PAINEL CULTURAL

DR. ABILIO WOLNEY AIRES NETO

DR. ABILIO WOLNEY AIRES NETO é juiz de Direito titular da 9ª Vara Cível de Goiânia-GO.; graduando em Filosofia e em História; e, acadêmico de Jornalismo; autor de 15 livros de história regional, poemas, crônicas e Direito; ocupante de cadeiras no Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis (ICEBE), na Academia Goiana de Letras (AGL), Academia Goianiense de Letras (AGnL), Academia Dianopolina de Letras (ADL), Academia Aguaslindense de Letras (ALETRAS); e, membro da União Brasileira de Escritores (UBE-GO) – Seção Goiás; e, do Gabinete Literário Goyano. Contatos: @AbiliowolneyYouTube

George Gardner e a Vila de São José do Duro (Dianópolis)

George Gardner foi um médico e botânico britânico (Glasgow, 10 de maio de 1812 – Neura Ellia, Sri Lanka, 10 de março de 1849) [1].

Esteve no Brasil de 1836 a 1841, estudando a flora nativa e colecionando cerca de 60.000 plantas para museus da Inglaterra, tendo passado dois anos no Rio de Janeiro e arredores, viajando depois para a Bahia e Pernambuco, onde começou uma viagem pelos sertões do Ceará, Piauí, de Goiás e Minas Gerais, regiões na época pouco conhecidas pelos viajantes europeus.

Quando passou pela Província de Goiás, em 1840, a caminho de Natividade, George Gardner andou pela Aldeia do Duro (hoje Dianópolis-TO, antigo Norte goiano), que ainda mantinha alguns índios descendentes dos primeiros habitantes da primitiva aldeia jesuítica, fundada em 1751.

Assim a aldeia foi descrita: “[…] Tem cerca de vinte casas, todas do mais mísero tipo. A maior parte é feita com armação de estacas cobertas de palmas e muitas se acham de tal maneira avariadas pelos efeitos unidos de anos e intempéries, que já nem sequer servem de abrigo contra o vento; outras, construídas de varas barreadas (pau-a-pique), estão ainda em piores condições. São dispostas de modo a formar um quadrado irregular, mas dois lados ainda permanecem quase abertos; do lado oeste há uma pequena igreja quase em ruínas […]. O total da população, no tempo de minha visita, montava a umas duzentas e cinquenta almas. Conquanto a maior parte dos habitantes seja de puro sangue índio, há alguns mestiços de pretos, geralmente escravos fugidos, que de tempos em tempos ali se vieram estabelecer entre os primeiros […]. A parte principal do alimento desta gente é de natureza vegetal: frutas silvestres que buscam nas matas. O pouco de sua alimentação animal é obtida pela caça, ocupação em que os moços se comprazem muito mais que no trabalho das plantações”.

Em 1820, Nathaniel Wallich (1786-1854) nomeou o gênero Gardneria da família das Loganiaceae em sua homenagem.

Quando da sua morte, em 1849, Gardner era diretor do Jardim Botânico de Neura Ellia, no Sri Lanka.

 

Texto: Abilio Wolney Aires Neto, escritor, professor e juiz de Direito. Goiânia-GO. Cadeiras no ICEBE, IHGG, AGnL, ADL, ALETRAS e ANALE. Membro do Gabinete Literário Goyano

  • Importante saber da história de nossas cidades ao longo do tempo. O que foi e como começou a cidade de Dianópolis no século XVIII.
    Parabéns doutor Abilio Wolney!

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