PAINEL CULTURAL

DR. ABILIO WOLNEY AIRES NETO

DR. ABILIO WOLNEY AIRES NETO é juiz de Direito titular da 9ª Vara Cível de Goiânia-GO.; graduando em Filosofia e em História; e, acadêmico de Jornalismo; autor de 15 livros de história regional, poemas, crônicas e Direito; ocupante de cadeiras no Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis (ICEBE), na Academia Goiana de Letras (AGL), Academia Goianiense de Letras (AGnL), Academia Dianopolina de Letras (ADL), Academia Aguaslindense de Letras (ALETRAS); e, membro da União Brasileira de Escritores (UBE-GO) – Seção Goiás; e, do Gabinete Literário Goyano. Contatos: @AbiliowolneyYouTube

‘O DIÁRIO DE Abílio Wolney’ [III – A BIOGRAFIA EM DIÁRIO

[Em diferentes edições e capítulos, o JORNAL CIDADE publica O DIÁRIO DE Abílio Wolney, livro do articulista Abilio Wolney Aires Neto, lançado pela editora Kelps (Goiânia-GO.), em 2009

 

III – A BIOGRAFIA EM DIÁRIO

 

Estamos por volta dos anos de 1896 até 1900, quando Abílio Wolney, mal saído da adolescência, anota em seu Livro de Lembranças, o primeiro Diário.

Ei-lo, pela sua própria mão:

Sou filho legítimo de Joaquim Ayres Cavalcante Wolney e Maria Jovita Leal Wolney. Nasci na fazenda Taipas do Termo da Vila da Conceição do Norte, numa terça-feira de 22 de agosto de 1876.

Fui batizado na Vila de Conceição do Norte pelo padre João de Deus Gusmão, sendo testemunhas do batismo meu tio Coronel José d’Almeida Leal e minha prima Joaquina

Fernandes d’Oliveira.

Aprendi a ler e escrever em casa com meus carinhosos pais; fui à escola quando já escrevia bem, lia e fazia as quatro operações fundamentais da aritmética. Foi o professor Anselmo Cecílio Ceciliano [36 que me ensinou outras regras e por mim mesmo aprendi o Sistema Métrico Decimal.

Com este estive quatro meses, que aproveitei bem. Foi ele substituído por meu tio Salviano de Mello que me encontrou decorando a gramática do Dr. Abílio. Por esse tempo aqui chegou de muda procedente de Santa Rita do Rio Preto, o hábil advogado Francisco Liberato da Silva Costa, que me aplicou alguma cousa na parte de lexicologia.

Infelizmente faleceu logo e com isso retirei-me da escola e devo gravar neste meu livro de lembranças que o muito pouco que conheço de gramática e de aperfeiçoamento e minha instrução devo àquele bom homem e por esse respeito presto-me no que puder à sua família.

Entreguei-me então a toda sorte de serviços de meu pai.

Trabalhei a princípio na manga que ele fez e tomei por costume toda noite ler um dicionário de medicina do Dr. Cherneviz, único livro de ciências que encontrei e afoito fiquei que já era uma das minhas ocupações imprescindíveis.

Em falta de práticas, tive necessidade de fazer algumas aplicações e demonstrações, nelas alguma curiosidade. Meu pai mandou vir para mim algumas drogas simples cujas receitas importou em 400 e muitos mil réis.

Fui qualificado eleitor deste município dia 5 de maio de 1893. Eu tinha apenas 16 anos, mas os amigos entenderam de assim fazer, fizeram. Fui nomeado secretário do Conselho Municipal desta vila por portaria do presidente do Conselho em data de 7 de julho do mesmo ano. Fui nomeado Agente do Correio desta localidade por portaria do administrador dos correios deste Estado, em 18 de setembro de 1893, a 27 de outubro do mesmo ano prestei compromisso e entrei em exercício do referido cargo.

Fui qualificado jurado deste Termo a 2 de dezembro de 1893.

Fui eleito Deputado Estadual pelo 12º círculo eleitoral em 31 de dezembro de 1894, tendo obtido nessa eleição 1.160 votos. Em cumprimento desse mandato, tive de partir para a capital de Goiás dia 24 de março de 1895, tendo deixado o emprego de Agente do correio a 1º do mesmo mês de março. [37

Cheguei à capital de Goiás dia 1º de maio de 1895 e dia 8 tomei parte nas sessões preparatórias. Fui reconhecido e proclamado Deputado em Câmara Plena dia 14 do mesmo mês e, sem falta de um dia de sessão, lá estive até o encerramento dia 20 de julho. Dia 21 parti em demanda de meus pátrios lares, onde com saúde cheguei dia 20 de agosto de 1895.

Dia 14 de abril de 1896, tive de partir 2ª vez para a capital lá chegando a 8 de maio às 8 horas do dia e nesse mesmo dia fui à câmara e tomei parte na 1ª sessão preparatória.

Como da primeira vez, hospedei-me com meu velho amigo Coronel Joaquim Fernandes de Carvalho, que tratou-me como filho.

 

02 de maio de 1896. Meia noite:

Oh! Já não existe Manoel Ayres que me compreenderia também!… Uma lágrima de saudade por ti amigo leal, eu não te esqueço. Por tua memória adoro tua filha e amparo teus filhos; teu espírito seja meu guia. [38

Morreu deixando 8 filhos que têm a infelicidade de serem alistados no rol da orfandade. Amigo leal, cujo retrato tenho em meu coração e cujos rostos (filhos) serão por mim sempre adorados. As lágrimas jamais secarão em meus olhos sempre que tiver essa recordação; e a dor penetrante que sofro em registrar semelhante notícia me impede de fazê-la mais longa.

Dia 25 de julho do mesmo ano parti às 11 horas do dia, da capital de Goiás, sendo acompanhado até a chácara do Perillo por meus dois especiais amigos, Coronel Fernandes e Desembargador Jayme e mais o Major Augusto Alves, e Major Sócrates e o ourives Joaquim Xavier dos Santos Guimarães. Ao despedir-me desses amigos não pude conter algumas lágrimas de saudades.

Enfim, dia 27 de agosto, às 6 horas da tarde, cheguei em casa de meus queridos pais.

Dia 23 de abril de 1896 fui eleito Juiz adjunto deste Termo.

Dia 14 de fevereiro de 1897 casei-me com minha prima Josepha Ayres Wolney, sendo testemunhas desse ato meus tios Alexandre e Ana Francisca. Dia 22 de agosto de 1897 mudei-me para minha casinha. [39

Aqui um breve hiato para inserir o fragmento de um texto escrito por Abílio Wolney em 1898, onde ele expressa, num voto, o seu desejo de edificar na Vila uma igreja para o padroeiro São José, nestes termos:

Meu Senhor Jesus Cristo! Sou ainda bem jovem, pois conto apenas 25 anos e meses de idade [40 e é esta a vez primeira que faço um voto, e o faço de coração. Jamais o faria a não ser impelido por um poder oculto como julgo-me achar, cujo poder dá-me força para conhecer que eu, meus parentes e enfim todos os durenses desprezamos completamente o que é mais sagrado; desprezamos a religião, a base sólida de todas as coisas. Assim, Senhor, o meu voto, o meu rogo é para que me concedais as faculdades necessárias para bem me haver neste mundo com meus irmãos. Tenho grande desejo, Senhor, de construir um templo a S. José, Patriarca deste lugar, em cuja obra de já não ponho mãos por falta de recursos e de companheiros que me auxiliem; assim, humildemente rogo-vos que conserveis os que me destes neste mundo como Pai e Mãe e que guie-me à procura de bons maridos para minhas irmãs, guiai-me a procurar homens justos e tementes a Deus, que me auxiliem nesta grande obra, junto com meus primos Confúcio, Nicésio e Manoel. Confiado, pois, Senhor, em vossa infinita bondade, designo o dia 1º de janeiro de 1902 para por mãos à obra.

Segunda vez rogo-vos que me dê o tino necessário para bem desempenhar-me, conservando-me na vossa graça. Vila de São José do Duro, 5 de março de 1898. [41

 

O próprio Abílio Wolney assegurava em vida que João Nepomuceno de Sousa havia construído, em 1830, uma capela a São José, parecendo ser essa a Igreja da Povoação de São José do Duro a que se refere o seu bisavô paterno Manoel Lourenço Cavalcante em 1854, quando menciona que sua esposa Isabel de Moura Cavalcante teria sido sepultada na Capela-Mor do pequeno templo. [42

Já passados mais de 60 anos da primeira construção, desaparecida no tempo, estavam os planos para a edificação de uma nova, que segundo o próprio Abílio Wolney, terminou sendo feita por ele com recursos próprios e em parceria com seu pai, Joaquim Ayres Cavalcante Wolney no ano de 1900, a qual foi doada à paróquia do município.

E lá está ainda a igreja, hoje nomeada como da Sagrada Família, no antigo largo da Vila, atual Praça Cel. Wolney.

 

Antiga Igreja São José. Atualmente Igreja da Sagrada Família, na Praça Cel. Wolney.

 

Voltemos ao Diário:

 

03 de outubro de 1898, às 3 horas da tarde faleceu, vítima de uma síncope cardíaca, meu sempre lembrado tio e amigo Elizeu Ayres Cavalcante. Deixou testamento feito em notas instituindo sua universal herdeira, sua mulher Mariana Alves Cavalcante. Seu enterro teve lugar no dia 4, às 3 horas da tarde. Segurei na alça de seu caixão, lado esquerdo, até o cemitério. Lá depositei-o na sepultura, onde desci, consertei o caixão, coloquei um pedaço de tábua sobre o caixão de modo a privar a terra de cobrir-lhe o rosto. Disse-lhe o último Adeus, pela última vez vi seu rosto que conservava os traços naturais. Saí e deitei-lhe as primeiras enxadadas de terra. Faço votos para que Deus o tenha como servo e quanto a mim desejo honrar sua memória.

14 de fevereiro de 1899, Terça, às 10 horas e 8 minutos da manhã. Casou-se minha irmã gêmea Anna Custódia Wolney com nosso primo João Batista Leal. Presidiu o ato o 2º suplente de Juiz adjunto Manoel Felipe d’Almeida, foi escrivão Anselmo Cecílio Ceciliano e testemunhas Tenente-Coronel Fulgêncio da Silva Guedes e Elsane Olímpio de Souza, residentes em Conceição. Considero, pois, ter hoje mais um irmão e peço a Deus que o mesmo seja um bom marido, conservando os seus santos mandamentos.

 Quarta-feira, 5 de março de 1899. Às duas horas e três quartos da madrugada, nasceu minha filha Alzira Wolney. É a primeira filha que tenho a qual entrego a Deus confiando que dela fará uma boa filha, boa esposa e boa mãe.

Registrei-a dia 10 do mesmo mês. Foram testemunhas do registro João Batista Leal e Rosendo Archias Leite. Escrivão que tomou o registro – Anselmo Cecílio Ceciliano.

O casamento de Anna Custódia Wolney, aos 13 anos, com o fazendeiro e parente João Batista Leal, gerou alguma desilusão no primo Sebastião de Brito Guimarães, que desejava esposar a bela moça rica, filha do Cel. Wolney com sua tia Maria Jovita Leal Wolney – D. Mariazinha.

Mas Anna Custódia o recusou, porquanto Brito veio para o Duro expulso de Conceição do Norte, encaminhado por uma carta do irmão de Dª. Mariazinha, onde contava ter ele deflorado a prima Serafina, querendo a família a desforra diante do caso escandaloso em que a lubricidade do sujeito maculou e deixou a ingênua donzela.

Apesar do escorralho, Sebastião de Brito havia sido recebido pelos parentes na Vila, onde continuava empregado da Farmácia do primo Abílio Wolney, agora Deputado na capital.

E na Capital estava o Governo – da Capitania à Província de Goyás, passando por Vila Boa, depois Cidade de Goiás, a Goiás Velho do poder das estirpes.

Ali, no crepúsculo do século XIX e ao longo do século XX, destacaram-se, pela manutenção do poder político, três grupos – os Bulhões, os Ludovico de Almeida e aquele que, para a história, passaria como a oligarquia Caiado, notável pela presença alongada no Poder e pelo que fez dele.

Desde o antigo período da mineração, o casal Manoel Caiado, egresso de Portugal, e Brígida Almeida instalou-se nas matas da Paciência e lá construiu a Fazenda Europa, em 1776.

Durante a fase colonial, que foi até a proclamação da independência do Brasil, em 1822, e entrando pelo Império (1822-1899) eles prosperam, mais ligados à pecuária e à agricultura, dando-se o mesmo na política, desde o final do Império. [43

Já em 1883, a 1ª vice-presidência da Província de Goyás estava com Antônio José Caiado, que assumiu a presidência em outubro de 1883 a fevereiro de 1884. Retornou ao governo do Estado em outubro de 1884, tendo sido exonerado em novembro deste mesmo ano, quando os conservadores assumiram a direção da política nacional e, consequentemente, da provincial. Membro da terceira geração, integrante da elite local, foi também Tenente-Coronel pela Guarda Nacional.

Como observa Miriam Bianca [44,

 

[…] ao longo de toda sua história, os Caiado representaram os interesses políticos, econômicos e sociais das elites agrárias. O caráter conservador de sua prática política

fundamentava-se na defesa de suas posições como grandes proprietários de terra, vinculados, especialmente, à pecuária. Como elite dominante, ao longo do tempo articulou-se politicamente para se fazer representar nas sucessivas conjunturas, consideradas as bases materiais e classistas desta sua intervenção, de acordo com os interesses de uma parcela minoritária da sociedade, como proprietários dos meios de produção.

 

No final da década de 1880, já faziam parte da política goiana três gerações da família Caiado, do tronco citado: o Tenente-Coronel Antônio José Caiado, seu filho Torquato Ramos Caiado e os filhos deste, liderados por Antônio Ramos Caiado (Totó Caiado).

Egressos do período colonial, atravessaram a fase imperial e se fortaleceram muito mais durante a República. Antônio José Caiado compôs a diretoria do Centro Republicano, sendo o terceiro mais votado, mantendo-se articulado a Leopoldo de Bulhões nas disputas pela direção política travada em Goiás.

Veremos que na fase adiante, de 1909 a 1912, o quadro se fez mais favorável aos Caiado, com o declínio dos Bulhões, que, na mesma fase, se viam nos estertores como frente de liderança em Goiás, ao tempo em que os Caiado se firmavam como hegemonia política. O governo estadual estava com Urbano de Gouveia, bulhonista, mas enfraquecido com o afastamento dos Bulhões, que tinham uma tradição de bacharéis, desafiada pelo poderio econômico dos Caiado, que não exerciam os cursos feitos no Rio e em São Paulo para dedicarem-se às fazendas, como latifundiários e tropeiros.

Os Caiado prosperaram muito à custa do trabalho escravo da época colonial-imperial e, depois, dos trabalhadores braçais que, por não possuírem os meios de produção, alugam, ainda hoje, sua capacidade de trabalho, ou melhor, sua força de labor em troca de salário ou menos que isso.

Com firme base material a garantir-lhes os pleitos e arranjos políticos, os sucessivos governos do Estado, a integração do Legislativo na capital e a representação federal no Congresso Nacional, foram sedimentando-se sob a égide – e depois o tacão – de Totó Caiado, que, entre 1912 e 1930 se fez o chefe maior do ‘Partido Democrata’, fundado em 1909, do qual seria o Chefe da ‘Comissão Executiva’, juntamente com o cunhado, Cel. Eugênio Rodrigues Jardim, que adiante será eleito Presidente do Estado e depois Senador da República.

Nessa quadra, as facilidades do Poder e os casamentos programados de familiares com pessoas de destaque político ou financeiro, somados à herança dos ancestrais e à sua própria inteligência, ajudaram Totó Caiado na aquisição de muito mais riquezas.

Depois da reviravolta no Movimento de 1909, o jornal O Democrata foi a imprensa a seu serviço. Os colunistas insistentemente o aclamam como “nosso grande líder”, “líder máximo” e “chefe maior”. [45

Nesse período, estão em palco os quatro irmãos – Antônio Ramos Caiado, Arnulfo Ramos Caiado, Leão di Ramos Caiado e Brasil di Ramos Caiado –, filhos de Torquato Ramos Caiado e netos do Tenente-Coronel e Senador da República, Antônio José Caiado. Com esse tronco familiar estavam unificados pelo casamento quatro irmãos da família Alves de Castro e quatro irmãs Caiado – o Des. João Alves de Castro, Abílio Alves de Castro, Joviano Alves de Castro e Agenor Alves de Castro.

Foram intendentes da capital a partir de 1914: Abílio Alves de Castro, Dr. Lincoln Caiado de Castro, Dr. Agenor Alves de Castro e Dr. Arnulpho Ramos Caiado.

Os componentes das sucessivas legislaturas estaduais e federais, quando não ligados por laços de parentesco aos Caiado, eram submetidos às alianças que os tornavam componentes do grupo hegemônico, no âmbito do Partido Democrata.

Ao longo de quase 30 anos, durante a chamada República Velha, (1889-1930), os Caiado dirigiram o Estado de Goiás apoiados na prática política conhecida como ‘coronelismo’, como forma de concentrar o poder político regional.

O ‘coronelismo’ propriamente dito era marcado pela força política e econômica de um chefe local, que se articulava a um chefe regional, que, por sua vez, se articulava com o poder central. Assim, um processo eleitoral, por exemplo, era decidido antes mesmo de as eleições acontecerem. Isso porque, em âmbito nacional, predominava a força das oligarquias mineiras e paulistas, que se revezavam na presidência da República, por meio do acordo das elites brasileiras, que ficou conhecido como “política do café com leite”.

O poder central na esfera nacional trocava favores e cargos com o chefe político regional, que, por sua vez, comandava o “voto de cabresto” em cada “curral eleitoral” de sua região. Em Goiás, a força política dos Caiado aglutinava as elites agrárias.

Para manter esse poder, montou-se uma engrenagem política formada pela Comissão Executiva do Partido Democrata, sob domínio deles, pelo poder Executivo (presidência do Estado) e pelos deputados estaduais e federais do Partido Democrata.

Como chefe maior do Partido Democrata, Totó Caiado, junto com a Comissão Executiva do Partido praticamente dirigia o Estado, posto que o Congresso só funcionava dois meses por ano. Esse foi o período de maior poder concentrado pelo grupo político-familiar Caiado. [46

Foi assim até a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas os retira do poder em Goiás e surge o vulto inquebrantável de Pedro Ludovico Teixeira, do qual trata o Capítulo XVIII.

 

Senador Estadual Custódio José Leal Filho (Custodinho), cunhado do Cel. Wolney. [47

 

[36 Há quem diga que os primeiríssimos estudos ele fez com o Cel. José Estanislau, que lhe teria ensinado a cartilha do ABC.

[37 Início da vida parlamentar aos 18 anos, na 2ª Legislatura do Estado de Goiás (1895-1897).

[38 O tio Manoel Ayres, esposo de Joaquina Fernandes (que será no futuro sogra também de Sebastião de Brito), havia morrido deixando um desejo em testamento oral – o de que Abílio Wolney se casasse com sua filha Josepha Ayres, mormente porque ele estava doente e temia deixar a numerosa família desamparada. Viveu os últimos dias sob os cuidados e remédios receitados pelo sobrinho, até que este fosse para Goiás Velho, conforme este trecho de uma carta: Abílio, continuo à toa, pois os sintomas que de quando em vez sofro faz-me acautelar de tudo. Ainda continuo tomando as pílulas que você me deu. Deixei o uso do cigarro e bem inclinado a deixar também o café; tudo isso são preocupações que vou tomando a ver se tão depressa não sobrecarrego alguém de enorme peso de minha família. Nove meses depois casaram-se Abílio Wolney e Josepha Ayres.

[39 Há referência histórica da nomeação de Abílio Wolney para Juiz Municipal, que por sua vez, teria nomeado o primo Sebastião de Brito para o cargo de Escrivão do Judicial e Notas.

[40 Como ele nasceu em 22 de agosto de 1876, parece que a idade indicada está errada.

[41 Os primos mencionados por Abílio Wolney no texto são Confúcio, Nicésio e Manoel Ayres Cavalcante, todos filhos de Manoel Ayres Cavalcante Wolney, irmão do Cel. Joaquim Ayres Cavalcante Wolney, pai de Abílio. Cópia dos originais em acervo do autor.

[42 Idem.

[43 Da obra Família e Poder em Goiás, Vol. 6, de Mirian Bianca. Veja também o livro Caminhos de Goiás, de Nasr Fayad Chaul.

[44 Idem.

[45 Idem, ibidem.

[46 BIANCA, Miriam. Histórias de Goiás, Vol 6., p. 13 a 17. Veja também a obra Coronelismo em Goiás: estudos de casos e famílias, coordenada por Nasr Fayad Chaul.

[47 Fotografia exposta no Museu Histórico de Dianópolis (TO).

 

[Continua na próxima postagem quinzenal, com a publicação do Capítulo IV

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