‘O DIÁRIO DE Abílio Wolney’ [IX – ‘O DIÁRIO DA VIDA REAL’
[Em diferentes edições e capítulos, o JORNAL CIDADE publica O DIÁRIO DE Abílio Wolney, livro do articulista Abilio Wolney Aires Neto, lançado pela editora Kelps (Goiânia-GO.), em 2009
IX – ‘O DIÁRIO DA VIDA REAL’
Vamos a 1917. Em São José da Serra do Duro, Abílio Wolney debruça no seu novo Diário em anotações da vida como ela passou a ser:
Março, 14 – Quarta-feira. Conclui-se a limpa de terra da roça da barra e começa-se a replanta da mandioca na encosta do tanque. Acabo as perneiras de meu Pai e começo trabalhar em um chapéu para mim, por um novo sistema, para depois fazer o dele.
Março, 15 – Quinta-feira. Começa a planta de feijão na encosta do tanque. O Dr. Abílio, Janjão e Candinho vêm passear aqui e me dão notícia da estada do Sr. José Hermes, no Duro; e, havendo entre esse indivíduo e Zezinho certas intrigas, resolvi ir no Duro, o que fiz, com efeito, junto com meu Pai que regressava das fazendas Jardim, Colônia, Cabeceira Verde e Monte Alegre. Chegamos no Duro ao entrar do sol e o tal homem havia saído para Conceição às 10 horas do dia, acompanhado por Sebastião e Joaquim
Américo até a Beira d’Água.
Março, 25 – Domingo. Com meu Pai, o Dr. Abílio e minhas filhas vamos passear na Beira d’Água e querendo os moços divertirem-se, a noite fiquei com as três filhas solteiras, e meu Pai, Alzira e o Dr. voltaram.
Março, 29 – Quinta-feira. Podei a primeira videira que plantamos e que está agora com 18 meses; esta videira já estava com um cachinho. Janjão, o Dr. Abílio e Tezinho estiveram aqui, a passeio; José Martins passa […].
Março, 30 – Sexta-feira. Contrato com o Lotero a vaqueirice do Dr. Abílio na Fazendinha. Benta reconcilia-se com Martinho e volta à casa do marido. Derribo uma cangerana grossa para cocho de azedar garapa. Continuo a tirada da madeira para a latada das parreiras. Começam-se abrir os regos do terreno entre os canaviais. MÁXIMAS COMERCIAIS: Numa revista norte americana encontram-se, destinadas aos que se ocupam com comércio, as seguintes máximas, que passamos a mencionar: A qualidade de um artigo fica mais gravada na mente do comprador do que o preço porque ele o pagou; – Quem deixa um bom negócio para ir atrás de outro melhor faz um grande erro; – O caminho que conduz à riqueza é o da inteligência e da honestidade; – Compra o que precisares e nada mais: exigências acumuladas são dinheiro perdido. – Atividade é o melhor adubo do capital. – A prontidão, principalmente, nos pagamentos, é a força vital dos negócios. – Não gaste jamais o dinheiro ainda não ganho; – Cara risonha atrai clientela, cara sombria afasta-a; – Procura tu a clientela, não esperes que ela te procure; – As contas curtas prolongam a amizade; – O que deixa anunciar a sua loja porque as vendas são poucas, mata o cavalo porque coxeia; – Mais vale não vender que vender a mau pagador; – Nunca atribuas às suas mercadorias, ao vendê-las, valor que não tem, o comprador descobre a verdade e não voltará à tua casa; – O cliente pobre que compra pouco é um grão que junto a outros grãos faz um alqueire.
Abril, 8 – Domingo. O Dr. Abílio veio aqui cedo resolver acerca da boiada do Pai e voltou para o Duro com Palmyra e Jayme, também as acompanhei até o Cedro e dali tornei para Água Boa a encontrar Benedito Pinto em casa do companheiro João Rodrigues. Almoçamos e depois viemos até a casa de Aureliano Azevêdo onde encontramos o Sr. Silva e João Rodrigues Cerqueira. Depois de pequena demora, com o companheiro João Rodrigues e muitas pessoas de sua família seguimos para as Missões passando pelo Duro, onde demoramos, enquanto o Dr. Abílio e o Aprígio preparavam-se e seguimos todos. Janjão e diversos já estavam nas Missões. Ali estivemos, fomos muito
obsequiados, jantamos em casa do Ermínio e regressamos à tarde acompanhando a folia chefiada por João Rodrigues Filho até Bela Vista, residência do compadre Domingos Francisco. Este bando compunha-se de 107 pessoas, sendo 73 a cavalo. Na casa do compadre Domingos separei-me dos companheiros para vir para aqui, mas tendo sabido que Sebastião de Brito preparava companheiros para ir a Conceição, voltei ao Duro, onde pernoitei.
Abril, 9 – Segunda-feira. Depois de tomar certas medidas vim aqui e voltei com minha filha Mirêta. Conseguimos dissuadir muitos companheiros do Sebastião.
Abril, 10 – Terça-feira. Às 8 horas da manhã Sebastião seguiu com 2 camaradas e como não levasse grupo nada fizemos. Logo que ele subiu vim com o Dr. Abílio e Voltaire que daqui seguiram com Wolney Filho para a casa de Confúcio, nos Possões. Despachei Luis para o Morro-Branco para seguir com a boiada de Herculano.
Abril, 12 – Quinta-feira. Continuo no preparo da oficina para moagem, e mestre Amâncio chega às 9 horas para tomar conta do serviço das fornalhas. Meu Pai chega ao meio dia de regresso das fazendas, almoça comigo e segue para o Duro às 3 horas. Já tendo contratado 5 milheiros de telhas com o Syriaco contrato hoje uns 5 com o José Patrício, para fazer aqui, na minha grade a 25$000 (Vinte e Cinco Réis).
Abril, 14 – Sábado. Para ir à feira amanhã, com produtos da nossa lavoura pela 1ª vez fiz hoje 14 rapaduras e 10 tijolos, matei uma vaca da qual levo uma banda e um pouco de farinha; pretendo concorrer à feira pontualmente aos domingos com o que tivermos de negócio, até ver se melhora o mercado. Wolney chegou do passeio às 4 horas da tarde.
Abril, 29 – Domingo. A feira foi bem concorrida, fizemos 67$ inclusive cobres. Voltando, já à noite, achei arranchado aqui o bando de folia, de que é alferes João Rodrigues Filho.
Maio, 2 – Quarta-feira. Continua-se nos mesmos serviços. De viagem para o Estado da Bahia passam por aqui os Srs. Antônio Vianna e Veríssimo da Matta; também ia com eles até muito adiante o Sr. Aureliano Azevedo. Chega o Cyriaco para começar o trabalho das telhas.
Maio, 10 – Quinta-feira. Continua-se a colheita do arroz e plantio de cana; enche-se pela primeira vez o cocho novo com 880 litros de garapa.
Maio, 14 – Segunda-feira. Pela manhã atrelo os bois para carro. Meu Pai passa para o Duro e mais tarde eu sigo para ir com Janjão à fazenda Retiro conferenciar com Casimiro acerca de negócios políticos locais. Às 4 ½ (quatro e meia) da tarde partimos do Duro, Dr. Abílio, Janjão, Compadre João Rodrigues, Oscar e eu, pernoitamos no Pé da Serra em casa do José Dorothêo.
Maio, 15 – Terça-feira. Às 3 ½ (três e meia) da tarde chegamos no Retiro, Casimiro e Coquelin chegaram às 6 horas.
Maio, 16 – Quarta-feira. Assentamos em delegar poderes ao Coronel João Baptista d’Almeida para nos representar na Capital; mandamos convidá-lo para um encontro no
Mirador e voltamos, pernoitando no Nogueira.
Maio, 20 – Domingo. Fico aqui para fazer diversas arrumações. À tarde passa para Barreira a tropa de Candinho e com ela mando 2 cargueiros carregados de couro – Girafa e Fadiga. Vem ficar aqui em uso de remédio o Sr. Vicente de Tal. [130 O mercado correu frouxo, apurei 130$040 apenas.
Maio, 24 – Quinta-feira. Continua-se a derrubada até a hora do almoço, a essa hora sigo para o Duro com 8 homens para roçar a praça, capinar o quintal do Dr. Abílio.
Maio, 29 – Terça-feira. De volta da Balança, onde foi a meu pedido medicar um filho do Salvador Nepomuceno, passou por aqui meu genro, Dr. Abílio, junto com o Aprígio. Logo
que este se retirou chegou o Manoel Baptista, que veio à sua procura em busca de recursos médicos. Fizemos hoje 95 rapaduras.
Junho, 1º – Choveu copiosamente.
Junho, 2 – Sábado. Sigo do Duro, ao meio dia, com Edmundo até a casa do companheiro João Rodrigues. Dali sigo com Affonso e João Rodrigues Filho. Na Beira d’Água reúnem-se também a nós Manoel Ayres e Joca Póvoa e fomos pernoitar na fazenda Sucupira.
Junho, 3 – Domingo. Continuamos viagem; na Sant’Anna encontramos o Dr. Abílio, Casimiro, Confúcio, Coquelin e Constâncio Fernandes. Ali soubemos que minha prima
Joaquina, mulher de Modesto, havia falecido no dia 31 de maio. Dali o Dr. Abílio veio para o Duro e nós outros fomos para o Mirador, onde chegamos às 3 ½ (três e meia) da
tarde. O Coronel Batista d’Almeida e seu irmão João Baptista d’Almeida chegaram às 4 ½ (quatro e meia).
Junho, 4 – Segunda. Passamos o dia no Mirador acertando com Baptista o meio de ação que devíamos ter e lhe outorgamos poderes de nos representar na Capital em defesa […] e defender nossos[…] À tarde concluí a estrada da Fazendinha e comecei riscar os currais.
Junho, 29 – Sexta. Com notícias de Barreiras soube da entrada do Brasil na Guerra Mundial. Registrei no Correio 35x para assinatura da Revista do Brasil. [131
Julho, 14 – Sábado. Fizemos 82 rapaduras e deposito na estiva 126 ½ de 1ª e 47 de 2ª 173. Ao todo 1043 sendo 263 de 1ª e 7 […]. Recebi hoje do Joaquim Nivaldo 40 tábuas que o mesmo me devia. Fez-se 2 garrafões de cachaça e um pouco de restilo.
Julho, 16 – Segunda. De manhã até ao meio dia abri uma estrada para o carro até o Alegre. Pegam-se animais para a viagem de Barreiras.
Julho, 24 – Terça. Estiveram aqui, a passeio, o Dr. Abílio, Janjão, Candinho, Anna Custódia, Diana Wolney, Dianinha e Theodulo Filho. Tiramos hoje uma camada de açúcar de forma especialíssimo.
Julho, 29 – Domingo. Vou visitar Benedito Pinto e seus filhos encontro Casimiro em casa deles e voltamos juntos até o Duro donde chego às 10 horas da noite.
Julho, 30 – Segunda. Meu Pai passa de manhã para o Duro de regresso do Morro Preto, de cujo terreno trouxe-me 1 mapa. Vou levar Mirêtta no Duro a fim de que se prepare para ir a uma festa na Beira d’Água. Vicente Belém esteve aqui e foi comigo até o Duro. Wolney volta.
Setembro, 2 – Domingo. Vou assistir no Corrente o casamento do meu amigo Manoel Felipe Gonçalves com uma filha de Paulina. Realizado esse casamento Compadre Domingos de acordo comigo resolveu casar o filho Plácido com uma irmã de Pedro Rodrigues e para isso conseguimos demorar Frei Salvador. Passa para Barreiras a tropa de Benedito Pinto e com ela vai um burro nosso para trazer uns medicamentos de Abílio. Emprestamos 6 cangalhas e 6 arrochos.
Setembro, 5 – Quarta. Desmontei hoje e comecei carregar o caixão grande da Palmyra assim como roda, bolinete e outros utensílios de fazer farinha.
Setembro, 13 – Quinta. Meu Pai voltou do Jardim pelo Posto da Canoa e hoje às 8 horas passou para ali novamente. Continua-se o trabalho da casa, moagem para cachaça e cerca de roça. Concluí hoje o transporte do material de roda, banco de marceneiro que tinha na Palmyra; desejo conservar metade da casa para uma venda mais tarde e sede da grande manga ali começada que desejo concluir.
Setembro, 14 – Sexta. Pela manhã o Dr. Abílio me avisa que arribaram à noite o marceneiro Aprígio levando 1 rifle dele, Chico Lagartixa, Abílio Ferreira e José Rapadura
camarada de Abílio. Fui ao Duro o despachamos atrás deles o mestre Amâncio, Benedito Nascimento, Hygino e mais dois companheiros.
Setembro, 16 – Domingo. Meu Pai passa para o Duro pela manhã, a tarde despacho 6 cargas para o Duro com 18 arrobas de açúcar para meu Pai. Os portadores voltam sem roteiro dos fugidos.
Setembro, 17 – Segunda. Meu Pai passa e à tarde para o Açude encontrando aqui Vicente Belém a passeio. Despachamos o Mestre Amâncio e Benedito atrás do José Rapadura em direção a S. Marcelo.
Setembro, 23 – Domingo. Vou ao Duro; encontrei minha mãe incomodada com os seus velhos achaques. Volto à tarde com Mirêtta.
Setembro, 24 – Segunda. Deito algumas linhas na casa e faço experiências de envaramento. À noite vou ao Duro ver minha Mãe.
Setembro, 25 – Terça. Concluo a colocação das linhas e começo a encaibrar a casa. Meu Pai passa para o Açude. Nesse mesmo dia, às 11 horas da noite chegaram o Mestre Amâncio Pedreiro e Benedito com José Rapadura que pegaram ao chegar em S. Marcelo auxiliados pelo destemido José Gomes e com apoio de Elpídio Araújo.
Trouxeram também o rifle conduzido pelo Aprígio.
Outubro, 11 – Quinta. Fui ao Duro pagar o dentista João d’Abreu 2.218 por trabalhos dentários em minhas filhas. Torrou-se 16 ½ quartas de farinha.
Outubro, 13 – Sábado. Pela manhã fui à Vila ver minha boa e santa Mãe que continua a passar incomodada. Fizeram-se hoje 16 ½ quartas de farinha.
Outubro, 25 – Quinta. Às 8 horas segui para o Duro a fim de fazer parte da banca de examinadores, concluídos os exames seguiu-se animado baile na casa nova de Candinho. Terminado o baile à 1 hora da madrugada voltei, vindo comigo D. Constantina Gonçalves, a quem convidei para tomar conta da nossa casa, vivendo comigo como se fora casada, uma vez que motivos que não devo referir obrigaram-me a separar-me de minha mulher Josepha Ayres. Antes de convidá-la ouvi meu pai, irmãos e genro e só com o consenso de todos dei este passo dando a D. Constantina a minha palavra de cavalheiro.
Novembro, 14 – Quarta. Mandei no Duro levar 2 cartas para o correio destinados ao Marechal Abrantes e Des. Emílio.
Novembro, 15 – Quinta. Dia da Proclamação da República. Começa-se a limpar e replantar a cana paulista e a plantar árvores frutíferas ao norte da casa de morada.
Novembro, 19 – Segunda. Começo capinar o terreno para o pomar. João Magalhães vem passear aqui com João Gomes. À tardinha chegam o Dr. Rodolfo Trimer, austríaco, e seu companheiro José Blacer, alemão, que fazem atualmente uma excursão zoológica pelo interior do Goiás.
Novembro, 21 – Quarta. Planta-se milho branco no arrancador de mandioca do pontal. O Dr. Abílio recebeu de Barreiras umas batatas inglesas, que deu-me e plantei hoje.
Novembro, 27 – Terça. Pela manhã fui ao Açude caçando pelo caminho e nada encontrei; ali chegando almocei com os estrangeiros e fomos à gruta que dá passagem ao riacho Açude, da qual o Sr. Baser tirou uma fotografia. Chegando na fazenda ele tirou outra do nosso grupo. Às 4 da tarde despedimo-nos dos distintos excursionistas e voltamos.
Novembro, 29 – Quinta. Wolney completa 23 anos a Maria oferece-lhe um baile. Chega Herculano de Farias e à tardinha Janjão, Anna Custódia, Voltaire, Edmundo e José Pedreiro; todos pernoitam.
Dezembro, 05 – Quarta. Chega o João do Teté e arrancha-se aqui. À tarde recebi o recado dos vaqueiros do Açude dizendo estarem com uma onça na toca; imediatamente
me dirigi para ali, chegando na toca às 7 ½ da noite e ali pernoitei. Pela manhã examinei a toca e verifiquei que a onça havia saído; dei um giro em torno e não pude ver rasto de onça. Chegando em casa às 5 horas encontrei meu Pai, que tendo sabido da história da onça da toca, ia à minha procura, tendo parado aqui por ter sabido que a onça não foi encontrada. Felizes dos que têm bons pais como tive a felicidade de ter e pelo prolongamento da existência deles faço ardentes votos.
Dezembro, 11 – Terça. Fui ao Duro para a praça da casa na qual ninguém lançou publicamente não sendo, porém, impossível que da escrita conste algum lance. Palmyra
foi comigo e de volta Josélia veio conosco. No comércio baixo encontramos meu Pai que ia chegando da Caetana e Posto Franco. Recebi cartas do Dr. Bulhões e do Cel. Leopoldo Jardim me noticiando da partida do Dr. João Alves, Presidente do Estado para o Rio.
Dezembro, 13 – Quinta. Fui ao Duro auxiliar a Candinho em um protesto contra a venda em hasta pública de uma casa sua e levei Josélia. De volta, encontrei meu Pai aqui que me deu notícia de rastos da onça que tenho caçado. Imediatamente segui para o Açude onde pernoitei com os meus companheiros Antônio da Carpina e Alexandrino.
Dezembro, 14 – Sexta. Pela manhã fomos à caça acompanhados pelo vaqueiro Bonfim. Às 7 horas demos no rasto da onça na tapera dos negros e às dez os cachorros acoavam-na no morro do Jatahy e o Antônio derribava-a com um tiro certeiro no meio da testa. A onça havia morto o meu estimado cachorro “cartucho” e feito carniça de um
bezerro na véspera. Era uma pintada verdadeira bonita; levei-a para a Vila, onde despertou grande curiosidade, dando a meu Pai muito prazer. Vibrou o coração do amestrado caçador que saudou a chegada do animal com uma salva de cinco tiros de repetição.
Dezembro, 17 – Segunda. Chegou-se terra na cana plantada de novo. Assentou-se o cocho de salgar gado dentro do curral de cavalos, cocho de pau mulato. Joaquim Martins veio visitar o Major Teté e esteve aqui em casa. João Magalhães seguiu com pouco gado para o Barreiro. Começo trabalhar mais nas perneiras do Dr. Francisquinho.
Dezembro, 18 – Terça. Continua-se a capina do milho do pontal para intercalar cana. Pernoita conosco de regresso da Conceição o Cel. Horácio Gonçalves. Meu Pai passa para o Duro de regresso do Morro Preto.

Abílio Wolney em 1918, aos 42 anos de idade. – Fotos: livro
[130 João Rocha, honrado cidadão baiano, mostra emocionado o seu braço, tratado e curado por Abílio Wolney, apesar da opinião de alguns médicos da época, para os quais o membro deveria ter sido amputado.
[131 O Presidente Venceslau Brás, no fim do seu mandato, viu rebentar a 1ª Guerra Mundial. O afundamento do navio brasileiro Paraná, obrigou o governo a romper relações com o Império Alemão. A opinião pública era positivamente a favor dos aliados. A França sempre gozou em nossas elites de grande prestígio e a Monarquia imitou os modelos britânicos. Outros torpedamentos seguiram-se. Pouco depois (26 de outubro de 1917), com uma declaração de guerra, o Brasil oficialmente participava do conflito. Nossa ajuda aos Aliados consistiu sobretudo no fornecimento de gêneros e em transportes marítimos.
[Continua na próxima postagem quinzenal, com a publicação do Capítulo X
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