PAINEL CULTURAL

DR. ABILIO WOLNEY AIRES NETO

DR. ABILIO WOLNEY AIRES NETO é juiz de Direito titular da 9ª Vara Cível de Goiânia-GO.; graduando em Filosofia e em História; e, acadêmico de Jornalismo; autor de 15 livros de história regional, poemas, crônicas e Direito; ocupante de cadeiras no Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis (ICEBE), na Academia Goiana de Letras (AGL), Academia Goianiense de Letras (AGnL), Academia Dianopolina de Letras (ADL), Academia Aguaslindense de Letras (ALETRAS); e, membro da União Brasileira de Escritores (UBE-GO) – Seção Goiás; e, do Gabinete Literário Goyano. Contatos: @AbiliowolneyYouTube

‘A cidade de Ana : Anápolis’ [Capítulo XIII – Aeroporto Municipal de Anápolis

[Em diferentes edições e capítulos, o JORNAL CIDADE publica ‘A cidade de Ana : Anápolis’, livro do articulista Abilio Wolney Aires Neto, lançado pela editora Kelps (Goiânia-GO.), em 2017

Érides Guimarães, outros e JK no Aeroporto de Anápolis em 1956 – Foto e imagem: livro

 

CAPÍTULO XIII – AEROPORTO MUNICIPAL DE ANÁPOLIS

 

Deste planalto central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino.

(Juscelino Kubitschek, Brasília, 2 de outubro de 1956).

 

O Aeroporto Municipal de Anápolis ficou conhecido por ser o local onde o presidente Juscelino Kubitschek assinou a ordem de construção de Brasília. Tinha uma pista pavimentada e sinalizada de 1.842×20 metros, maior do que a do movimentado Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro (que tem 1.323 metros), apenas aeronaves de pequeno porte operam ali.

A cabeceira da pista de 07/25 fica a 15km da cabeceira da pista 06-L da Base Aérea de Anápolis (SBAN), que monitora todos os voos do aeroporto civil e da região.

A pista está a uma altitude de 1.112m (3.648ft) e já permitia operação noturna.

 

AQUI NASCEU BRASÍLIA

 

O atual Aeroporto Municipal de Anápolis foi, na década de 50 do século passado, a plataforma de apoio logístico do Presidente Juscelino Kubitschek, na execução do projeto de construção da nova Capital Federal e consequente transferência da sede do Governo Federal do Rio de Janeiro para o Planalto Central.

O antigo terminal de embarque, que funcionava também como estação de telecomunicações, casa de pernoite de tripulantes, residência funcional, restaurante e escritório, foi palco de um dos mais significativos eventos da história recente do Brasil.

Naquela época, Anápolis exercia a plenitude de sua vocação de polo logístico do Centro-Oeste, operando cerca de 23 voos diários do Loyd Brasileiro Aerovias Brasil, Nacional, VASP e do Correio Aéreo Nacional.

Conta a história que, na madrugada de 18 de abril de 1956, o pouso da aeronave Presidencial, planejado para ser em Goiânia, no Aeroporto Santa Genoveva, não foi possível por fatores meteorológicos, prosseguindo para a alternativa Anápolis.

Quis assim o destino que Juscelino Kubitschek ali chegasse naquela manhã e assinasse, no antigo terminal, o projeto que determinava a mudança da nova capital, fato que justifica e explica a correção feita de próprio punho referente ao local alterado no documento dirigido ao Congresso Nacional.

O Aeroporto Municipal JK passou dessa forma a fazer parte, não só da história da cidade, como também da história do Brasil, fato que lhe outorga uma posição de destaque e impõe todo o respeito e veneração.

Naquela manhã de 1956, a sede do Governo Federal foi, internamente, o terminal de passageiros e estação de radiotelegrafia do então Aeródromo de Anápolis, hoje carinhosamente chamada de Casa de JK.

Um verdadeiro “Palácio da Alvorada” de um novo Brasil.

Embora tendo sofrido ligeira descaracterização ao longo dos últimos 50 anos, quando passou a abrigar a família do guarda-campo, já no processo de esvaziamento e abandono das operações comerciais ocorrido na década de 70, por conta da consolidação do Aeroporto de Goiânia como rota prioritária, além de sofrer a degradação do tempo, a Casa de JK vem sendo mantida dentro da estrutura operacional do novo Aeroporto Municipal de Anápolis, que recebe também o nome do presidente.

O governo da cidade vem buscando apoio junto à iniciativa privada para a restauração da casa à sua condição original, de acordo com as plantas hoje existentes sob a guarda do Comando da Aeronáutica – COMAR VI e com a prospecção de pintura já realizada.

Fato importante neste momento é o projeto que está em fase de conclusão para transformar o Aeroporto de Anápolis no primeiro aeroporto exclusivo para cargas do Brasil.

A Agência Goiana de Transportes e Obras já deu início ao processo licitatório para a conclusão da obra, cuja fase final está orçada em R$92 milhões.

A pista de pouso está praticamente concluída. Os produtos perecíveis de grande valor agregado que precisam ser entregues com rapidez poderão ser exportados em maior quantidade.

O Aeroporto de Cargas estará interligado com a malha ferroviária e com as malhas rodoviárias estadual e federal, o que vai dinamizar ainda mais a economia goiana e do Centro-Oeste brasileiro.

O aeroporto integra o projeto da Plataforma Logística Multimodal de Goiás, uma das maiores obras de infraestrutura do Governo de Goiás, sob coordenação da Secretaria de Gestão e Planejamento.

A Plataforma Logística deverá dinamizar ainda mais a vocação de entreposto comercial do município de Anápolis, com reflexos positivos no desempenho da economia goiana, elevando Goiás à condição do maior centro integrado de logística do Brasil.

A pavimentação da nova pista do aeroporto está em estágio avançado, com mais de 2 mil m² concluídos dos 3,3 mil m² previstos.

Quando estiver operando a plena capacidade, o Aeroporto de Cargas de Anápolis concentrará toda a movimentação de cargas da região, ficando os aeroportos de Brasília e Goiânia operando somente com passageiros.

Em Anápolis, poderão chegar e partir aeronaves de grande porte, como o Boeing 747-400, que transporta até 400 toneladas.

O terminal goiano representará economia de tempo e dinheiro não só para as empresas sediadas em Goiás, mas para as de todo o País, isso porque será o único do gênero fora da Região Sudeste do Brasil.

 

 

[Continua na segunda postagem da atual quinzenal, com a publicação do Capítulo XIV

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