PAINEL CULTURAL

DR. ABILIO WOLNEY AIRES NETO

DR. ABILIO WOLNEY AIRES NETO é juiz de Direito titular da 9ª Vara Cível de Goiânia-GO.; graduando em Filosofia e em História; e, acadêmico de Jornalismo; autor de 15 livros de história regional, poemas, crônicas e Direito; ocupante de cadeiras no Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis (ICEBE), na Academia Goiana de Letras (AGL), Academia Goianiense de Letras (AGnL), Academia Dianopolina de Letras (ADL), Academia Aguaslindense de Letras (ALETRAS); e, membro da União Brasileira de Escritores (UBE-GO) – Seção Goiás; e, do Gabinete Literário Goyano. Contatos: @AbiliowolneyYouTube

‘A cidade de Ana : Anápolis’ [Capítulo XXIV – ABÍLIO WOLNEY NO CONTEXTO HISTÓRICO DE GOIÁS

[Em diferentes edições e capítulos, o JORNAL CIDADE publica ‘A cidade de Ana : Anápolis’, livro do articulista Abilio Wolney Aires Neto, lançado pela editora Kelps (Goiânia-GO.), em 2017

Fotos: livro

 

XXIV – ABÍLIO WOLNEY NO CONTEXTO HISTÓRICO DE GOIÁS

 

Abílio Wolney é protagonista de mais de uma dezena de livros de autores diversos, a exemplo das obras Abílio Wolney, Suas Glórias, Suas Dores, de Voltaire Wolney Aires (2 vezes adotada em vestibulares da UFT); Quinta-Feira Sangrenta, de Osvaldo Rodrigues Póvoa; Abílio Wolney, Um Coronel da Serra Geral, do carioca Nertan Macêdo; O Homem Abílio Wolney, do escritor e jornalista Antônio Oliveira, além da série de livros publicados por este autor, quais sejam: O Diário de Abílio Wolney (obra prefaciada por sua filha, a poetisa Irany Wolney Aires); No Tribunal da História; O Barulho e os Mártires; A Chacina Oficial; e O Duro e a Intervenção Federal, todos em 2ª edição pela Ed. Kelps, encontrados em pdf na rede mundial de computadores ou no site (www.dnoto.com.br.), tendo inédito: Abílio Wolney na Bahia, para 2018.

Dissertações de Mestrado, TCCs e Teses de Doutorado ocupam publicações na internet e em livros cuidando da vida pública do personagem e da sua resistência à oligarquia Caiado (1918-1930).

Uma placa de busto biografa, em síntese, o político goiano-tocantinense no contexto histórico de Goiás:

 

DEPUTADO ABÍLIO WOLNEY (22.08.1876 – 12.09.1965)

ABÍLIO WOLNEY FOI PESQUISADOR, ORADOR, CONFERENCISTA, ADMINISTRADOR, JORNALISTA, POLÍTICO, CARPINTEIRO, FILÓSOFO E AUTODIDATA NO CAMPO DA AGRONOMIA E CÁLCULOS MATEMÁTICOS; MÉDICO LICENCIADO, ADVOGADO,

FARMACÊUTICO, JUIZ ADJUNTO, TENENTE CORONEL E

CORONEL PATRIOTA DA GUARDA NACIONAL. SECRETÁRIO DO

CONSELHO MUNICIPAL (VEREADOR), AGENTE DOS CORREIOS,

DEPUTADO ESTADUAL EM 03 LEGISLATURAS (1894-1911),

PRESIDENTE DO CONGRESSO ESTADUAL, PRÉ-CANDIDATO

AO GOVERNO DE GOIÁS, DEPUTADO FEDERAL ELEITO (1900),

PREFEITO DE BARREIRAS (BA) (1931-1937) E PREFEITO DE

DIANÓPOLIS (1946). SUGERIU O NOME ANÁPOLIS – CIDADE

DE ANA, EM 1904. SUGERIU O NOME DIANÓPOLIS, EM 1938.

COM O PAI, CONSTRUIU UMA PONTE DE 43M SOBRE O RIO

DE AREIA. FIZERAM A 1ª IGREJA DA CIDADE E A 1ª ESTRADA

LIGANDO DIANÓPOLIS A BARREIRAS, DEPOIS FAZENDO UMA

SEGUNDA, POR CONTA PRÓPRIA. FEZ E DOOU O SOBRADO

AO MUNICÍPIO (CADEIA E DEPOIS MERCADO E ESCOLA); FOI

O PRIMEIRO A DEFENDER A DIVISÃO DO ESTADO DE GOIÁS E

SE FEZ O SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA À OLIGARQUIA CAIADO,

DEFENDENDO E LIBERTANDO ESTA REGIÃO, ENTÃO ESQUECIDA,

COMO RECONHECIDO EM RELATÓRIO DE INTERVENÇÃO

FEDERAL. ELE CONTINUA AQUI, PLANTADO NA PRAÇA PÚBLICA

COMO SEMENTE DE MULTIDÕES.

BUSTO DOADO AO MUNICÍPIO POR:

ABÍLIO WOLNEY AIRES NETO

E

DORALINA WOLNEY VALENTE

 

Segundo o Procurador de Justiça e escritor Mário Ribeiro Martins, Abílio Wolney foi parlamentar, prefeito, advogado, revolucionário, militar, estrategista, intelectual, historiador, pensador, ativista, pesquisador, orador, conferencista, administrador, jornalista, cronista, educador, político, farmacêutico, memorialista, sapateiro, agricultor, carpinteiro, médico, farmacêutico e alfaiate.

Ele foi membro de diferentes agremiações sociais, culturais e de classe de seu tempo, entre as quais, Ordem dos Advogados do Brasil, Associação Goiana de Imprensa e Maçonaria. Comunicava-se com o poeta Augusto dos Anjos.

Abílio Wolney faleceu aos 89 anos de idade, no dia 12 de setembro de 1965, sendo sepultado no Cemitério de sua terra, Dianópolis.

A praça principal de Dianópolis (TO), onde está o Centro Histórico da Cidade com três casarões de época, tem o seu nome, enquanto do outro lado do logradouro se conjuga outra praça com o nome do seu pai, Cel. Joaquim Aires Cavalcanti Wolney.

O nome Dianópolis, Cidade das Dianas, em homenagem às quatro Dianas do lugar, foi uma sugestão de Abílio Wolney, levada a efeito em 1938, em substituição ao nome São José do Duro.

 

 

OUTROS RECONHECIMENTOS

 

O Paço Municipal de Barreiras (BA) ostenta destacada a fotografia de Abílio Wolney na galeria dos ex-Prefeitos. De igual modo, na mesma Dianópolis, onde há também o Grupo Escolar Cel. Abílio Wolney e, do outro lado, a Rua Cel. Abílio Wolney.

A praça principal de Novo Jardim (TO) leva o seu nome.

Em Águas Lindas de Goiás, foi fundada a biblioteca Dep. Abílio Wolney, com destacada fotografia do seu patrono.

Abílio Wolney é o patrono da Academia de Letras de Águas Lindas de Goiás – ALETRAS, pela figura política que foi, pelo exercício da advocacia, tendo sido juiz municipal, pelo acervo de livros que doou para a fundação da primeira Biblioteca pública no antigo nordeste goiano (Dianópolis):

 

Em 22 de agosto de 1902, Abílio proporcionava ao povo durense uma surpresa: fundava uma modesta biblioteca, constituída de 200 livros, os mais variados, os quais doou em sessão registrada na Ata da solenidade […] [41

 

A Academia considerou, ainda, a biblioteca particular de Abílio, franqueada a qualquer pessoa que quisesse consultar, contendo

 

[…] mais ou menos 20 metros de armários e estantes de livros, com cerca de 3.000 títulos, em idiomas como inglês, francês e espanhol (Idem).

 

Também chamou a atenção da Academia de Letras o seu livro Razão e Lembrança, volume único, em caligrafia, que também serviu de base para a produção do livro O Diário de Abílio Wolney, onde os textos escritos foram reproduzidos literalmente.

Em Palmas (TO), o Museu Histórico do Estado do Tocantins, conhecido como O Palacinho, registra com grande destaque em uma de suas paredes internas a seguinte inscrição, ao lado da fotografia de Abílio Wolney e dos Nove mártires no tronco:

 

No abandonado nordeste goiano, hoje sudeste do Tocantins, mais precisamente em São José do Duro, surge no começo do século a liderança de Abílio Wolney, jovem Deputado que fez tremer o chão de Vila Boa com seus discursos em defesa do povo dessa região. Temendo o poder político dos nortenses, os velhos coronéis de Vila Boa apelaram para a violência, enviando a São José do Duro uma tropa fortemente armada para subjugar as famílias Aires, Póvoa, Rodrigues, Costa e Leal, culminando com uma chacina oficial de nove nortenses, filhos dessas ilustres famílias que apoiavam Abílio Wolney (A iniciativa da homenagem foi do Des. Marco Villas Boas).

 

 

Na entrada do Palácio Araguaia, em Palmas, estampam-se painéis cerâmicos feitos pelo escultor Maurício Bentes pelo projeto Frisa, o qual emoldura a laje do Edifício. No palácio do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, em Palmas, estampam-se, num grande painel cerâmico executado pelo painelista DJ Oliveira, o drama vivido pelos nove reféns na Chacina Oficial de 1919. Nele se veem os pés dos mártires na presilha de madeira do tronco e a cavalaria da milícia goiana. A construção dos painéis seguiu um roteiro e memorial feito pelo então Presidente do Tribunal de Justiça, Des. Marco Villas Boas (veja fotografias no livro O Duro e a Intervenção Federal, Kelps, 2006).

 

 

[41 O Diário de Abilio Wolney, 2. ed, Kelps, 2009.

 

[Continua na próxima postagem

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