goiano, com mais de 20 empresas, entre elas, podem-se citar os Laboratórios Teuto Brasileiro (com participação de 40% da Pfizer), Neoquímica (da Hypermarcas), Greenpharma, Geolab, Champion, Kinder, Vitapan, Novafarma, Genoma, AB Farmoquimica, FBM, Melcon (com participação de 40% do Laboratório Aché), Pharma Nostra e muitos outros que, juntos, empregam mais de dez mil pessoas.

Além da grande quantidade de laboratórios farmacêuticos e de indústrias químicas, o DAIA ainda possui uma Estação Aduaneira do Interior (EADI) e diversas outras empresas, entre as quais Adubos Araguaia, Fertilizantes Mitsui, Granol Óleos Vegetais, Gravia Esquality, Guabi, Midway International, Cereais Araguaia, Elkatex, Babymania Fraldas, Roan Alimentos, Beraca-Sabará Indústria Química, Companhia Metalgraphica

Paulista, Transportadora Gabardo, RGLog Logística, DHL Logística, Laticínios Vigor, Colatex, Plastubos, Docce Vida, Hyundai e outras. Dentre as vantagens que possibilitam o desenvolvimento contínuo do Daia, podemos destacar a Estação Aduaneira do Interior (EADI ou Porto Seco), a localização do quilômetro zero da Ferrovia Norte-Sul, a ponta norte da Ferrovia Centro-Atlântica (que se ligará com o km zero da Ferrovia Norte-Sul),

Plataforma Multimodal, em construção, e o Entreposto da Zona Franca de Manaus, também em construção.

Além disso, conta com sistema de captação e tratamento de água próprios, com capacidade para 590.000 metros cúbicos, A estação de tratamento de Água comporta 10 milhões de litros em seus reservatórios. Os quatro reservatórios elevados do DAIA têm capacidade para 1.500.000 litros e a distribuição é feita por uma rede com 17.400 metros de extensão.

O Distrito tem energia elétrica própria, central telefônica – DDD/DDI, agências bancárias e correios, além da localização privilegiada, no coração do Brasil, o que permite às empresas instaladas ou que pretendem se instalar terem mais suporte e estrutura física para realizarem ótimos negócios.

Os projetos, desde 2011, incluíam a construção da nova fábrica de caminhões da Hyundai, fábrica de motores, também da Hyundai, a montadora confirmou a montagem de mais dois veículos o IX35 e o Santa Fé, fábrica de tratores da MTZ Internacional, fábrica da Indústria Ypê, ampliação do Centro de Distribuição do Laboratório Neoquímica (investimentos de R$ 100 milhões) e muitos outros projetos que acelerarão o processo de industrialização da cidade. Anápolis poderá contar com uma montadora de aviões holandesa, Rekkof Aircraft, que produzirá o modelo da extinta Fokker com capacidade de produção de até 160 aeronaves/ano de pequeno, médio e grande porte (investimento de R$ 1,2 bilhões).

Fora da área do Distrito Industrial, ainda podemos contar com diversas empresas de porte, tais como AMBEV, Fri-Ribe Rações, Arroz Brejeiro, Friboi, Plumatex, Babioli, Belma Alimentos, Laboratório Uniphar, Suplemente, etc.

O Distrito ocupa uma área de 593 hectares. Às margens da BR – 153/060, distante 50 quilômetros de Goiânia, a 120 quilômetros de Brasília, no centro de um mercado de 5 milhões de habitantes/consumidores.

O DAIA está interligado por um ramal à Rede Ferroviária Federal e é servido pela rodovia asfáltica estadual GO-330. Esse complexo permite facilidade de acesso rodo-ferroviário ao Norte/Nordeste e para o Sul, Leste e Oeste brasileiros, integrando a RFFSA, o corredor de exportação Goiás-Minas Gerais-Espírito Santo.

Técnicos de outros Estados que visitam o DAIA consideram perfeita a sua infra-estrutura. O Distrito possui uma ETE – Estação de Tratamento de Esgoto, atualmente dimensionada para tratar150 litros por segundo, mas que será ampliada para 250 litros, em 93.

O DAIA tem, ainda, telex, central telefônica, agências bancárias, eixo central e ruas pavimentadas, churrascaria, posto de combustíveis e Centro de Gemologia.

O conglomerado de empresas sediadas no Distrito Agroindustrial de Anápolis contribui com 8% do total do ICMS arrecadado em todo o Estado e propicia, na atualidade, um mercado de mais de 8 mil postos diretos de trabalho para operários e 500 outros para trabalhadores da construção civil.

Pesquisas recentes demonstram que o Daia influi economicamente, como fonte de ocupação e renda, na subsistência de 4,5 milhões de pessoas que habitam em 84 cidades circunvizinhas a Anápolis.

A seis quilômetros do centro da cidade, às margens das BRs 060/153 e GO-330, a quatro quilômetros do aeroporto municipal de Anápolis, a 140 quilômetros de Brasília em rodovia duplicada e a 50 quilômetros de Goiânia em rodovia também duplicada. É interligado por um ramal da Rede Ferroviária Federal (RFF) ao corredor de exportação Goiás-Minas Gerais-Espírito Santo que permite acesso a vias marítimas.

 

 

POLO FARMACÊUTICO

 

O Polo Farmacêutico de Anápolis foi implantado a partir do final da década de 1990, principalmente após o advento da Lei dos Medicamentos Genéricos. Apesar de já possuir indústrias farmacêuticas desde o início da década, apenas após essa Lei que o município se consolidou como referência.

Com a estrutura disponibilizada no DAIA, a atração das indústrias se consolidou, sendo hoje responsável por um PIB de cerca de R$1,5 bilhão e cerca de 5.000 empregos diretos e 12.000 indiretos. Dentre as indústrias farmacêuticas locais, destacamos Brainfarma (Hypermarcas), Teuto, Geolab, Pharma Nostra, JRD, Gerbrás, Gênix, Novafarma, Melcon e FBM, além de diversas outras, inclusive com empresas do ramo químico. O polo farmacêutico de Anápolis é hoje o 3º maior do país, atrás apenas dos polos de São Paulo e do Rio de Janeiro.

 

Inauguração do Daia (1976), Com o presidente Geisel abraçando e empresário Sultan Falluh

 

[Continua na próxima postagem quinzenal, com a publicação do Capítulo XIII

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